Chamada de artigos: HA 75 - Corpos do Antropoceno
Organizadoras
Maria Paula Prates (Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Porto Alegre - Brasil / Universidade de Oxford, Reino Unido)
Laura Montesi (Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropología Social (CIESAS) Pacífico Sur - México)
Sahra Gibbon (University College London, Reino Unido)
Recebimento de artigos de 1º de novembro de 2024 a 31 de maio de 2025
Chamada de Artigos
Crise climática e aquecimento global são temas que têm, cada vez mais e justificadamente, ganhado as capas de jornais ao redor do mundo. No Brasil, enquanto o estado do Rio Grande do Sul ficou debaixo d’agua por várias semanas, vivendo uma enchente sem precedentes, com inundações e devastações de cidades inteiras, a região amazônica passa por uma das maiores secas de sua história, fazendo rios não intermitentes desaparecerem completamente. Fortes chuvas, seguidas de alagamento e deslizamento de morros, causando a morte de centenas de pessoas e outros-que-humanos também ocorreram em Bangladesh e Etiópia neste ano de 2024. As temperaturas, por sua vez, não param de bater recordes ao redor do mundo. Rios estão contaminados por mercúrio, solos por pesticidas e outros metais pesados e, nossos corpos humanos e outros-que-humanos, estão mais do que nunca compostos por microplásticos. Longe estamos de saber o que isso implica a longo prazo. O antropoceno, termo cunhado por Eugene Stoermer & Paul Crutzen (2000), embora recentemente contestado, se popularizou na arena científica, mas longe está de dar nome, cor e gênero a tal “humanidade” por detrás dessas dinâmicas como apontado por Tsing (2016). Neste número da Horizontes Antropológicos nos interessam trabalhos que examinem a intrínseca relação entre corpos e antropoceno, ou, em outras palavras, entre carnes da e com a Terra e modos de existir. Nos interessa entender e refletir sobre como o antropoceno se corporifica em humanos e outros-que-humanos e como essas relações são orquestradas no fazer da vida cotidiana. São bem-vindos artigos que abordem as composições, arranjos e configurações biossociais decorrentes da contaminação de rios, peixes e humanos; das toxicidades geradoras de doenças em humanos e não humanos, como aquelas provenientes de agrotóxicos causadores de câncer; das relações entre alimentação e doenças crônicas a exemplo da diabetes; das desigualdades corporificadas de gênero em razão de desastres ambientais; dos microplásticos que compõem existências e suas implicações na produção da “vida”; dos antropocenos, no plural, e as diferentes colonialidades decorrentes dos modos exploratórios de existir e fazer resistir, entre outros tantos temas que direta ou indiretamente estão relacionados com corpos, corporificações e seus entrelaçamentos com e a partir do antropoceno. Artigos que discutam o conceito em si de antropoceno, engajando-se em discussões críticas sobre sua relação com o corpo, corporificações e/ou em relação com outros termos como os de capitoloceno e plantantioceno, por exemplo, são também bem-vindos.
