Este artigo investiga a escrita da paternidade na obra de Virginia Woolf (1882 – 1941) entendendo que a autora costura uma malha de relações humanas que ora fazem da vida, ora da morte, matérias primas para a construção de uma comunidade vital – tornando indispensável para essa construção de um coletivo o encontro positivo com a diferença (BRAIDOTTI, 2011). Recupero, portanto, os relatos de Woolf sobre sua vida familiar no texto “Um Esboço do Passado” (1976) para explorar como a autora constrói textualmente suas memórias, sempre flertando com recursos de sua escrita ficcional. Serão essas cenas que rearticularão o pai biográfico na memória de Woolf de modo a redimensionar as figurações da paternidade em sua obra.