É hora de dissuadir a dissuasão?
Um estudo dos efeitos da incorporação de um submarino convencional de propulsão nuclear
DOI:
https://doi.org/10.22456/2178-8839.124411Palabras clave:
Dissuasão; Submarino de propulsão nuclear; Malvinas; Grande estratégia.Resumen
À luz da relevância do conceito de dissuasão para as estratégias dos Estados, e da decorrente correlação entre o referido conceito e alguns armamentos específicos, este artigo busca discutir como a incorporação de um submarino de propulsão nuclear, pelo Brasil, pode contribuir para a geração de efeitos dissuasórios. Apoiado em registros passados e em teorias contemporâneas sobre o tema, o artigo examinou como funcionou a dinâmica dissuasória antes e durante a Guerra das Malvinas. Assim, utilizou-se o método do estudo de caso para evidenciar se e como os submarinos de propulsão nuclear do Reino Unido foram instrumentos de dissuasão ao longo de um conflito eminentemente naval. Após a contextualização teórica e a verificação de sua aplicação histórica, confirmou-se o argumento segundo o qual, para que a dissuasão, que se espera decorrer da aplicação operacional de um dado armamento, venha a surtir efeitos no nível político-estratégico, é necessário que essa aplicação esteja em concerto com uma grande estratégia nacional que dê demonstrações inequívocas da disposição estatal para o efetivo emprego desse dado armamento. Caso contrário, a dissusão poderá não ocorrer, haja vista que a dissuasão operacional não se reveste, automaticamente, em dissuasão político-estratégica.
Descargas
Citas
ARGENTINA. Junta Militar. Comisión de Análisis y Evaluación de las Responsabilidades del Conflicto del Atlántico Sur: Informe Final (Informe Rattenbach). 29 set. 1983. Disponível em: https://www.casarosada.gob.ar/pdf/InformeRattenbach/01-InformeFinal.pdf. Acesso em: 13 ago. 2021.
ARON, Raymond. Paz e Guerra entre as Nações. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1986. 928 p.
BEAUFRE, André. Deterrence and Strategy. Londres: F.A. Praeger, 1966. 173 p.
BEAUFRE, André. Introdução à Estratégia. Tradução de Luiz de Alencar Araripe. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1998. 156 p. Título do original francês: Introduction à la Stratégie (1963).
BENNETT, Andrew; GEORGE, Alexander L. Case Studies and Theory Development in the Social Sciences. Cambridge: MIT press, 2005, 334 p.
BRASIL. Estado-Maior da Armada. EMA-305: Doutrina Militar Naval (DMN). Brasília, 2017.
BRASIL. Marinha do Brasil. Plano Estratégico da Marinha PEM-2040. Brasília, 2020a. Disponível em: https://www.marinha.mil.br/sites/all/modules/pub_pem_2040/arquivo.pdf. Acesso em: 25 jul. 2021.
BRASIL. Ministério da Defesa. Glossário das Forças Armadas (MD35-G-010), 2015. Disponível em: <https://www.gov.br/defesa/pt-br/arquivos/legislacao/emcfa/publicacoes/doutrina/md35-G-01-glossario-das-forcas-armadas-5-ed-2015-com-alteracoes.pdf>. Acesso em: 9 set. 2022.
BRASIL. Ministério da Defesa. Política Nacional de Defesa e Estratégia Nacional de Defesa. Brasília, 2020b. Disponível em: https://www.gov.br/defesa/pt-br/assuntos/copy_of_estado-e-defesa/pnd_end_congresso_.pdf. Acesso em: 25 jul. 2021.
BRODIE, Bernard. The Weapon. In: BRODIE, Bernard (org.). The Absolute Weapon. Harcourt: Yale Institute of International Studies, 1946. p. 21-107.
CABLE, James. Gunboat Diplomacy 1919-1991: Political Applications of Limited Naval Force. 3 ed. Londres: Macmmillan Press, 1994. 260p. (Série Studies in International Security: 16).
CLAUSEWITZ, Carl von. On War. Traduzido por J.J. Graham. Middlesex: Penguim Books, 1968. Título do original alemão: Von Kriege (1832). 461 p.
COVARRUBIAS, Jaime. The Significance of Conventional Deterrence in Latin America. Military Review, Fort Leavenworth, v. 84, n. 2, mar/abr. 2004, p. 36-39. Disponível em: http://scm.oas.org/pdfs/2006/rg00054t.pdf. Acesso em: 25 jul. 2021.
COUTAU-BÉGARIE, Hervé. Tratado de Estratégia. Traduzido por Brigitte Manso et al. Rio de Janeiro: Escola de Guerra Naval, 2010. 776 p.
FERREIRA, Renato. Operações Navais no Século XXI: Tarefas Básicas do Poder Naval para a proteção da Amazônia Azul – (Parte 1). Revista Marítima Brasileira, Rio de Janeiro, v. 134, n. 01/03, p. 73-98. jan/mar. 2014. Disponível em: http://www.revistamaritima.com.br/sites/default/files/rmb-1-2014.pdf. Acesso em: 04 mar. 2022.
FLORES, Mario Cesar; VIDIGAL, Armando. O Desenvolvimento do Poder Naval Brasileiro: Tópicos para Debate. Brasília, 1976. 101 p.
