“As partes do Norte”: empire and local identities in reports of the nature of Pernambuco and Paraíba (1790-1817)
DOI:
https://doi.org/10.22456/1983-201X.83564Keywords:
Nature, Local identities, Northern captaincies, 18th centuryAbstract
At the end of the eighteenth century, the accounts of naturalists revealed other descriptions of the nature and territoriality of Northern captaincies, many of which were unknown or at least ill-known. Often under the patronage of the Crown, the traditional scene carried out by the sugar plantation was restored by more layers of memory and knowledge in the style of Illustration, guided by the new demands that were presented. It has also passed from an idealized America, oscillating between the earthly paradise and the place of damnation, to a scientific and utilitarian reading of nature. It was in this context that emblematic characters such as Bento Bandeira de Melo and Manoel de Arruda Câmara crossed the captaincies of the North and registered what the saw, repositioning the relation between nature and culture, although without abandoning the usual utilitarianism. In an approach that approximates the geography of power and political and environmental histories, the article also discusses these accounts of nature as symptoms of a disputed regionality in the field of local identities in the North of the State of Brazil, particularly the grooves and discontinuities imposed on the secular capitality of Recife.
Downloads
References
AGUIAR, José Otávio. A botânica como missão pedagógica: Manuel Arruda da Câmara e a peculiaridade de suas interpretações sobre as espécies brasileiras (1752-1811). Clio: Revista de Pesquisa Histórica, Recife, v. 29, n. 1, p. 180-205, 2011.
ANTONIL, André João. Cultura e opulência do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora da USP, 1982.
BICALHO, Maria Fernanda. A cidade e o império: o Rio de Janeiro no século XVIII. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
BICALHO, Maria Fernanda. As câmaras ultramarinas e o governo do Império. In: FRAGOSO, João; BICALHO, Maria Fernanda; GOUVÊA, Maria de Fátima (org.). O Antigo Regime nos trópicos: a dinâmica imperial portuguesa (séculos XVI-XVIII). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001. p. 189-221.
BLOCH, Marc. Introdução à história. Lisboa: Europa-América, 1997.
BLUTEAU, Raphael. Vocabulário portuguez e latino, áulico, anatômico, architectonico... Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesus, 1720. t. VI, O-P. Disponível em: https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/5442. Acesso em: 4 out. 2018.
CABRAL, Diogo de Carvalho. Na presença da floresta: Mata Atlântica e história colonial. Rio de Janeiro: Garamond, 2014.
CÂMARA, Manuel de Arruda. Obras reunidas. Organizado e com estudo introdutório por José Antônio Gonsalves de Mello. Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1982.
CHARTIER, Roger. À beira da falésia: a história entre incertezas e inquietudes. Tradução Patrícia Chittoni Ramos. Porto Alegre: Editora Universitária da UFRGS, 2002.
CHAVES, Cláudia Maria das Graças. O Memorialismo como ação política: a Real Academia de Ciêcias de Lisboa e os projetos reformistas no Império Luso-brasileiro. Revista Estudos, Belo Horizonte, v. 2, n. 2, p. 79-92, 2004.
CHAVES JR., José Inaldo. As Capitanias de Pernambuco e a construção dos territórios e das jurisdições na América portuguesa (século XVIII). 2017. 402 f. Tese (Doutorado em História Social) – Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2017a.
CHAVES JR., José Inaldo. Os Bandeira de Mello e os poderes locais na Paraíba colonial: redes, hierarquias e patrimônio familiar (c. 1747-c. 1780). Territórios e Fronteiras, Cuiabá, v. 8, p. 290-313, 2015.
DEAN, Warren. A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. Tradução Cod Knipel. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
DIAS, Maria Odila Leite. A interiorização da metrópole. In: DIAS, Maria Odila Leite. A interiorização da metrópole e outros estudos. 2. ed. São Paulo: Alameda, 2009. p. 7-37.
FAUST, Fernanda Cordeiro. “Em benefício comum de meus vassalos”: a magistratura e a administração das florestas na Capitania de Pernambuco (1755-1822). 2015. 210 f. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2015.
FIGUEIREDO, Luciano Raposo. O império em apuros: notas para o estudo das alterações ultramarinas e das práticas políticas no Império colonial português, séculos XVII e XVIII. In: FURTADO, Júnia (org.). Diálogos oceânicos: Minas Gerais e as novas abordagens para uma história do Império ultramarino português. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2001. p. 197-254.
