O Brasil na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano
Amazônia, ocupação territorial e o meio ambiente no cenário internacional
DOI:
https://doi.org/10.22456/2178-8839.118329Palavras-chave:
Política Externa, Estocolmo, Meio ambienteResumo
O artigo objetiva analisar a atuação do Brasil durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, também conhecida como Conferência de Estocolmo, que ocorreu em 1972. A Conferência consistiu no primeiro momento em que, no âmbito da ONU, os países se organizaram em um evento global para tratar das questões ambientais. Na ocasião, diversas questões contribuíram para pautar a posição brasileira, como os projetos do regime militar para o território nacional e as ideias de restrição ao crescimento que circulavam em alguns meios. Nesse contexto, a pesquisa visa analisar de que forma o Brasil se posicionou na primeira Conferência da ONU sobre o meio ambiente. Para tanto, será feita uma análise documental, em que serão utilizadas essencialmente fontes oficiais, como os pronunciamentos dos representantes brasileiros e os relatórios da delegação do Brasil. A análise da política externa brasileira à Conferência permite concluir que o país teve uma posição consideravelmente cética e relutante em relação ao tratamento das questões ambientais em âmbito internacional, que seu principal objetivo naquele momento era o desenvolvimento e que nenhuma medida poderia limitar esse objetivo. Defendeu-se, em síntese, que as políticas referentes ao meio ambiente eram de preocupação exclusiva de cada país.
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