Novos cercamentos, saúde e "lugares outros"
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.139984Palavras-chave:
Novos cercamento, Território de branquitude, Saúde Coletiva, Lugares Outros, HeterotopiaResumo
Reflito neste artigo a justaposição de lugares aparentemente incompatíveis que constituem o território vinculado a uma Unidade Básica de Saúde em Aracaju, onde minha pesquisa se desenvolve. Nomeio este adensamento geográfico de "território de branquitude" dada a interseção privilegiada de raça e classe, constante em dados censitários. Em parte do território, proliferam "novos cercamentos" com fortificações modernas, segregadas, vigiadas e de alto padrão comercial, habitados por corpos padrão. Nos arrabaldes coexistem "lugares estranhos", heteretopias onde são alojados corpos e moradias desviantes que subvertem a passagem do tempo, proclamam o direito à diferença e desafiam o capital especulativo. Através deles, a despeito das inúmeras exigências para acessá-los e permanecer, os corpos desviantes asseguram suas existências e vislumbram um devir. São essas contrações urbanas que pretendo explorar. A pesquisa combina dados de fontes secundárias, observação participante, diário de campo, recursos imagéticos e literatura especializada.
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