FRAGOSO, João. Potentados coloniais e circuitos imperiais: notas sobre uma nobreza da terra, supracapitanias, no Setecentos. In: MONTEIRO, Nuno Gonçalo; CARDIM, Pedro; CUNHA, Mafalda Soares da (org.). Optima Pars: Elites Ibero-Americanas do Antigo Regime. Lisboa: ICS, 2005. p. 133-169.
FREYRE, Gilberto. Nordeste: aspectos da influência da cana sobre a vida do Nordeste do Brasil. 6. ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 1989.
FURTADO, João Pinto. “Viva o rei, viva o povo, e morra o governador”: tensão política e práticas de governo nas Minas do Setecentos. In: BICALHO, Maria Fernanda; FERLINI, Vera Lúcia do Amaral (org.). Modos de governar: ideias e práticas políticas no Império português. Séculos XVI a XIX. São Paulo: Alameda, 2005. p. 403-412.
GUEDES, Paulo Henrique de Queiroz. No íntimo do sertão: poder político, cultura e transgressão na Capitania da Paraíba (1750-1800). 2013. 319 f. Tese (Doutorado em História) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2013.
HAESBAERT, Rogério. Regional-global: dilemas da região e da regionalização na geografia contemporânea. 2. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.
HERZOG, Tamar. Defining Nations: immigrants and citizens in Early Modern Spain and Spanish America. New Haven: Yale University Press, 2003.
HESPANHA, António Manuel. Pequenas repúblicas, grandes Estados: problemas de organização política entre antigo regime e liberalismo. In: JANCSÓ, István (org.). Brasil: formação do Estado e da Nação. São Paulo: Hucitec; Ed. Unijuí; Fapesp, 2003. p. 93-108.
KOSTER, Henry. Viagens ao nordeste do Brasil. Tradução Luís da Câmara Cascudo. 2. ed. Recife: Secretaria de Educação e Cultura do Governo do Estado de Pernambuco, 1978.
MACEDO, Helder Alexandre Medeiros de. “Fregueses da Freguesia da Vila Nova do Príncipe, d’onde sempre foram”: identidades territoriais no Seridó. In: MACEDO, Helder de; SANTOS, Rosenilson da Silva (org.). Capitania do Rio Grande: histórias e colonização na América portuguesa. João Pessoa: Ideia; Natal: EDUFRN, 2013. p. 265-287.
MAXWELL, Kenneth. A devassa da devassa: a Inconfidência Mineira, Brasil – Portugal, 1750-1808. Tradução João Maia. 7. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2010.
MELLO, Christiane Figueiredo Pagano de. Forças militares no Brasil colonial: corpos de auxiliares e ordenanças na segunda metade do século XVIII. Rio de Janeiro: E-papers, 2009.
MELLO, Evaldo Cabral de. A fronda dos mazombos: nobres contra mascates, Pernambuco 1666-1715. São Paulo: Editora 34, 2003.
MELLO, Evaldo Cabral de. Rubro veio: o imaginário da restauração pernambucana. 3. ed. rev. São Paulo: Alameda, 2008.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Estudo biográfico. In: CÂMARA, Manuel de Arruda. Obras reunidas. Organizado e com estudo introdutório por José Antônio Gonsalves de Mello. Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1982. p. 11-74.
MENEZES, Mozart Vergetti. Colonialismo em ação: fiscalismo, economia e sociedade na Capitania da Paraíba (1647-1755). 2005. 300 f. Tese (Doutorado em História Econômica) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.
MENEZES, Mozart Vergetti; CHAVES JR., José Inaldo. “A sempre leal cidade da Paraíba”: culturas históricas e culturas políticas em uma capitania do império português (séculos XVII e XVIII). Saeculum (UFPB), João Pessoa, v. 39, p. 351-370, 2018.
NOGUEIRA, Gabriel Parente. O negócio das carnes secas da costa leste-oeste nas dinâmicas do Atlântico português setecentista. In: ENCONTRO DE JOVENS INVESTIGADORES EM HISTÓRIA MODERNA, 4., 2015,
Porto. Programa: 4 de junho. Painel 2: Redes Económicas. Porto: Universidade do Porto, 2015. p. 1-19. Disponível em: https://ejihm2015.weebly.com/uploads/3/8/9/1/38911797/ejihm_2015_gabriel_parente_nogueira.pdf. Acesso em: 4 out. 2018.
