O processo de acessão do Brasil à OCDE ao final do governo Bolsonaro
DOI:
https://doi.org/10.22456/2178-8839.128735Palavras-chave:
Brasil, política externa brasileira, OCDEResumo
Este artigo procura analisar o estágio do processo de acessão do Brasil à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) ao final de 2022, sintetizando seus determinantes sistêmicos e domésticos. A primeira parte recupera a trajetória histórica da ampliação dos membros e da agenda da OCDE para caracterizar o processo de acessão do Brasil nos marcos da difusão das normas e reformas econômicas liberalizantes promovida pela organização. A segunda seção argumenta que a expansão da OCDE deve também ser compreendida, na atualidade, no contexto da rivalidade crescente entre os principais polos de poder mundial, na qual a organização é parte do compromisso de seus membros com o bloco ocidental. A terceira seção examina especificamente a dimensão doméstica do processo de acessão do Brasil nos últimos anos, enfatizando o papel central da área econômica do governo e o forte engajamento do setor privado, especialmente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Por fim, a conclusão aponta algumas considerações quanto às perspectivas futuras do relacionamento do país com a OCDE a partir de 2023.
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