Aberta a chamada de artigos para a HA 59 - COVID-19. Antropologias de uma pandemia

2020-06-01

A pandemia da Covid-19 tem produzido cenários de exceção e de incerteza. Efeitos epidemiológicos, políticos, econômicos e psicossociais são descritos em escala global. Em menos de quatro meses desde a sua identificação, em dezembro de 2019, milhares de novos casos de contaminação e de vítimas fatais passaram a ser confirmados todos os dias, em mais de 210 países e territórios do mundo. Setores da ciência correm para desenvolver formas de tratamento e de cura e inúmeras medidas de contenção têm intervido no cotidiano de pessoas e das mais diversas instituições. Entretanto, a despeito da mecânica biológica da Covid-19 ser baseada em um vírus, com formas de transmissão sensivelmente padronizáveis, estruturas locais de desigualdade tendem a singularizar as formas de disseminação e agravo da doença, e, por conseguinte, a intensidade de suas consequências. Assim, mesmo que a Covid-19 seja descrita como uma catástrofe em escala global, ela não é universal, pois é performada de maneira diversa, múltipla e complexa, a partir da singularidade de infraestruturas, materialidades, ambientes, relações e hábitos localizados. Neste sentido, o saber-fazer político e qualitativo da antropologia social exerce um papel fundamental no processo de enfrentamento da pandemia, pois se a Covid-19 não se realiza de forma homogênea, as respostas a sua mitigação também não podem ser. Tendo isto em mente, este número temático de Horizontes Antropológicos abre espaço para que seja explorada a multiplicidade da Covid-19 a partir de debates teóricos e experiências etnográficas que coloquem em relevo conhecimentos, práticas e vidas situados. Com artigos em formato especial, até 4.200 palavras, estimula-se que essas antropologias da pandemia intersectem os interesses dos mais diversos campos e temas que constituem a pluralidade da disciplina, com especial ênfase nas populações em situação de vulnerabilidade e injustiça social.

 

Call for papers

COVID-19. Anthropologies of a pandemic

The COVID-19 pandemic has led to disrupted and uncertain times. Epidemiological, political, economic and psychosocial effects of the virus are being seen on a global scale. In less than four months, starting in December 2019, thousands of cases of contamination and fatalities have been confirmed in more than 210 countries and territories around the world. The scientific community has responded by rushing to develop forms of treatment and a cure.  Meanwhile, several containment measures have been implemented, interfering with the daily lives of people, businesses, schools and many other institutions. Although SARS-CoV-2 (the virus that causes COVID-19) follows patterns of transmission similar to other viruses, local structures of inequality may render unique circumstances of dissemination and aggravate the severity of the disease, intensifying its social consequences. Even though COVID-19 is described as a catastrophe on a global scale, it is not an universal experience, rather enacted in many diverse and complex ways, influenced by unique infrastructures, materials, environments, relationships, and local customs. The qualitative and political know-how of social anthropology plays a crucial role in confronting the pandemic. Since COVID-19 is not a homogeneous experience, neither should be the solutions to mitigate the condition. This issue of Horizontes Antropológicos offers an opportunity to explore the multiplicity of COVID-19 from the perspective of theoretical debates and ethnographic experiences that highlight specific knowledges, practices, and lives. Through the publication of papers in a special format up to 4,200 words we encourage authors to intersect these anthropologies of a pandemic with different fields and subjects that constitute the plurality of the discipline, with special emphasis on contexts of vulnerability and social injustice.

 

Llamada de artículos

COVID-19. Antropologías de una pandemia

La pandemia de Covid-19 ha producido tiempos de excepción e incertidumbre. Sus efectos epidemiológicos, políticos, económicos y psicosociales se evidencian a escala mundial. No pasaron más de cuatro meses desde su identificación, en diciembre de 2019, para que miles de nuevos casos de contagios y muertes tengan sido confirmados todos los días en más de 210 países y territorios en todo el mundo. Mientras sectores de la ciencia se apresuran a desarrollar formas de tratamiento y cura, innumerables medidas de contención han intervenido en la vida cotidiana de las personas y las instituciones más diversas. A pesar de que la mecánica biológica del Covid-19 es viral, con formas de transmisión sustancialmente estandarizadas, las estructuras locales de desigualdad tienden a singularizar las formas de diseminación y empeoramiento de la enfermedad y, por lo tanto, la intensidad de sus consecuencias. Así, aunque el Covid-19 sea descrito como una catástrofe a escala global, no es universal, ya que se actúa de maneras diversas, múltiples y complejas, basadas en la singularidad de las infraestructuras, materialidades, ambientes, relaciones y hábitos localizados. En este sentido, el conocimiento político y cualitativo de la antropología social juega un papel fundamental en el proceso de hacer frente a la pandemia, porque si el Covid-19 no se desarrolla de manera homogénea, las respuestas para su mitigación tampoco pueden serlo. Atendiendo a ello, este número temático de Horizontes Antropológicos abre el espacio para que se exploren las multiplicidades del Covid-19 a través de debates teóricos y experiencias etnográficas que resalten el conocimiento, las prácticas y las vidas situadas. Con artículos en un formato especial, hasta 4.200 palabras, se alienta a que estas antropologías de la pandemia se crucen con los intereses de los más diversos campos y temas que constituyen la pluralidad de la disciplina, con especial énfasis en las poblaciones en situaciones de vulnerabilidad e injusticia social.