Feminismo e fotografia italiana: Notas sobre a herança das novas gerações dos anos 1970

Resumo

Assumindo as perspectivas correntes oferecidas pelos estudos internacionais de gênero e feministas, este artigo tem como objetivo fazer uma leitura da história da fotografia italiana, concentrando-se no período que compreende da década de 1970 até hoje, investigando as fontes a partir de um ponto de vista diferente e partindo de novos questionamentos, que consideram eventos e autoras que trazem uma contribuição para as práticas fotográficas feministas na Itália. O artigo pretende também responder às muitas questões ainda em aberto a respeito do espaço de visibilidade das mulheres na fotografia italiana, a sua possibilidade de acesso a exposições e ao debate crítico, especialmente no que diz respeito à nova geração de fotógrafas italianas. Como a esta nova geração se relaciona com a herança feminista italiana? Será possível traçar no seu trabalho uma poética compartilhada que caracterize o seu pertencimento a uma dimensão teórica e prática comum que possa ser definida como feminista? Ou elas rejeitam rótulos e heranças culturais aos quais se sentem alienadas? O objetivo é também contribuir para a formação cultural e o debate de uma nação, a Itália, na qual as questões de gênero, da emancipação feminina, da herança feminista e da arte feminina ainda não são suficientemente consideradas como parte do patrimônio da sociedade civil, nem como um elemento fundamental e tema necessário nos processos educacionais das escolas e universidades. Para os historiadores da arte isto significa trabalhar dentro do referencial metodológico e científico do seu próprio setor, necessariamente adotando, no entanto, abordagens interdisciplinares que devem ser comparadas com a dimensão histórica e filosófica, com a estética, bem como com a utilização de instrumentos analíticos oferecidos pelos recentes estudos de gênero e feministas.