MEMÓRIAS PÓSTUMAS: O NARRADOR DILETANTE E O LEITOR

Authors

  • Antônio Marcos Sanseverino UFRGS / Professor

DOI:

https://doi.org/10.22456/2238-8915.34847

Abstract

O romance de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, se constrói na dimensão do livro, tematizando procedimentos de escrita, formato de edição, possíveis leitores, diferentes reações de leitura. A partir dessa base, Brás Cubas (enquanto narrador) apropria-se de obras da tradição e constrói metáforas a partir da imagem do livro. Para interpretar esses indícios de como a elite brasileira construía sua relação com o livro, a leitura e a tradição literária, é retomada a fortuna crítica acumulada (de José Veríssimo a Abel Barros Batista, tendo como referência principal Roberto Schwarz). Leva-se em conta a oposição forte na crítica literária entre uma leitura universalista preocupada em inserir Machado no cânone ocidental (sátira menipéia, Sterne, Dante, Shakespeare, Goethe...) que se opõe à outra que pressupõe o diálogo com a tradição local e o vínculo com a matéria histórica brasileira. Interessa, então, dimensionar o sentido da obra a partir do lugar do livro no Segundo Império, em que a escravidão e o analfabetismo impunham duros limites para formação de uma opinião pública brasileira.

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Author Biography

Antônio Marcos Sanseverino, UFRGS / Professor

Professor do Programa de Pós-Graduação em Letras – PPGLET e do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas.  Doutor em Teoria da Literatura, com a tese Realismo e Alegoria em Machado de Assis.

Published

2012-11-29

How to Cite

SANSEVERINO, A. M. MEMÓRIAS PÓSTUMAS: O NARRADOR DILETANTE E O LEITOR. Organon, Porto Alegre, v. 27, n. 53, 2012. DOI: 10.22456/2238-8915.34847. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/organon/article/view/34847. Acesso em: 30 apr. 2025.