GRAY, Colin. Maintaining Effective Deterrence. Monografia. Strategic Studies Institute, US Army War College. Carlisle, 2003. 55 p. ISBN 1-58487-135-0. Disponível em: https://publications.armywarcollege.edu/pubs/1521.pdf. Acesso em: 10 ago. 2021.
HALLIDAY, Fred. Repensando as relações internacionais. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2007, 308 p.
HENNESSY, Peter; JINKS, James. The Silent Deep: The Royal Navy Submarine Service since 1945. Londres: Penguin Books Limited, 2015. 864 p.
KOSELLECK, R. Futuro Passado: contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto (PUC-Rio), 2006, 368p.
KREPINEVICH, Andrew. Dissuasion Strategy. Relatório de Assessoria. Center for Strategic and Budgetary Assessments. Washington, 2006. 76 p. Disponível em: https://www.esd.whs.mil/Portals/54/Documents/FOID/Reading%20Room/Other/15-F-0901_DOC_01_Dissuasion_Strategy_200612.pdf. Acesso em: 12 ago. 2021.
LIDDELL HART, B.H. Strategy, Second Revised Edition. New York, NY: Fredrick A. Praeger Publishers, 1967. 226p.
LUTTWAK, Edward. Strategy: The Logic of War and Peace. Cambridge: The Belknap Press of Harvard University Press, 1987. 283 p.
LUTTWAK, Edward. The Political Uses of Sea Power. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1974. 79 p.
MAZARR, Michael. Understanding Deterrence. RAND Corporation, 2018. 14 p. Disponível em: https://www.rand.org/content/dam/rand/pubs/perspectives/PE200/PE295/RAND_PE295.pdf. Acesso em: 09 ago. 2021.
SAGAN, Scott; WALTZ, Kenneth N. The Spread of Nuclear Weapons: A Debate Renewed. 2. ed. New York: W. W. Norton, 2003.
SCHELLING, Thomas. Nuclear Deterrence for the Future. Issues in Science and Technology, Phoenix, v. 23, n. 1, set/out. 2006. Disponível em: https://issues.org/schelling/. Acesso em: 25 jul. 2021.
TILL, Geoffrey. Seapower: A Guide for the Twenty-First Century. 4ª ed. Abingdon: Routledge, 2018. 458 p. (Série Naval Policy and History: 61, org. por Geoffrey Till, ISSN 1366-9478).
TURNER, Stansfield. Missions of the U.S. Navy. Naval War College Review, Newport, v. 27, n. 2, p. 2-17. mar/abr. 1974. Disponível em: https://digital-commons.usnwc.edu/nwc-review/vol27/iss2/2/. Acesso em: 02 mar. 2022.
VEGO, Milan. Operational Warfare at Sea: Theory and Practice. Abingdon: Routledge, 2009. 272 p. (Série Naval Policy and History: 42, org. por Geoffrey Till, ISSN 1366-9478).
VIDIGAL, Armando. Conflito no Atlântico Sul – Parte 1. Revista Marítima Brasileira, Rio de Janeiro, v. 15, n. 6, p. 3-29. dez. 1984.
VIDIGAL, Armando. Dissuasão Convencional nos Países em Desenvolvimento (obra original de 1988). Revista Marítima Brasileira, Rio de Janeiro, v. 138, suplemento (Coletânea Vidigal), p. 58-76, 2018.
WALTZ, Kenneth. The Spread of Nuclear Weapons: More May be Better. Adelphi Papers, Londres, v. 21, n. 171. 1981.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 CARLOS EDUARDO DE MACEDO

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Los(as) autores(as) que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
a. Los(as) autores(as) conservan los derechos de autor y otorgan a la revista el derecho a la primera publicación, con el artículo licenciado simultáneamente bajo la Licencia Internacional Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0, que permite su uso, distribución y reproducción en cualquier medio, así como su transformación y creaciones a partir de él, siempre que se acrediten al(la) autor(a) y a la fuente originales. Además, el material no puede ser utilizado con fines comerciales y, si se transforma o se utiliza como base para otras creaciones, éstas deben distribuirse bajo la misma licencia que el original.
b. Los(as) autores(as) están autorizados(as) a asumir contratos adicionales por separado, para la distribución no exclusiva de la versión del artículo publicada en esta revista (por ejemplo, publicar en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
c. Los(as) autores(as) tienen permitido publicar, en los repositorios considerados por Conjuntura Austral, la versión preprint de los manuscritos enviados a la revista en cualquier momento antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar cambios productivos, así como aumentar el impacto y la citación del trabajo publicado (Ver El efecto del Acceso Abierto).
d. Los(as) autores(as) tienen el permiso y son incentivados(as) a publicar y distribuir online (en repositorios institucionales y/o temáticos, en sus páginas personales, etc.) la versión posprint de los manuscritos (aceptados y publicados), sin ningún período de embargo.
e. Conjuntura Austral: Journal of the Global South, imbuida del espíritu de garantizar la protección de la producción académica y científica regional en Acceso Abierto, es signataria de la Declaración de México sobre el uso de la licencia Creative Commons BY-NC-SA para garantizar la protección de la producción académica y científica en Acceso Abierto.
Aceptado 2022-10-17
Publicado 2022-12-16