Call for Papers
Climate crisis and global warming are themes that have, more and more and justifiably, featured as headline news around the world. In Brazil, while the state of Rio Grande do Sul was under water for several weeks, experiencing an unprecedented flood, with inundations and devastation of entire cities, the Amazon region is going through one of the biggest droughts in its history, causing non-intermittent rivers to disappear completely. Heavy rains, followed by flooding and landslides, causing the deaths of hundreds of people and others-than-humans also occurred in Bangladesh and Ethiopia in this year of 2024. Temperatures, in turn, continue to break records around the world. Rivers are contaminated by mercury, soils by pesticides and other heavy metals, and our human and other-than-human bodies are more than ever made up of microplastics; and we are far from knowing what this implies in the long term. The Anthropocene, a term coined by Eugene Stoermer & Paul Crutzen (2000), has become popular, if more recently contested, in the scientific arena, but it is far from giving a name, color and gender to the “humanity” behind these dynamics, as pointed out by Tsing (2016). In this Horizontes Antropológicos issue we are interested in examining the intrinsic relationship between bodies and the Anthropocene, or, in other words, between the flesh of/and with the Earth and ways of existing. We are interested in understanding and reflecting on how the Anthropocene is embodied in humans and other-than-humans and how these relations are orchestrated in the making of everyday life. We welcome articles that address the compositions, arrangements and biosocial configurations that arise as result of contamination of rivers, fish and humans; the toxicities that generate diseases in humans and non-humans, such as those from pesticides that cause cancer; the relationship between diet and chronic diseases such as diabetes; the embodied gender inequalities of environmental disasters; the microplastics that make up human and non-human bodies and their implications in the production of “life”; Anthropocenes, in the plural, and the different colonialities resulting from the exploratory ways of existing and resisting. These are just some among many other themes that directly or indirectly are related to bodies, embodiments and their intertwining with and from the Anthropocene. Articles that also discuss the concept of Anthropocene itself, engaging in critical discussions about its relationship to the body and embodiment and/or in relation to other terms such as Capitolocene and Plantantiocene, for example, are also welcome.
Llamada de Artículos
La crisis climática y el calentamiento global ocupan cada vez más, y con razón, las portadas de los periódicos de todo el mundo. En Brasil si por un lado el estado de Rio Grande do Sul estuvo bajo el agua durante varias semanas, sufriendo una inundación sin precedentes con anegamientos y devastación de ciudades enteras, por el otro la región amazónica se enfrenta a una de las mayores sequías de su historia, provocando que los ríos no intermitentes desaparezcan por completo. En 2024 también se produjeron lluvias intensas en Bangladesh y Etiopía, las cuales provocaron inundaciones y deslizamientos de laderas ocasionando la muerte de cientos de personas humanas y otras-que-humanas. Las temperaturas, a su vez, siguen rompiendo récords en todo el mundo. Los ríos están contaminados por mercurio, los suelos por pesticidas y otros metales pesados, y nuestros cuerpos, humanos y otros-que-humanos, están más que nunca compuestos de microplásticos; y estamos lejos de saber lo que esto implica a largo plazo. El antropoceno, término acuñado por Eugene Stoermer y Paul Crutzen (2000), aunque recientemente cuestionado, ha logrado popularizarse en el ámbito científico y sin embargo está lejos de dar nombre, color y género a la “humanidad” que está detrás de estas dinámicas, así como bien lo ha señalado Tsing (2016). En este número de Horizontes Antropológicos nos interesan trabajos que examinen la relación intrínseca entre los cuerpos y el antropoceno, o, en otras palabras, entre lo corpóreo de y con la Tierra y sus formas de existir. Nos interesa comprender y reflexionar sobre cómo el antropoceno se corporiza en los humanos y no humanos y cómo estas relaciones se configuran en la vida cotidiana. Hacemos un llamado a la presentación de artículos que aborden las composiciones, los arreglos y las configuraciones biosociales que resultan de la contaminación de ríos, peces y humanos; las toxicidades que causan enfermedades en humanos y no humanos, como las que surgen de los pesticidas que causan cáncer; la relación entre la alimentación y las enfermedades crónicas como la diabetes; las desigualdades de género encarnadas a raíz de los desastres ambientales; los microplásticos que componen la existencia y sus implicaciones para la producción de la “vida”; los antropocenos (en plural) y las diferentes colonialidades que se desprenden de modos exploratorios de existir y resistir, entre muchos otros temas que directa o indirectamente se relacionan con los cuerpos, las corporizaciones y sus entrelazamientos con y desde el antropoceno. También son bienvenidos artículos que cuestionen el concepto mismo de antropoceno, incluyendo discusiones críticas sobre su relación con el cuerpo y la corporización, y/o por ejemplo con otros términos como Capitaloceno y Plantacioceno.