“DESBRAVANDO NOVAS FRONTEIRAS”: AS COLONIZADORAS PARTICULARES E O AVANÇO DA COLONIZAÇÃO NO PLANALTO RIO-GRANDENSE NA PRIMEIRA REPÚBLICA

Resumen

O Bicentenário das Imigrações Alemãs no Brasil Independente (1824-2024) é uma ocasião singular para refletir sobre os processos migratórios e os seus impactos nas sociedades estabelecidas, tanto no pretérito quanto no presente. Considerando a produção historiográfica e as novas abordagens teórico-metodológicas, objetiva-se revisitar a temática das empresas de colonização e as colônias particulares no Planalto Rio-grandense na Primeira República, destino do fluxo migratório do excedente populacional colonial no período. Como caso emblemático de colonizadora e colônia particular, estuda-se o projeto de colonização da Empresa de Colonização Dr. Herrmann Meyer, uma companhia estrangeira, fundada em 1898, com sede em Leipzig, Alemanha, a qual adquiriu várias glebas de terra nos municípios de Cruz Alta e Palmeira das Missões, com o propósito de estabelecer uma colônia particular, étnica-alemã e a-confessional. Para tanto, analisou-se a documentação administrativa e as publicações da colonizadora. Assim, observou-se que a Colonizadora Meyer tinha um projeto de colonização bem estruturado, adaptado às circunstâncias do cotidiano, com um viés capitalista, evidenciado no comércio de terras, e um viés cultural, ao propiciar assistência religiosa e educacional, voltada à preservação da germanidade. Portanto, as empresas de colonização foram fundamentais na expansão da fronteira colonial, via colônias particulares – étnicas, mistas, confessionais – na região do Planalto Rio-grandense na Primeira República.