Submissões

O cadastro no sistema e posterior acesso, por meio de login e senha, são obrigatórios para a submissão de trabalhos, bem como para acompanhar o processo editorial em curso. Acesso em uma conta existente ou Registrar uma nova conta.

Condições para submissão

Como parte do processo de submissão, os autores são obrigados a verificar a conformidade da submissão em relação a todos os itens listados a seguir. As submissões que não estiverem de acordo com as normas serão devolvidas aos autores.
  • A Revista Anos 90 aceita artigos inéditos de Doutores em História e em áreas afins (desde que os artigos sejam de relevância para a área da História). Todos os autores devem possuir o título de doutor. A submissão de artigos implica na concordância, por parte do(s) autor(es), com as condições do Código Ético da revista. 

  • O envio de artigos para a revista implica na a cessão de direitos autorais e de publicação. . A Anos 90 adota a licença CC-BY como atribuição principal de Acesso Aberto. Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.
  • O material para publicação, redigido em português, inglês ou espanhol, deve incluir um resumo em português de até 15 linhas e uma versão do mesmo em inglês (abstract), bem como uma lista de até cinco palavras-chave com sua versão para o inglês (keywords). O título do artigo também deverá ser vertido para o inglês.
  • Os textos para publicação deverão ter entre 25 mil e 50 mil caracteres com espaços (aproximadamente 15 – 25 páginas), parágrafo justificado, espaço 1,5, fonte Times New Roman, tamanho 12. As citações diretas com mais de 3 linhas devem estar em parágrafo separado, justificado, fonte Times New Roman, tamanho 11. As notas devem ser numeradas seqüencialmente, no final do texto, em números arábicos, fonte Times New Roman, tamanho 10. As notas deverão ser sucintas. As remissões bibliográficas não deverão ser feitas em notas, e sim figurar no corpo principal do texto, conforme o seguinte modelo: (FREITAS, 2002, p. 32). Somente a bibliografia citada deverá ser relacionada no final do trabalho, em ordem alfabética de sobrenome, conforme a padronização da ABNT.
  • Todos os trabalhos serão apreciados pela Comissão Editorial da Revista e, estando dentro das normas, serão submetidos à avaliação cega por pares, sendo que os autores serão informados se o artigo for aceito, recusado ou aceito com alterações. A Comissão Editorial decidirá sobre a oportunidade da publicação das contribuições recebidas.
  • Os artigos devem ser submetidos sem indicação de autoria. Os dados do autor devem ser colocados como "documento suplementar" e conter o nome do autor, nome da instituição ao qual está vinculado, nome da unidade/departamento na referida instituição, titulação acadêmica, endereço eletrônico, ORCID e agência de apoio/financiamento se houver.
  • Cada autor poderá submeter um único artigo por vez à avaliação. Caso o artigo seja publicado, o autor deverá esperar o prazo de dois anos para submeter novamente artigo à avaliação na Revista. 

  • O artigo submetido à Anos 90 não pode estar ao mesmo tempo sendo avaliado para publicação em outro periódico.

Diretrizes para Autores

Normas para submissão de artigos:

A Revista Anos 90 aceita artigos inéditos de Doutores em História e em áreas afins (desde que os artigos sejam de relevância para a área da História). Todos os autores devem possuir o título de doutor. A submissão de artigos implica na concordância, por parte do(s) autor(es), com as condições do Código Ético da revista. 

O envio de artigos para a revista implica na a cessão de direitos autorais e de publicação. A Anos 90 adota a licença CC-BY como atribuição principal de Acesso Aberto. Esta licença permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela criação original.

O material para publicação, redigido em português, inglês ou espanhol, deve incluir um resumo em português de até 15 linhas e uma versão do mesmo em inglês (abstract), bem como uma lista de até cinco palavras-chave com sua versão para o inglês (keywords). O título do artigo também deverá ser vertido para o inglês.

Os textos para publicação deverão ter entre 25 mil e 50 mil caracteres com espaço (aproximadamente 15 – 25 páginas), parágrafo justificado, espaço 1,5, fonte Times New Roman, tamanho 12. As citações diretas com mais de 3 linhas devem estar em parágrafo separado, justificado, fonte Times New Roman, tamanho 11. As notas devem ser numeradas seqüencialmente, no final do texto, em números arábicos, fonte Times New Roman, tamanho 10. As notas deverão ser sucintas. As remissões bibliográficas não deverão ser feitas em notas, e sim figurar no corpo principal do texto, conforme o seguinte modelo: (FREITAS, 2002, p. 32). Somente a bibliografia citada deverá ser relacionada no final do trabalho, em ordem alfabética de sobrenome, conforme a padronização da ABNT. 

Os artigos devem ser submetidos sem indicação de autoria. Os dados do autor devem ser colocados como "documento suplementar" e conter o nome do autor, nome da instituição ao qual está vinculado, nome da unidade/departamento na referida instituição, titulação acadêmica, endereço eletrônico, ORCID e agência de apoio/financiamento se houver.

Cada autor poderá submeter um único artigo por vez à avaliação. Caso o artigo seja publicado, o autor deverá esperar o prazo de dois anos para submeter novamente artigo à avaliação na Revista. 

O artigo submetido à Anos 90 não pode estar ao mesmo tempo sendo avaliado para publicação em outro periódico.

Para submeter seus originais, os autores deverão acessar o Sistema de Editoração Eletrônica de Revistas (SEER) da UFRGS no website http://www.seer.ufrgs.br/index.php/anos90. Em caso de dificuldades na operação do sistema, contatar o editor através do endereço eletrônico: anos90@ufrgs.br.

 

Normas para submissão de resenhas:

As resenhas devem ter entre 8 e 12 mil caracteres, parágrafo justificado, espaço 1,5, fonte Times New Roman, tamanho 12.

As resenhas submetidas à Anos 90 deverão produzir uma análise crítica e trazer novos conhecimentos, não sendo um simples resumo da obra. Nesse sentido, deverão discutir a relevância da obra resenhada em relação à bibliografia existente sobre o tema, sendo referidas as demais obras pertinentes a essa discussão. Nesse sentido, solicita-se que os autores privilegiem as seguintes questões: Quais são os principais objetivos da obra e como são desenvolvidos os argumentos para alcança-los? Como a obra se posiciona nos debates contemporâneos sobre o tema? Qual o significado historiográfico do livro?

Livros nacionais deverão ter sido publicados no mesmo ano ou no ano anterior ao da submissão; livros estrangeiros deverão ter sido publicados nos últimos 3 anos.

As resenhas devem conter título próprio (diferente de “resenha” ou da indicação bibliográfica da obra) no idioma original do texto e em inglês (quando este não for o idioma original), citações e referências bibliográficas.

Autores de resenhas deverão ser doutores ou doutorandos que investiguem acerca da temática da obra resenhada.

Artigos: Lutas feministas e LGBTQ+ pela democracia no Brasil

Está aberto até o dia 31 de janeiro de 2019 o prazo para submissão de artigos ao dossiê "Lutas feministas e LGBTQ+ pela democracia no Brasil", organizado pelos doutores Joana Maria Pedro (UFSC) e Elias Ferreira Veras (UFAL), que será publicado na revista Anos 90.

