Justiça ecológica e subalternidades: resistências no contexto do capitalismo do desastre
DOI:
https://doi.org/10.22456/2317-8558.142229Resumo
A ativista e jornalista Naomi Klein popularizou o termo capitalismo do desastre através do seu livro Doutrina do Choque. O conceito é usado para descrever a forma como crises e desastres são utilizados por governos e corporações para implementar políticas neoliberais que, em condições normais, enfrentariam forte resistência pública. O objetivo principal deste artigo é investigar como este conceito pode ser aplicado ao cenário de desastres climáticos no Brasil, em especial, no caso da Barragem Norte, situada no município de José Boiteux, por ocasião das enchentes que atingiram o estado de Santa Catarina, em 2023. Como objetivo secundário, a pesquisa busca demonstrar como os grupos subalternos resistem ao capitalismo do desastre, através da análise do caso da Barragem Norte e suas implicações para os povos indígenas da região. Inicialmente, será resgatada a historicidade, cultura e território do povo Xokleng na região. Em seguida, será apresentada a ideia de capitalismo do desastre e sua interface com os desastres climáticos no Brasil, em especial o caso da Barragem Norte. Por fim, será feita a análise da teoria da justiça ecológica como um instrumento de resistência para os grupos subalternos frente ao capitalismo do desastre. A conclusão é que o fortalecimento de mecanismos de participação na tomada de decisões podem atuar como instrumentos de resistência frente à imposição de medidas econômicas que favorecem as elites. Essas medidas, frequentemente adotadas num contexto de desastre, tendem a ser implementadas quando a maioria da população está em estado de choque, sem condições de oferecer resistência.
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