História, política e literatura na escrita epistolar de Júlio Cortázar

Autores

  • Adriane Vidal Costa UFMG

DOI:

https://doi.org/10.22456/1983-201X.60931

Palavras-chave:

Júlio Cortázar, Correspondências, Sociabilidades intelectuais, Política, Literatura

Resumo

O objetivo do trabalho é mostrar como a prática epistolar de Júlio Cortázar pode ser compreendida como um espaço de criação de redes de sociabilidades intelectuais que permitem relacioná-las com a criação de espaços de discussão sobre projetos literários e editoriais e para reflexões político-culturais. As correspondências de Cortázar são importantes meios de veiculação de suas ideias políticas no período mais intenso de sua militância: as décadas de 1960 e 1970. Em suas cartas, Cortázar revela sua compreensão sobre o fazer literário, a função social da literatura, o papel do intelectual e ainda reflete sobre sua atividade literária, defende as revoluções e o socialismo e condena as ditaduras militares na América Latina. Enfim, suas cartas revelam um escritor comprometido com as grandes transformações literárias e políticas de seu tempo. Para compreendermos a correspondência de Cortázar como meio de construção de sociabilidades político-intelectuais, analisamos parte das correspondências compiladas nos três volumes organizados por Aurora Bernárdez e editados pela Alfaguara em 2000, são eles: Volume I (Cartas, 1937-1963); Volume II (Cartas, 1964-1968); e Volume III (Cartas, 1969-1983).

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Biografia do Autor

Adriane Vidal Costa, UFMG

Aluna do doutorado, Departamento de História UFMG. Professora de História da América na Rede Particular de Ensino Superior. Autora do livro Pablo Neruda: uma poética engajada.

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Publicado

2016-11-30

Como Citar

Costa, A. V. (2016). História, política e literatura na escrita epistolar de Júlio Cortázar. Anos 90, 23(43), 153–178. https://doi.org/10.22456/1983-201X.60931

Edição

Seção

Dossiê História Política: problemas e estudos