Este dossiê pretender historicizar e problematizar as lutas feministas e LGBTQ+ (Lésbicas, Gays, Travestis, Transexuais etc.) pela democracia no Brasil. Privilegiamos como marcos temporais, a segunda metade do século XX, momento em que emerge, internacionalmente, e, no Brasil, os feminismos de “segunda onda” e o movimento homossexual; e as primeiras décadas do século XXI, quando esses movimentos multiplicam e diversificam sujeitos, reivindicações e estratégias de mobilização. Desse modo, serão bem vindas pesquisas que se preocupem em analisar historicamente as estratégias de resistências empreendidas por mulheres e LGBTQ+, a partir do final da ditadura civil-militar, no período da redemocratização, nos últimos governos democráticos, mas, também no tempo presente. Discutiremos de que modo a democracia - palavra presente nos panfletos, periódicos, publicações, manifestações de rua e outras intervenções – foi mobilizada nas lutas desses sujeitos. Se, a prática historiográfica – da reunião dos documentos à redação do livro – é inteiramente relativa à “estrutura da sociedade”, como aponta Michel de Certeau (2008), faz-se urgente pensar essas lutas no tempo presente, marcado pelo avanço do ultraconservadorismo e o aumento do feminicídio e da LGBTfobia.

Artigos: Exercício do poder na Idade Média e suas representações: novas fronteiras, novos significados

Está aberto, até o dia 1 de dezembro de 2018, prazo para submissão de artigos ao dossiê "Exercício do poder na Idade média e suas representações; novas fronteiras, novos significados", organizado por Igor Salomão Teixeira (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), José Manuel Cerda Costabal (Universidad Gabriela Mistral, Santiago – Chile) e Renato Viana Boy (Universidade Federal da Fronteira Sul)

Este dossiê buscará contemplar pesquisas dedicadas ao medievo estruturadas em problemas historiográficos atuais e em questões relacionadas à escrita da História no período, às relações de poder, à justiça e à história política. O dossiê proposto visa ampliar a visibilidade da produção historiográfica latino-americana no campo dos estudos medievais. Tem, portanto, o intuito de receber contribuições de pesquisadores ligados a centros de pesquisas da América Latina que se dedicam à temática em suas diferentes abordagens historiográficas.

O dossiê, intitulado “Exercício do poder na Idade média e suas representações; novas fronteiras, novos significados”, é uma proposta da RED/e Latino-Americana de Estudos Medievais, que reúne pesquisadores da Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica e México. A justificativa desta proposta se fundamenta no fato de, nas últimas duas décadas, ser possível perceber um crescimento substancial do campo de pesquisa. Junto a este crescimento quantitativo, observa-se ainda uma diversidade e originalidade nas abordagens historiográficas, temáticas e conceituais desses trabalhos, fortalecendo esta área de pesquisa entre historiadores não europeus. Sendo assim, tem um potencial para ampla participação de pesquisadores de fora do Brasil, o que vai ao encontro à proposta inerente da Anos 90 e do PPG em História da UFRGS em relação à internacionalização da pesquisa produzida no Brasil e reconhecimento dos espaços acadêmicos brasileiros como espaços importantes para a produção de conhecimento na América Latina.

Artigos: Resistências africanas: novos problemas e debates

Está aberto, até o dia 30 de setembro de 2018, o período para submissão de artigos ao dossiê "Resistências africanas: novos problemas e debates", que será publicado em edição de 2019 da Anos 90

Organizadores: Patrícia Teixeira Santos (UNIFESP) Sílvio Marcus de Souza Correa (UFSC)

Desde a chamada Scramble for Africa, os impérios coloniais tiveram que lidar com um grande número de movimentos de resistência. Entre outros, o enfrentamento do Estado mahdista com a coalisão anglo-egípcia por quase duas décadas serviu de referência para uma escrita da história da África contemporânea a partir da segunda metade do século XX. Até então, uma literatura colonial havia abordado as resistências como movimentos retrógrados, refratários à modernização. Este “colonial approach” considerou as várias rebeliões e insurgências como “revoltas bárbaras”, irracionais e amorfas. Na perspectiva do colonizador, as resistências eram um atavismo, uma simples manifestação da “tradição” em prol da reprodução das estruturas arcaicas, da preservação dos direitos consuetudinários, da defesa dos privilégios de uma elite local etc. A partir dos meados do século XX, uma nova geração de historiadores seria iluminada pelo raiar do sol das independências. Em Dacar, Ibadan e Dar es Salaam, para ficar em três exemplos, a nova historiografia africana refutaria a interpretação então vigente sobre as resistências africanas. Alguns dos mais proeminentes historiadores dessas escolas participaram do projeto editorial da UNESCO para a coleção História Geral da África. Nela, encontram-se algumas tentativas dos scholars para caracterizar as resistências, desde a defesa da autodeterminação de um conjunto heteróclito de grupos étnicos e/ou religiosos até movimentos armados com o firme propósito de vencer militarmente as tropas coloniais. Houve também propostas para uma tipologia e mesmo para uma cronologia das resistências africanas, como, respectivamente, a do historiador queniano Ali Al’amin Mazrui e do historiador ganense Albert Adu Boahen. Os trabalhos de Allen Isaacman, Jan Vansina, Terence Osborn Ranger e de outros historiadores contribuíram para uma ideia de conjunto sobre as resistências africanas. Os estudos passaram a abordar as resistências não mais localizadas, mas como vagas continentais. No sétimo volume da História Geral da África, as resistências africanas adquirem uma nova dimensão. Trata-se de um fenômeno amplo, omnipresente nos espaços coloniais (francês, alemão, belga, britânico, português, espanhol e italiano). Acontece que algumas resistências ao colonialismo foram tomadas por movimentos protonacionalistas. Lideranças políticas como o rei ashanti Prempeh I, o almamy Samory Touré,o imperador etíope Menelik II, o capitão nama Hendrik Witbooi e o líder herero Samuel Maharero entraram no panteão da resistência africana, sendo alguns deles considerados heróis nacionais avant la lettre. Uma vez abandonada a perspectiva colonial das resistências africanas, houve uma inflação de movimentos de resistência ao colonialismo. Para alguns historiadores, suicídios, abortos e redução da taxa de natalidade eram sinais de resistência. Para outros, algumas formas de resistência não eram anticoloniais e não teriam o mesmo impacto e nem a mesma relevância histórica que os movimentos de luta de libertação nacional. Num ponto, talvez, havia um consenso entre os historiadores. As resistências ao colonialismo eram uma decorrência da agência africana. Durante a primeira metade do século XX, algumas formas de resistências africanas obrigaram as metrópoles a redefinir suas políticas coloniais. Porém, as greves dos trabalhadores urbanos nas cidades portuárias da África ou dos mineiros no interior do continente nem sempre tiveram um cariz anticolonial. A participação dos “evoluídos” ou dos “assimilados” em algumas associações e em várias formas de protestos reivindicatórios daria azo para novas reformas dos estatutos coloniais, mas também para projetos mais radicais, inclusive anticoloniais. A partir da década de 1960, as lutas armadas na então chamada “África portuguesa” e as ações na clandestinidade do CNA, da SWAPO e da ZANU na África austral redimensionaram as formas de resistências africanas ao “poder branco”. Nas áreas com uma expressiva população muçulmana, os movimentos de libertação nacional passaram a evocar um passado de “guerra santa”. Na altura, pensou-se de uma forma bastante original, mas, ao mesmo tempo, bastante dicotômica, que as fronteiras coloniais teriam produzido divisões irreconciliáveis entre o “mundo do colonizado” e o “mundo do colonizador”. Apesar de sua lógica binária, essa argumentação foi muito importante e instrumental para a construção da historiografia das resistências africanas. A posição anticolonial na historiografia das décadas de 1960 e 1970 favoreceu ainda uma certa idealização do passado pré-colonial. Essa busca de um “passado sem males” levou a uma releitura política das tradições e histórias religiosas que, volens nolens, contribuiu ideologicamente para a legitimação de novos estados nacionais. Para alguns historiadores, o colonialismo teria sido um capítulo breve na história da África, não mais que um hiato. Porém, a experiência colonial foi fundamental para algumas lideranças das lutas de libertação nacional e, por conseguinte, para a construção dos estados modernos. Cabe ainda lembrar que as elites africanas buscaram se legitimar no poder por meio de uma reconciliação da modernidade (pós-colonial) com uma tradição (pré-colonial). Em muitos países africanos, o regime político de partido único agiu como se a oposição fosse inimiga da nação. As guerras civis em Angola e Moçambique demonstraram também que as resistências africanas não eram somente diante do estrangeiro colonizador. As experiências políticas de um passado recente, especialmente de ditaduras militares, de guerra civil ou de regimes de partido único de nações africanas, suscitaram uma revisão teórica das resistências africanas, assim como uma seara de trabalhos inovadores em vários aspectos. Entre outras, destacam-se as contribuições Klaas van Walraven, Jon Abbink, Gregory Maddox e Frederick Cooper sobre o conceito de resistência na história da África. Cabe ainda ressaltar os trabalhos como de Nina Emma Mba e Catherine Coquery-Vidrovitch que atentaram para a agência feminina nos movimentos de resistência africana. Assim, os estudos subalternos, os estudos pós-coloniais e os estudos de gênero permitiram uma renovação das perspectivas sobre as resistências africanas dos séculos XIX e XX. Os organizadores convidam pesquisadores a contribuir com a reflexão e o debate sobre as resistências africanas desde o colonialismo até o tempo presente. A proposta é trazer à baila novos aportes para a historiografia sobre certos movimentos políticos e/ou religiosos na África desde a colonização até a globalização. Passados 120 anos do fim do Estado mahdista no Sudão e do estabelecimento do Condomínio anglo-egípcio, os estudos sobre as resistências africanas têm uma série de “rebeliões”, “levantes” e “guerras” a revisitar, bem como outras formas de resistência por identificar.

