EM NOME DO PAI: LA DERNIERE ANNEE DE PHILIPPE VILAIN
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-8915.48415Resumo
: O objetivo do artigo é refletir sobre uma das manifestações contemporâneas do gênero autobiográfico, as “narrativas de filiação”, termo proposto pelo teórico Dominique Viart, em 1996, usando como corpus a obra do escritor e critico francês Philippe Vilain (1969). Essas narrativas têm por objeto a evocação das figuras parentais e subvertem as fronteiras entre biografia e autobiografia, pois, nelas, se revela um modo oblíquo de escrita de si, na medida em que é a abordagem do outro que leva à elaboração da "identidade narrativa" (Paul Ricœur) daquele que recompõe o retrato e a trajetória dos pais, assumindo assim o papel de herdeiro, mas ao mesmo tempo problematizando a transmissão dessa herança. Para esses escritores, a auto-análise deixa de ser uma pesquisa reflexiva sobre a interioridade, para se concentrar numa investigação sobre sua anterioridade, sua ascendência. O corpus é composto por La dernière année (1999), narrativa que Philippe Vilain dedica ao pai. Recorro também a trechos dos manuscritos da obra e, como contraponto, a outros textos do autor.