PERSPECTIVAS INTERSECCIONAIS NA MÚSICA “AS GRANFINAS” DO DISCO QUARTO DE DESPEJO: CAROLINA MARIA DE JESUS CANTANDO SUAS COMPOSIÇÕES (1961)
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-8915.125590Resumo
A escritora brasileira Carolina Maria de Jesus (1914-1977) denunciou, em sua obra mais difundida, Quarto de despejo: diário de uma favelada (1960), algumas das mazelas da sociedade brasileira como, por exemplo, a fome, o racismo, o classismo e o sexismo. Tais denúncias estão presentes também no disco homônimo, objeto deste estudo, lançado no ano seguinte: Quarto de despejo: Carolina Maria de Jesus cantando suas composições (1961). Deste modo, ao observar as perspectivas da interseccionalidade (AKOTIRENE, 2020) presentes no transcorrer das obras desta escritora, bem como o contexto sócio-histórico e o lugar de fala (RIBEIRO, 2020) que envolve a composição do disco, “As Granfinas”, objetiva-se verificar como se manifestam as intersecções entre raça, gênero e classe das personagens retratadas nessa música, tendo em vista que as representações femininas que surgem, apesar de compartilharem questões de gênero, são opostas: de um lado, a granfina, uma mulher branca confinada a construção mitológica da ideia de papéis de gênero, e de outro, a empregada estigmatizada às funções maternas e domésticas somadas ao racismo, em decorrência da soma da invenção colonial de gênero e raça.
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