Dossiê: História e Patrimônio: questões teóricas e metodológicas

Proposta do dossiê:

O presente dossiê pretende agregar artigos que enfoquem questões teóricas e metodológicas referentes a três possibilidades de interface entre a história e patrimônio. A primeira delas trata das investigações acadêmicas sobre os processos de patrimonializacao e usos do passado, cuja acolhida não se estabeleceu apenas em programas de pós-graduação strictu sensu em História, mas em uma miríade de programas interdisciplinarés criados no Brasil nas últimas décadas. A segunda possibilidade envolve a atuação do profissional historiador em um campo de disputas, onde estão em jogo os embates em torno de práticas e representações sobre os bens culturais e sobre o passado. Finalmente, a terceira interface está relacionada ao ensino de história e envolve especialmente as políticas educacionais que, no Brasil, tem colocado o patrimônio como eixo de abordagens transversais no currículo escolar. Em qualquer destes lugares de produção histórica sobre o patrimônio, o aprofundamento teórico e metodológico constitui-se em prerrogativa para o avanço da reflexão sobre a especificidade das contribuições do conhecimento histórico para a questão, bem como para o compartilhamento e debate interdisciplinar com outras áreas envolvidas. Desse modo, o Dossiê História e Patrimônio é um convite aos pesquisadores para sistematizar suas reflexões de ordem teórica e metodológica relacionadas às possibilidades de interface acima elencadas. Pretende-se discutir autores e conceitos  utilizados, bem como metodologias postas em ação para elucidação de problemas. Para perseguir esse objetivo, estudos de caso devem ser evitados, a não ser que sirvam para tornar compreensíveis as questões teóricas e metodológicas enfocadas.

Período para submissão de artigos: até 30 de abril de 2018.

 

Dossier: "History and Heritage: theoretical and methodological issues"

Purpose of the dossier:

This dossier aims to compile articles that concentrate on theoretical and methodological issues regarding three possibilities of interface between history and heritage. The first one, which has been accepted not only by strictu sensu post-graduate programs in History but also by a myriad of interdisciplinary programs created in Brazil in the last decades, focuses on  the academic investigations about the processes of patrimonialization and uses of the past. The second possibility addresses the performance of the professional historian on a battlefield, examining the clashes regarding practices and representations about cultural goods and the past. Finally, the third interface is related to the teaching of history and involves more specifically Brazilian educational policies, which have placed patrimony as an axis of transversal approaches in the school curriculum. In any of these areas of study on heritage, a solid theoretical and methodological development constitutes a prerogative for the advancement of reflection on the specificity of the contributions of historical knowledge to this topic, as well as for the interdisciplinary sharing and debate with the other areas involved. Hence, the History and Heritage Dossier (Dossiê História e Patrimônio) is an invitation for researchers to systematize their theoretical and methodological reflections on the possibilities of the interface listed above. It aims to discuss the authors and concepts used, as well as the methodologies put into action in order to sort out problems. To pursue this objective, case studies should be avoided unless they contribute to the comprehension of the theoretical and methodological issues addressed.

The period for submitting articles to the dossier is open until April 30th, 2018.

Dossiê: Violência, Guerra e Migração no Mundo Antigo

A proposta deste dossiê é refletir sobre temas urgentes e atuais a partir do estudo das sociedades antigas. Práticas de violência legitimadas pelas guerras, tendo como consequência a migração massiva de populações têm uma longa historicidade. E essas diversas experiências históricas foram preservadas e deixaram inúmeros indícios nos textos, nas imagens e na cultura material. Investigar essa temática na antiguidade pode contribuir para a compreensão dos recentes acontecimentos que atingem o mundo, especialmente o Mediterrâneo, a Europa e os EUA. O enunciado deste dossiê contempla diversos enfoques, tais como questões relacionadas à tecnologia da guerra, à retórica da violência, à situação das mulheres e crianças nos conflitos, à migração e o fenômeno de transculturação, entre outros.

Editores de seção: Katia M.P Pozzer (UFRGS) e Pedro Paulo Funari (UNICAMP).

Prazo de submissão: até primeiro de dezembro de 2017

Dossiê: Presença dos anos 1980: esperanças, nostalgias e historiografia

O dossiê “Presença dos anos 1980: esperanças, nostalgias e historiografia” tem por objetivo apresentar pesquisas atuais sobre a década a partir de discussões em relação às continuidades e rupturas, às atualidades e os legados, em suas mais diversas manifestações: culturais, sociais, estéticas, políticas, religiosas, etc. A proposta se justifica pela necessidade de respostas historiográficas ao “retorno” aos anos 1980, seja como uma vivência utópica ou nostálgica, bem como pela possibilidade de contribuir com estudos que permitam outras leituras sobre o período, para além do âmbito político, que permanece como objeto de predileção nas análises. Teriam sido os anos 1980 um tempo perdido? As diferentes percepções em relação à década daqueles que a viveram e por outros que gostariam de tê-la vivido permitem que a pergunta seja apresentada, e recolocada à produção historiográfica: o que há para ser escrito sobre a história dos anos 1980?