OLIVEIRA, Carla Mary. A América alegorizada: imagens e visões do Novo Mundo na iconografia europeia dos séculos XVI a XVIII. João Pessoa: Editora da UFPB, 2014.
PÁDUA, José Augusto. Natureza e sociedade no Brasil monárquico. In: GRINBERG, Keila; SALLES, Ricardo (org.). O Brasil imperial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. v. 3. p. 313-365.
PÁDUA, José Augusto. Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista, 1786-1888. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002.
PAIVA, Eduardo França. Dar nome ao novo: uma história lexical da Ibero-América entre os séculos XVI e XVIII (as dinâmicas de mestiçagens e o mundo do trabalho). Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.
PINTO, Irineu Ferreira. Datas e notas para a História da Paraíba. Edição Fac-similiar. João Pessoa: Editora Universitária, 1977. v. 1.
PUNTONI, Pedro Luís. A guerra dos bárbaros: povos indígenas e a colonização do sertão nordeste do Brasil, 1650-1720. São Paulo: Hucitec; Editora da USP; Fapesp, 2002.
RAFFESTIN, Claude. Por uma geografia do poder. Tradução Maria Cecília França. São Paulo: Editora Ática, 1993.
RAMINELLI, Ronald. Nobrezas do Novo Mundo: Brasil e ultramar hispânico, séculos XVII e XVIII. Rio de Janeiro: FGV Editora, 2015.
RAMINELLI, Ronald. Viagens ultramarinas: monarcas, vassalos e governo à distância. São Paulo: Alameda, 2008.
RÉMOND, Réne (org.). Por uma história política. Tradução Dora Rocha. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003.
ROLIM, Leonardo Cândido. ‘‘Tempo das carnes” no Siará Grande: dinâmica social, produção e comércio de carnes secas na vila de Santa Cruz do Aracati (c. 1690-c. 1802). 2012. 245 f. Dissertação (Mestrado em História) – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2012.
ROMEIRO, Adriana. Paulistas e emboabas no coração das Minas: idéias, práticas e imaginário político no século XVIII. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2008.
SCHAMA, Simon. Paisagem e memória. Tradução Hildegard Feist. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.
SILVA, Andrée Mansuy-Diniz. Portrait d’un Homme d’État: D. Rodrigo de Souza Coutinho, Comte de Linhares, 1755-1812. Paris: Centre Culturel Calouste Gulbenkian, 2006. v. II, “L’homme d’Etat, 1796-1812”.
SILVA, Andrée Mansuy-Diniz. Uma figura central da Corte Portuguesa: D. Rodrigo de Sousa Coutinho. In: MARTINS, Ismênia; MOTTA, Márcia (org.). 1808: a Corte no Brasil. Niterói: Editora da UFF, 2010. p. 133-157.
SILVA, António de Moraes; BLUTEAU, Rafael. Diccionario da lingua portugueza composto pelo padre D. Rafael Bluteau, reformado, e accrescentado por Antonio de Moraes Silva natural do Rio de Janeiro. Lisboa: Officina de Simão Thaddeo Ferreira, 1789. t. II, L-Z. Disponível em: https://digital.bbm.usp.br/handle/bbm/5413. Acesso em: 4 out. 2018.
SILVA, Bruno. Genealogias mazombas: castas luso-brasileiras em crônicas coloniais. Niterói: Editora da UFF, 2016.
SOUZA, George Félix Cabral de. Tratos e mofatras: o grupo mercantil do Recife colonial (c. 1654-c. 1759). Recife: Editora Universitária da UFPE, 2012.
SUBTIL, José. O Governo da Fazenda e das Finanças (1750-1974). In: CRUZ, Mário Pinho da (ed.). Dos Secretários de Estado dos Negócios da Fazenda aos Ministros das Finanças (1788-2006). Lisboa: Secretaria-Geral do Ministério das Finanças e da Administração Pública, 2006.
VIEIRA, Daniel Leão. “Imagens fiéis da terra”: paisagem e regionalismo na recepção das obras de Frans Post pela cultura visual de Pernambuco, 1925-1937. Domínios da Imagem (UEL), ano II, p. 19-32, 2009.
XAVIER, Ângela Barreto; HESPANHA, António Manuel. As redes clientelares. In: HESPANHA, António Manuel (dir.). História de Portugal. Lisboa: Editorial Estampa, 1994. p. 381-393.