DE PORTAS ABERTAS
ESCRITA AUTOMÁTICA E O MARAVILHOSO
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-8915.139326Abstract
Este artigo se propõe a problematizar a relação entre a escrita automática e o maravilhoso. Para tanto, partimos do interesse do jovem André Breton por processos criativos para além do âmbito literário, num contexto em que, além das recentes descobertas de Freud sobre o inconsciente, se cruzam experiências diversas: a produção poética que experimenta a descentralização do sujeito que cria, as investigações científicas no campo da neurologia e da psiquiatria sobre fenômenos psíquicos automáticos e a crença na manifestação da vida pós-morte. Todas essas experiências apontam para uma mesma questão: a manifestação do pensamento, livre da coerção da moral, do gosto e da razão. Embora haja qualquer coisa de universal nessa questão, talvez inerente à própria experiência poética, reconhecemos que o automatismo surrealista é uma “máquina de guerra” original contra a reflexão e a linguagem, a instituição literatura, a noção de realidade e os fundamentos da modernidade. Apesar de todas as controvérsias em torno da escrita automática surrealista, ela faz a diferença porque é toda diferença; ao libertar a linguagem da função comunicativa, não expressa a liberdade do homem, é a liberdade em ação, que revela o desconhecido e abre as portas para o maravilhoso.
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