Editores de seção: Dra Caroline Silveira Bauer (UFRGS), Dr. Marcelo Santos de Abreu  (UFOP) e Dr. Mateus Henrique de Faria Pereira (UFOP)

Prazo de submissão de artigos: até o dia 31 de julho de 2017

Dossiê: As conexões e as dinâmicas atlânticas na formação do mundo moderno

O Dossiê “As conexões e as dinâmicas atlânticas na formação do mundo moderno” busca reunir artigos com perspectivas historiográficas que tomem a interconectividade entre distintos indivíduos e sociedades e as suas experiências transatlânticas como principal eixo de reflexão. Nas últimas décadas, um grande número de projetos acadêmicos inter-institucionais e grupos de pesquisa de ambos os lados do Atlântico promoveram uma maior troca de experiências de trabalho entre pesquisadores europeus, africanos e americanos. No que diz respeito à história das sociedades ocidentais, uma das matrizes de análise que atraiu a atenção de um grande número de pesquisadores de distintas áreas de conhecimento e que ainda produz diferentes efeitos sobre as investigações históricas entre os séculos XVI e XIX foi a chamada “Atlantic History”. Dialogando com estas e outras correntes historiográficas, um número significativo de pesquisas proporcionou uma profunda revisão de interpretações clássicas a respeito de temas ligados tanto à história da Europa e de seus impérios, quanto às histórias da África e das Américas, incluindo aqui os diversos povos indígenas do continente. No caso do Brasil, e por ocasião destas recentes perspectivas, a formação da sociedade colonial tem sido entendida nos quadros do Império português e sob uma comparação mais complexa com outras realidades coloniais do período. O maior número de estudos escritos por africanistas possibilitou uma melhor compreensão da escravidão, do tráfico atlântico e das sociedades neles envolvidas sob uma perspectiva multiculturalista, valorizando, cada vez mais, a história da África e a sua importância para a compreensão da história das Américas. As diferentes sociedades escravistas do atlântico, as migrações em escala mais global, a circulação de ideias e impressos, as diversas elites locais forjadas em economias agrárias e mercantis, seus espaços de atuação e suas estratégias e a possibilidade de compará-las umas com as outras tem oferecido uma visão do passado muito mais complexa do que há 30 anos atrás. Com relação aos aspectos políticos e econômicos, a preocupação em vincular a crise do Antigo Regime europeu com o processo de independência das colônias americanas e as distintas trajetórias institucionais dos Estados constituídos durante a “Era das Revoluções” com o avanço do capitalismo e a desagregação das economias escravistas tem crescido bastante.

Portanto, a proposta do Dossiê é reunir artigos que dialoguem com as mencionadas premissas e que busquem analisar as múltiplas conexões sociais em escala atlântica que caracterizaram a formação do mundo moderno entre os séculos XV e XIX e que tragam avaliações historiográficas atuais a respeito das pesquisas nesta área.

Editores da seção: Dr. Eduardo Santos Neumann (UFRGS), Dr. Jonas Moreira Vargas (UFPel) e Dra Renata Dal Sasso Freitas (UNIPAMPA)

Dossiê: DILEMAS E POSSIBILIDADES DA PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA NO BRASIL

A comemoração de um aniversário, como este dos 30 anos do programa de pós-graduação em História da UFRGS, é uma oportunidade de revisitar o passado, fazer as justas homenagens, remontar os inícios e rever percursos. Além da perspectiva memorial, que nos proporciona momentos fecundos de afetividade, a comemoração também pode ter um efeito de corte mais cognitivo. O que podemos aprender, o que podemos problematizar a partir de um aniversário? Convidamos os/as colegas de todo o país a refletirem sobre os significados da institucionalização e consolidação dos programas de pós-graduação no país, especialmente nos últimos 30 anos. Esse questionamento não se refere apenas ao passado e ao presente, mas também ao futuro: que expectativas podemos ter quanto à formação de profissionais na área de história em nosso país? Essa pergunta evidentemente se coloca a partir de um presente pleno de polêmicas, debates e movimentos diferenciados. Desde 2014 temos um curso de Mestrado Profissional em rede, que envolve várias universidades brasileiras, situando-se em um cenário no qual pululam manifestos favoráveis e contrários à proposta da Base Nacional Curricular Comum para a área de história, bem como análises de todos os níveis de aprofundamento. Neste sentido, uma das temáticas que se pretende abranger neste dossiê, é sobre o quanto essas (re)aproximações recentes dos departamentos de história com o ensino de história afetam os programas de pós-graduação em história na atualidade. Outra pergunta que pode ser feita a partir de uma comparação entre o contexto atual dos programas de pós-graduação em história e aquele de trinta anos atrás se refere à ampliação extrema das possibilidades de divulgação do conhecimento através de meios digitais. Como as revistas dos programas dos programas vêm reagindo a essa inovação? Este tema nos remete imediatamente ao das avaliações dos periódicos mantidos pelos programas de pós-graduação: quais foram os efeitos, nestas revistas, da implementação das avaliações pelo sistema Qualis? Neste tema encadeamos outro: como as avaliações dos programas de pós-graduação têm impactado as carreiras docentes? Outros temas e questionamentos e outros problemas político-acadêmicos são possíveis. Queremos compartilhar nossa alegria pela passagem dos 30 anos do PPGH – UFRGS e refletir sobre os dilemas e possibilidades que enfrentamos na atualidade.

Editoras de seção: Dra. Regina Weber (UFRGS) e Dra. Mara Cristina de Matos Rodrigues (UFRGS)

Prazo de submissão: 1º de agosto de 2016

Dossiê: Estados Unidos - História e Historiografia

A história dos Estados Unidos e a historiografia norte-americana são duas ilustres (quase) desconhecidas no Brasil. Seja por uma barreira lingüística, seja por preconceito político, o fato é que não só os historiadores brasileiros, com raras exceções, têm falhado em manter diálogos estendidos com seus colegas do norte, mas também têm produzido pouco sobre a história norte-americana. Neste contexto, pensamos ser fundamental o (re)estabelecimento de debates historiográficos entre brasileiros e estadunidenses, justamente para abrir um espaço de oportunidades entre as comunidades de historiadores de ambos os países e problematizar a história dos Estados Unidos em seus mais diferentes aspectos. Este dossiê, portanto, tem por objetivo pensar e divulgar a história e a historiografia norte-americanas em nosso país, na medida em que se trata de um campo ainda em formação e com inúmeras possibilidades para aqueles que nele se dispõem a se aventurar.  Dentro desta perspectiva, para este dossiê, serão bem vindos artigos que reflitam sobre a história e a historiografia dos Estados Unidos em seus mais variados âmbitos políticos, sócio-econômicos e culturais, assim como diversas perspectivas teóricas e epistemológicas sobre elas.

