“ANALISEMO” E “DESCREVIMO”
UM CASO NÃO PROTOTÍPICO DE ALÇAMENTO VOCÁLICO DE CARÁTER MORFOFONOLÓGICO
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-8915.142007Resumo
Esta pesquisa trata sobre o fenômeno linguístico da alternância vocálica de {amos} e {emos} que variam, respectivamente, para {emo} e {imo}, como em “cantemo” (cantamos) e “comimo” (comemos), fenômeno que tem sido nomeado como “alçamento” (levantamento ou elevação) vocálico(a) por alguns linguistas, como Castilho (1992, 2006), Bortoni-Ricardo (2005, 2011) e Foeger, Scherre e Yacovenco (2017). Defendemos, diferentemente disso, que não se trata de um alçamento vocálico apenas, de caráter puramente fonético-fonológico, mas sim de um fenômeno morfofonológico. A fim de sustentar nossa argumentação, levantamos os critérios básicos para a descrição de alçamento vocálico padrão e os confrontamos com as características do fenômeno da alternância vocálica precedente a {mos}, a partir de alguns pesquisadores da área. Os dados foram coletados em 168 entrevistas orais (de aproximadamente uma hora cada) que compõem o banco VARLINFE (NEES/UNICENTRO,campus Irati), relativo a sete cidades do sudeste do Paraná (Irati, Mallet, Prudentópolis, Rio Azul, Ivaí, Rebouças e Cruz Machado). Baseamo-nos nas pesquisas de Loregian-Penkal e Costa (2014, 2016), Costa e Loregian-Penkal (2015, 2016) e Loregian-Penkal, Costa e Franceschini (2019), pesquisas feitas em relação a esse mesmo banco de entrevistas, bem como em Menon (2015), para evidenciar que a ocorrência de alçamento vocálico prototípico (nas sílabas postônicas e pretônicas) é muito menor nas comunidades linguísticas do banco VARLINFE (por volta de 20%, a depender do município), em comparação a outras comunidades no Brasil, em que o alçamento é bastante comum.
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