NOS MEANDROS DO FANTÁSTICO: A ERA VITORIANA SEGUNDO ARTHUR MACHEN
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-8915.86263Resumo
Este artigo visa a demonstrar como Arthur Machen, autor da segunda metade do século XIX, considerado um mestre da literatura de horror, incorpora à ficção temas e tropos da Era Vitoriana, utilizando elementos fantásticos como uma forma de desafio às crenças e valores da época. Em O grande deus Pã, ele cria uma ficção em que é possível o contato entre dois mundos, visível e invisível. Por meio de uma personagem híbrida e metamórfica, que é o fio condutor da narrativa, Machen promove transgressões que se concretizam no espaço-tempo da ficção e espelham outras que se dão, secretamente, no mundo empírico. A recepção negativa da novela por parte da crítica refletiu o impacto que ela exerceu na sociedade inglesa do fin-de-siècle, pois expôs as entranhas de uma sociedade em que o erotismo era temido, o lar cultuado e a paixão era tabu.
PALAVRAS-CHAVE: Era vitoriana; Fantástico; O grande deus Pã.