Editores de seção: Dr. César Augusto Barcellos Guazzelli (UFRGS) e Dr. Arthur Lima Avila (UFRGS)

Dossiê História Política: problemas e estudos

A história política renovou-se muito nas últimas décadas, ganhando cada vez mais impulso e importância. Nesse dossiê a revista Anos 90 se abre para contribuições concernentes às relações de poder político-institucionais que permeiam as sociedades e o Estado em suas múltiplas dimensões, especialmente quanto aos problemas teóricos e metodológicos enfrentados e aos estudos de objetos característicos dessa área de estudos históricos. Contempla, portanto, trabalhos direcionados a origens, fundação e consolidação de partidos, sistemas partidários, formação de quadros dirigentes e de militância, propagandas político-partidárias, práticas discursivas e motivações e interesses. Volta-se igualmente às relações entre os grupos e agentes sociais e os poderes estatais e sobre o Estado, estudos que abordam as tradições, as famílias políticas, as trajetórias. O dossiê ambiciona também aventar os limites da cultura e do político em suas ambientações históricas, dado que existem margens de contato e de fusão entre esses espaços que merecem análises atentas, pois revelam determinados valores e convicções da sociedade, codificados em memórias, vocabulários, textos de referência, sociabilidades e voluntarismos. A profundidade histórica do campo político pode assim ser dissecada através das atitudes e das cerimônias, explorando a significação dessas ao recolocá-las no domínio dos simbolismos e crenças. O dossiê não se limita a um recorte temporal bem delimitado, mas tende a privilegiar estudos que se concentram em períodos mais próximos do presente, temas e problemas de história política contemporânea do Brasil e do mundo.

Editores de seção: Dra. Carla Brandalise (UFRGS) e Dr. Luiz Alberto Grijó (UFRGS)

Prazo para submissão de artigos: até 15 de dezembro de 2015.

Dossiê: Usos públicos e políticos da memória - Construções, conflitos e representações

Este dossiê tem por objetivo apresentar pesquisas atuais sobre os usos públicos e políticos da memória e suas implicações culturais, identitárias e políticas em suas diferentes manifestações – sejam elas construções e representações ou gestão de conflitos de memória – em sociedades marcadas por um passado traumático. A proposta se justifica pelo crescente interesse sobre os debates de políticas de reparação e memória, em parte estimulado pelos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, no Brasil, mas também por um profícuo intercâmbio interdisciplinar e internacional entre grupos de pesquisa que, de maneira comparativa, procuram entender os complexos processos de relação entre a memória e a sociedade. Assim, o dossiê também possibilitaria a apresentação de artigos por parte dos integrantes do projeto “Memoria y sociedad. Las políticas de reparación y memoria y los procesos sociales en la construcción de la memoria pública contemporánea en Europa y América. Conflicto, representación y gestión”, sem prejuízo para artigos oriundos de outros projetos e demais pesquisadores que tenham os usos públicos e políticos da memória como tema central de suas investigações.

Editores de sessão: Claudia Wasserman (UFRGS), Caroline Silveira Bauer (UFPEL) e Isabel Piper Shafir (Universidad de Chile)

Prazo de submissão: 20/12/2014

Artigos: (IN) Justiças no Mundo do Trabalho: Questões Emergentes e Desafios Permanentes

Está aberto, até o dia 30 de janeiro de 2020, o prazo para submissão de artigos ao dossiê "(IN) Justiças no Mundo do Trabalho: Questões Emergentes e Desafios Permanentes", organizado por Dra. Christine Paulette Yves Rufino Dabat (Universidade Federal de Pernambuco), Dra. Juliana Alves de Andrade (Universidade Federal Rural de Pernambuco) e Dr.  Thomas D. Rogers (Emory Universityof Arts and Sciences. Atlanta, Geórgia, EUA).

A presente proposta de dossiê tem como objetivo problematizar as noções de (in) justiça e direito dos trabalhadores do século XIX e XX. Os deslocamentos provocados pelas ações individuais e/ou coletivas de diferentes sujeitos históricos em defesa da garantia de seus direitos, tem proporcionado o surgimento de questões contemporâneas que são desafiadoras para o campo da história como: as diferentes práticas sociais e culturais de proteção ao assédio moral e sexual, práticas e leis de combate a jornada exaustiva e condição degradante, a migração de trabalhadoras (es) latino americanos, as estratégias de erradicação da exploração do Trabalho Infantil e a luta contra a reforma trabalhista na Europa, América do Norte e América do Sul. Com isso, buscamos reunir trabalhos que investiguem a trajetória de homens e mulheres que recorreram à justiça em busca da garantia dos seus direitos; as negociações em torno do regime jurídico de trabalho, os impactos das leis no cotidiano do trabalhador, as mobilizações dos trabalhadores; os papeis das organizações de classe;  estudos sobre trabalhadores escravizados, libertos e livres; e o estabelecimento de conexões entre a escravidão e o pós-abolição. Essas trajetórias individuais ou coletivas do acesso à justiça, que tiveram suas ações registradas nas fontes judiciais, ajudam a enxergar os avanços e os desafios permanentes no que se refere à garantia dos direitos conquistados.

Artigos: A historiografia sobre as Missões Jesuíticas: a escrita e o tempo

Está aberto, até o dia 10 de janeiro de 2020, o prazo para submissão de artigos ao dossiê "A HISTORIOGRAFIA SOBRE AS MISSÕES JESUÍTICAS: A ESCRITA E O TEMPO", organizado por Dr. Alex Coello de la Rosa. (Universidad Pompeu Fabra – Barcelona), Dr. Giovani José da Silva (Universidade Federal do Amapá) e Dra. Maria Cristina Bohn Martins (Universidade do Vale do Rio dos Sinos).

Os estudos sobre os espaços missionários em que atuaram os jesuítas conheceram uma significativa renovação desde os finais do século XX, quando se superaram os tradicionais enfoques de elogio ou detratação dos jesuítas e suas missões.  Na mesma medida, produziu-se, desde então, uma fecunda ampliação dos temas e abordagens para o estudo das missões, por exemplo, a partir de perspectivas que dirigiam seu interesse a questões relativas ao cultural e ao simbólico. Depois, a esse movimento associou-se outro igualmente renovador, capaz de produzir uma mudança substancial na perspectiva pela qual se analisa o tema, dizendo respeito à recuperação, para as populações não europeias, de um lugar ativo na configuração dos elementos simbólicos e materiais que constituíram tal história. Tratou-se fundamentalmente, no caso das Américas, como disse Celestino de Almeida (2010), de trazer as populações indígenas, dos “bastidores para o palco”. Dessa maneira, podemos dizer que o estudo dos espaços missionários permanece revestido de densidade analítica no momento presente, instalando, entre outras coisas, profícuas discussões sobre os processos de contato cultural e seus desdobramentos.  O dossiê pretende ser um espaço de ampliação de tal debate a partir da contribuição de especialistas na matéria.

Formas de religiosidade na Itália (séculos XIII ao XV)

Está aberto, até o dia 30 de setembro de 2021, o período para submissão de artigos para o dossiê "Formas de religiosidade na Itália (séculos XIII ao XV)", que será publicado em 2022 na Anos 90.

