Religião, política e autoimunidade na obra tardia de Jacques Derrida
uma análise conceitual
DOI:
https://doi.org/10.22456/1982-5269.142763Resumo
O objetivo desta comunicação consiste em analisar a noção de autoimunidade constituída por Jacques Derrida a partir da relação entre religião e política, nas suas obras finais até sua morte. Há uma lógica autoimunitária que perpassa os discursos religiosos e políticos na contemporaneidade, principalmente no final do século XX. De um lado, as doutrinas monoteístas configuram sua posição a partir da constituição e defesa da comunidade religiosa. A comunidade persegue sua salvação num mundo cada vez mais fragmentado e conflitivo. Para Derrida, muito além de uma metáfora, há uma condição em que a autoimunidade é um sentido para qualquer comunidade ante sua fundação e manutenção. Para desenvolver essa interpretação na obra de Derrida, a análise conceitual permite um início voltado aos textos filosóficos. São três obras fundamentais para esse entendimento: Espectros de Marx, Políticas da amizade e Vadios. Pode-se interpretar no interior da obra do filósofo uma trilogia da autoimunidade. Desse modo, a autoimunidade permite uma compreensão interna dos discursos de salvação religiosa e da segurança política justamente nas suas aporias e contradições.
Palavras-chaves: Autoimunidade; Política; Religião; Comunidade; Soberania.