História, política e literatura na escrita epistolar de Júlio Cortázar
DOI:
https://doi.org/10.22456/1983-201X.60931Palabras clave:
Júlio Cortázar, Correspondências, Sociabilidades intelectuais, Política, LiteraturaResumen
O objetivo do trabalho é mostrar como a prática epistolar de Júlio Cortázar pode ser compreendida como um espaço de criação de redes de sociabilidades intelectuais que permitem relacioná-las com a criação de espaços de discussão sobre projetos literários e editoriais e para reflexões político-culturais. As correspondências de Cortázar são importantes meios de veiculação de suas ideias políticas no período mais intenso de sua militância: as décadas de 1960 e 1970. Em suas cartas, Cortázar revela sua compreensão sobre o fazer literário, a função social da literatura, o papel do intelectual e ainda reflete sobre sua atividade literária, defende as revoluções e o socialismo e condena as ditaduras militares na América Latina. Enfim, suas cartas revelam um escritor comprometido com as grandes transformações literárias e políticas de seu tempo. Para compreendermos a correspondência de Cortázar como meio de construção de sociabilidades político-intelectuais, analisamos parte das correspondências compiladas nos três volumes organizados por Aurora Bernárdez e editados pela Alfaguara em 2000, são eles: Volume I (Cartas, 1937-1963); Volume II (Cartas, 1964-1968); e Volume III (Cartas, 1969-1983).
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