Organizadores do dossiê: Dr. Igor Salomão Teixeira (UFRGS, Brasil), Dra. Maria Benedetti (UNIMI, Itália), Dr. Pierre Savy (ERF, Itália)

O dossiê pretende fomentar discussões sobre documentação produzida direta ou indiretamente sobre diferentes manifestações religiosas na Península Itálica entre os séculos XIII e XV. O dossiê tratará sobre o cristianismo e também sobre o islamismo e o judaísmo. Esperamos receber contribuições que abordem temas como manifestações e práticas religiosas e devocionais; formação, constituição e regulamentação de comunidades religiosas, institucionalizadas ou não; definição da "ortodoxia" e de correntes consideradas não conformistas; criação de espaços de atuação política, cultural, econômica e social e interação do domínio religioso com esses espaços.

 

Our main goal is to foster discussion regarding documents on different religious manifestations (directly or indirectly produced), in the Italian Peninsula. This dossier will deal mainly with Christianity, but Judaism and Islam will also be contemplated. We invite submissions on themes such as: religious/devotional manifestations and practices; the emergence, constitution and regulation of religious communities (be those institutionalised or not); the definition of “orthodoxy” and of non-conforming currents; the creation of spaces for political, cultural, economic and social action, and the interaction between the religious realm and those spaces.

História da(s) sexualidade(s) na América Latina (séculos XIX e XX)

Coordenadores/Coordinadores/Coordinators: Ana Carolina Gálvez Comandini (Universidade Metropolitana de Ciências da Educação, Chile); Benito Schmidt (Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil); Patricio Simonetto (University College London, United Kingdom).

O objetivo deste dossiê é reunir artigos referentes à história da (s) sexualidade (s) na América Latina nos séculos XIX e XX. Incentivamos a enviar contribuições aqueles e aquelas que investigam os discursos que definiram os limites possíveis das práticas sexuais; a politização da sexualidade; a intervenção de burocratas, pedagogos, médicos ou juristas na construção de políticas regulatórias do corpo; a configuração de identidades sexuais modernas, como heterossexualidade, homossexualidade/gay, trans*, lésbica, intersexual, bissexual, assexual ou queer/transviada; o reconhecimento de práticas eróticas na vida cotidiana; as tecnologias do prazer, concepção, fertilidade ou contraceptivas; os usos do espaço público, privado ou íntimo; a compra e venda de serviços sexuais; as narrativas de sexualidade de crianças, jovens, adolescentes, adultos e idosos (as) e as articulações entre sexualidades e outra identidades.

EL objetivo de este dossier es reunir artículos sobre la historia(s) de la(s) sexualidad(es) en América Latina durante el siglo XIX y XX. Invitamos a enviar contribuciones a aquellos/as/es que investigan los discursos que definieron los límites posibles de las prácticas sexuales; la politización de la sexualidad; la intervención de burocraticas, pedagogos, médicos o juristas en la construcción de políticas regulatorias del cuerpo; la configuración de identidades sexuales modernas como la heterosexualidad, homosexualidad/gay, trans*, lésbiana, intersexual, bisexual, asexual o queer; el reconocimiento de prácticas eróticas en la vida cotidiana; las tecnológias del placer, concepción, contraconcepción o fertilidad; las narrativas populares sobre la sexualidad de las infancias, jovenes, adolescentes y adulto; como también, las artículaciones entre sexualidades y otras identidades.

This dossier aims to bring together articles about the Latin American History of Sexuality during the nineteenth and twentieth century. We hope contribution on topics such as the discourses that defined the limits of sexual practices; the politicization of sexuality; bureaucratic, educational, medical or legal interventions in the making of body regulatory politics; the making of modern sexual identities such as heterosexuality, homosexuality/gay, trans*, lesbian, intersexual, bisexual, asexual or queer; the study of everyday erotic practices; the study of technologies of pleasure, conception, contraception or fertility; popular narratives about children, youth or adults' sexualities; likewise, studies about the intersection between sexuality and other identities.

História, Artes e Juventude: o mundo na virada do século

Coordenadores/Coordinadores/Coordinators:  Dr. Edwar Castelo Branco, Federal University of Piauí, Brasil; Dra. Paula Guerra, University of Porto, Portugal; Dr. Matthew Worley, University of Reading, United Kingdom

O dossiê pretende articular história, arte e juventudes, entre a segunda metade do século XX e o início do século atual. O objetivo é tomar este recorte cronológico para iluminar as condições de existir no interior das quais emergiram objetos históricos tais como a Tropicália, o PO-EX, a anti-arte ambiental, o movimento hippie, a beat generation, a pop-art, o proto-punk, o krautrock, o (pós)punk, etc e, a pretexto de tais movimentos, indagar sobre parcelas da juventude que viviam em espaços tais como Portugal, Inglaterra e Brasil. E esse intuito prende-se justamente com o facto de em meados do século passado tais parcelas juvenis terem descoberto os limites da linguagem, a equivocidade do sentido e o intervalo entre a palavra e a coisa. No limite, pode-se dizer que as manifestações da arte e as vivências juvenis neste período são parte de um contexto histórico no qual uma crise de legitimação vai estar no centro das formas através das quais parcelas jovens tinham que conhecer e re-conhecer o mundo. Os jovens que consubstanciaram os movimentos antes referenciados tiveram que lidar, por um lado, com uma crescente complexificação do mundo, a qual exigia a escavação de novas modalidades de expressão, enquanto, por outro lado, tiveram que enfrentar a fúria policialesca em diferentes regiões do mundo. Assim, estes jovens tiveram que esgrimir a palavra como uma arma, pois já sabiam que os sentidos e os significados não são meras resultantes dos liames entre as palavras e as coisas, mas produções sociais, na medida em que as palavras não apenas dizem as coisas, mas produzem sentidos e efeitos de verdade. A problematização do quadro apontado é o principal objetivo do dossiê ora proposto. Admitindo que a época proposta é um momento histórico quando os lugares se confundem, neste momento a juventude urbana, em diferentes lugares do planeta, tomará para si a tarefa de prospectar novas linguagens artísticas. Desse modo, o dossiê, a pretexto da premissa artes e juventudes, se propõe a reunir estudos que medeiam entre os meados do século XX e o início do século atual em diferentes regiões do planeta do Norte ao Sul Global.

 

The dossier aims to articulate history, art and youth, between the second half of the twentieth century and the beginning of the current century. The aim is to take this chronological cut to illuminate the conditions of existence within which historical objects such as Tropicália, the PO-EX, environmental anti-art, the hippie movement, the beat generation, pop-art, proto-punk, krautrock, (post)punk, etc. emerged and, under the guise of such movements, to inquire into parts of the youth that lived in spaces such as Portugal, England and Brazil. This intention has to do precisely with the fact that in the middle of the last century these young people had discovered the limits of language, the equivocity of meanings and the interval between the word and the thing. In the limit, one may say that the manifestations of art and the juvenile experiences in this period are part of a historical context in which a crisis of legitimation will be at the centre of the ways in which the youngsters had to know and re-know the world. The young people who embodied the aforementioned movements had to deal, on the one hand, with a growing complexification of the world, which demanded the excavation of new modes of expression, while, on the other hand, they had to face the fury of the police in different regions of the world. Thus, these young people had to fence the word as a weapon, for they already knew that senses and meanings are not mere results of the links between words and things, but social productions, to the extent that words not only say things, but produce senses and effects of truth. The problematisation of the framework pointed out is the main objective of the dossier now proposed. Admitting that the proposed period is a historical moment when places become confused, at this moment urban youth, in different parts of the world, will take upon themselves the task of prospecting new artistic languages. In this way, the dossier, under the pretext of the premise of arts and youth, proposes to bring together studies from the mid-twentieth century to the beginning of the current century in different regions of the planet from the North to the Global South.

 

El dossier pretende articular historia, arte y juventud, entre la segunda mitad del siglo XX y principios del siglo actual. El objetivo es tomar este corte cronológico para iluminar las condiciones de existencia dentro de las cuales surgieron objetos históricos, como Tropicália, PO-EX, anti-arte ambiental, el movimiento hippie, la generación beat, el pop-art, el proto-punk, krautrock, (post) punk, etc. y, con el pretexto de tales movimientos, indagar sobre porciones de la juventud que vivieron en espacios como Portugal, Inglaterra y Brasil. Y esa intención se debe precisamente a que a mediados del siglo pasado, esos grupos de jóvenes descubrieron los límites del lenguaje, la equívoco del sentido y la brecha entre la palabra y la cosa. En el límite, se puede decir que las manifestaciones del arte y las vivencias juveniles en este período son parte de un contexto histórico en el que una crisis de legitimación estará en el centro de las formas en que las tramas jóvenes debieron conocer y re-conocer. el mundo. Los jóvenes que encarnaron los movimientos antes mencionados tuvieron que lidiar, por un lado, con una creciente complejización del mundo, que requirió la excavación de nuevas modalidades de expresión, mientras que, por otro lado, tuvieron que enfrentar la furia policial. en diferentes regiones del mundo. Así, estos jóvenes debieron utilizar la palabra como arma, pues ya sabían que los sentidos y significados no son meramente el resultado de vínculos entre palabras y cosas, sino producciones sociales, en la medida en que las palabras no solo dicen cosas, sino que producen. significados y efectos reales. La problematización del cuadro señalado es el principal objetivo del dossier que ahora se propone. Admitiendo que el momento propuesto es un momento histórico en el que los lugares se confunden, en este momento la juventud urbana, en diferentes lugares del planeta, asumirá la tarea de explorar nuevos lenguajes artísticos. Así, el dossier, bajo el pretexto de la premisa artes y juventud, propone recoger estudios que medien entre mediados del siglo XX y principios del siglo actual en diferentes regiones del planeta desde el Norte hasta el Sur Global.

Doenças e Tratamentos no Mundo Antigo: questões, metodologias e fontes em debate

Esta chamada visa reunir artigos que estudem abordagens clássicas e pré-clássicas das doenças enquanto um fenômeno social.

Damos as boas-vindas a todas as contribuições dedicadas a um diálogo transdisciplinar envolvendo a Antropologia, Papirologia, Egiptologia, Assiriologia, Antiguidade Clássica, Semiótica, Filosofia e a História da Ciência/Medicina.

As temáticas incluem – mas não se restringem ao estudo de – magia, terapêuticas, matéria médica, cultura material, referências literárias e documentação não-literária.

O resultado desse dossier será um compêndio de ensaios discutindo fontes documentais literárias e não-literárias, enriquecidos pelos estudos de casos provenientes do mundo mesopotâmico, Egito, Grécia e Roma, e num plano mais genérico, do Mundo Mediterrâneo Antigo.

Memórias em disputa: manifestações no espaço público

O recente empoderamento de populações antes relegadas a viver num espaço padronizado pelos dominadores que impuseram a colonização, escravidão africana, escravidão e servidão indígena, dependência e desigualdade, nos obriga a entender que as demandas das classes populares latino-americanas não estão somente relacionadas com segurança e soberania alimentar, emprego, moradia, educação e saúde, mas também se referem às demandas por reconhecimento de suas culturas, memórias, suas epistemologias e suas histórias. A proposta desse dossiê aborda essa necessidade das classes populares e movimentos sociais e ainda busca visibilizar seus protagonismos. Portanto, o tema do dossiê são as recentes intervenções populares no espaço público, protagonizadas por movimentos sociais organizados ou espontâneos, que visam questionar, contestar, recriar ou ressignificar as memórias oficiais modeladas pelo poder público estatal. Tais manifestações tendem a tencionar a história oficial ao inserir outros discursos, pessoas ou grupos na paisagem memorial cujas identidades sociais encontram-se sub representadas ou excluídas. As manifestações públicas buscaram alterar monumentos ou a paisagem memorial na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Nicarágua e despertam temáticas que podem ser exemplificadas pelos seguintes pares conceituais: memórias da conquista da América e da colonização europeia X memórias dos grupos e etnias submetidos à escravidão, genocídio ou etnocídio; Estado democrático de direito X Estado autoritário; demarcações de lugares relativos às graves violações de direitos humanos X apagamentos dessas memórias; história colonial X decolonialidade. O dossiê prevê contribuições sobre memórias vinculadas com processos de genocídio, etnocídio, escravidão, entre outras atrocidades cometidas contra os direitos humanos. Também prevê contribuições sobre o recente empoderamento de populações subalternizadas e suas manifestações em lugares de memória que sugerem memórias em disputa e podem ser vistos como sintoma da insatisfação popular com o espaço público, representando novos saberes que ultrapassam as fronteiras hegemônicas epistemológicas. Em termos práticos os artigos podem tratar de casos caracterizando os locais da intervenção, o contexto político da manifestação e suas repercussões. Recuperar as memórias de processos genocidas na forma de relatos pessoais, testemunhos, representações literárias podem ser forma de combater o perigo do negacionismo que ameaça vítimas e procura, por diversos meios, minimizar, justificar, relativizar e, em formulações mais extremas, negar de plano o acontecido. Este modo de monumentalização das lembranças, de algum modo fundado pela experiencia da Shoá, pode aplicar-se a outras circunstâncias históricas nas quais a representação estética em geral e literária em particular, funciona como um monumento que, por momentos, reforça as representações já consensuadas, mas também disputa os modos de representar os episódios até, no limite, produzir mudanças paradigmáticas. Em termos teóricos podem ser mobilizadas reflexões em torno dos lugares de memória e dos sítios de consciência, das memórias em disputa, do patrimônio cultural, história pública, políticas de reparação e identidades sociais. Artigos sobre ensino de história e patrimônio serão bem-vindos.

Perspectivas locais em tempos globais. História Glocal como uma variável teórica

Segundo o dicionário de Oxford, o anglicismo Glocal é definido como aquele "que se refere tanto a fatores globais como locais ou que reúne características de ambas as realidades". Este conceito, nascido e aplicado nas esferas empresarial e cultural, foi transferido nas últimas décadas para o campo da história. Assim, este conceito aplicado aos estudos históricos permite-nos compreender, a partir daqueles processos de "globalização precoce" que tiveram a América Latina como protagonista principal, (Hausberger 2018), objetos de estudo locais ou regionais, ou se preferirem, de um âmbito geográfico muito mais delimitado. Assim, nesta perspectiva, a História Glocal será entendida por alguns autores como uma das modalidades da História Global (Aram 2019) e, portanto, centra-se em fenómenos locais que têm um impacto global (Torre 2018), conseguindo com esta abordagem "descentralizar a história", nos termos de Natalie Zemon Davis (2011). Portanto, estes estudos glocais desenvolvem um verdadeiro "jogo de escalas" (Apocalipse 1996, De Vries 2020) e permitem ao historiador refletir e encontrar muitas vezes a nível local aquelas ligações globais que as historiografias nacionais "extinguiram ou esconderam" (Gruzinski 2001:87). Este movimento entre diferentes escalas de análise será, portanto, crucial para a compreensão destes objetos de estudo (Pons 2013). Sem esquecer, neste sentido, que as trajetórias biográficas e/ou pessoais serão de grande interesse para esta perspectiva, recentemente chamada de Global Micro-History por alguns autores (Andrade 2010, Trivellato 2011, Ghobrial 2014, entre outros) e criticada na mesma medida por outros investigadores (Medick 2016, Levi 2018).

Por todas estas razões, este Dossiê intitulado Olhadas Locais em Tempos Globais. A História Glocal como variável teórico-metodológica nos estudos históricos do espaço americano (séculos XV-XIX) visa reunir artigos que se enquadrem nesta perspectiva historiográfica, utilizando estes instrumentos teóricos e metodológicos para explicar e analisar fenómenos históricos do século XV ao século XIX. Este amplo período de tempo permitirá, sem dúvida, um debate significativo sobre uma perspectiva de estudo que até agora não teve um dossiê específico nas revistas científicas no campo da história.  Desde o início do ano de 2022, alguns dos coordenadores deste Dossiê vêm promovendo sessões do Seminário Internacional de História Glocal (SIGlo), em uma iniciativa do Departamento de História Americana da Universidade de Sevilha, Espanha. As cinco edições realizadas até agora foram muito bem recebidas tanto por investigadores participantes de várias instituições europeias e americanas de prestígio, quanto pelo público presente pessoalmente e virtualmente. Consideramos, portanto, que este Dossiê seja uma valiosa oportunidade de reunir e divulgar uma boa parte dos debates e reflexões iniciados durante esta atividade.

O rural, a ciência e o meio ambiente

A questão ambiental é um problema que está nas pautas de discussão há muito tempo, mas se tornou assunto urgente nas últimas décadas. A historiografia produzida sobre o tema tem demonstrado que os debates sobre as consequências da intervenção humana na natureza ganharam conteúdos muitos próximos aos atuais no início do período moderno, quando “ocorreu uma série de transformações na maneira pela qual homens e mulheres, de todos os níveis sociais, percebiam e classificavam o mundo natural ao seu redor” (THOMAS, 2010, p. 19). A partir disso, uma outra ideia de natureza se constituiu, associando a necessidade de domínio adquirido ao conhecimento construído sobre o ambiente (LENOBLE, 2002, p. 183). Nessa caminhada, a adoção de medidas mais contundentes para lidar com a problemática da destruição ambiental são coetâneas as décadas finais do século XX. A realização da “Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e o Desenvolvimento” (ECO-92), ocorrida no Brasil em junho de 1992, nesse sentido, é um dos principais acontecimentos que demonstra essa nova tomada mundial de posições sobre a questão. Do mesmo modo, a escolha da cidade de Belém do Pará para sediar, no ano de 2025, a 30ª Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas (COP30), demonstra a relevância do problema e o protagonismo do Brasil em relação aos debates internacionais que envolvem a preservação ambiental e as alterações climáticas.

Por sua vez, ao acompanhar as discussões que vêm sendo feitas sobre meio ambiente e desenvolvimento é possível perceber que, além dos assuntos que dizem respeito a necessidade de diminuirmos os níveis de emissão de gases poluentes e protegermos as áreas florestais, o tema da ciência e da agricultura são recorrentes. No geral, os estudos sobre a questão têm indicado que historicamente o avanço da agricultura, principalmente da monocultura de capital intensivo, em direção as áreas florestais é um dos principais motivos do desmatamento e da extinção de muitas formas de vida, modos de habitar o mundo e de conceber o próprio planeta terra. Inclusive, esse processo tem potencializado o surgimento de ambientes apropriados para produção de novos patógenos que podem repercutir em epidemias e pandemias (WALLACE, 2020, p. 527). Porém, na contramão dessa análise, outras leituras defendem que tal expansão é necessária, pois dela depende a produção de alimentos para garantir o futuro da humanidade. Em outras palavras, podemos afirmar que este dilema é uma das expressões atuais do antigo e corriqueiro debate entre atraso e progresso, o qual acompanha a construção da noção de modernidade, cujos pilares começaram a se constituir a partir do século XVI, momento que marca o processo de conquista e colonização dos espaços não europeus.

Nesse universo de questões, muito se tem debatido sobre o papel que a ciência e o conhecimento científico vêm cumprindo e poderão cumprir para enfrentar os problemas decorrentes da forma com a qual historicamente a humanidade vem lidando com a natureza. Assim, esta proposição de dossiê, a partir da análise de diferentes contextos e períodos históricos, se propõe a debater os modos como as interrelações entre ciência, meio ambiente e agricultura, da forma como vem sendo praticadas, são responsáveis pelo atual quadro dramático que vivemos e, da mesma forma, como esta relação poderá apontar caminhos diversos para superarmos os problemas dela resultantes. Portanto, esta proposta busca abranger tematicamente questões de grande relevância e de expressivo impacto historiográfico, pois, sem dúvida, trata-se de uma discussão necessária em termos históricos, políticos, sociais, culturais e econômicos.

Comunicação e Circulação entre a Idade Média e a Modernidade: debates, reconfigurações e análises sobre uma temporalidade em crise (sécs XII-XVII)

A cisão entre a obsessão pela novidade que caracteriza a modernidade e a invenção da consciência da mudança por meio do surgimento de um horizonte de expectativa inaugura uma era de aceleração realizada pela pressão de agentes “não humanos”. A resultante perda de crença na mudança histórica cria um duplo desafio. Por um lado, à nossa capacidade de lidarmos com problemas cruciais que foram gerados por este movimento diante do qual estamos atualmente em posição de negação e ao qual chamamos modernidade. Por outro, à própria vontade de revisitar esse passado e de investir sobre ele esforços para o estabelecimento de reformulações abrangentes e inovadoras que nos permitam identificar novos elementos de reconstituição histórica que superem os impasses ora experimentados.

O dossiê pretende, assim, reunir pesquisas que proponham contribuições inovadoras para a reflexão sobre o momento crucial de passagem entre a Idade Média e a Modernidade. Lugar histórico em que se erige um dos mais potentes alicerces da ideia de modernidade cujo enfrentamento, como mostra Pierre Charbonnier, é fundamental para a compreensão e solução das crises de nosso tempo. Na resposta a esse cenário, pretendemos reunir pesquisadores que tenham recentemente repensado questões que ajudem a reconfigurar a compreensão da passagem da Idade Média para a Modernidade, iluminando novos aspectos e apontando para novas sínteses.

Partindo-se dessa problemática, o dossiê pretende reunir estudos que apontem debates, reflexões e análises por meio da compreensão de acontecimentos, fenômenos, autores ou grupos documentais que contemplem questões relativas, simultaneamente, ao domínio da comunicação e da circulação em diferentes dimensões da esfera espacial supralocal. Pretende-se desse modo, tocar em um tópico fundamental do cânone acerca do surgimento da modernidade, por meio de uma via retrospectiva de constituição histórica que coloca em perspectiva crítica a relação entre os dois períodos. Indaga-se como entre os séculos XII e XVII pessoas, objetos e textos que circulavam estavam envolvidos em experiências de comunicação e qual sua participação em processos de mudança e, por fim, como podem nos ajudar a requalificá-los.

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