Edições anteriores
-
DOSSIÊ TEMÁTICO: LITERATURAS INDÍGENAS: POSSIBILIDADES E LIMITES
v. 40 n. 79 (2025)Nas últimas duas décadas, o protagonismo indígena no campo da literatura tem se fortalecido. Há mais escritores/as em atuação, sendo pesquisados/as por mais estudantes e professores indígenas e não-indígenas; maior presença das literaturas indígenas em feiras de livros e eventos dedicados à literatura em geral; entre outros indícios. Esse cenário, no entanto, ainda não surtiu os efeitos desejados, quando constatamos a violação dos direitos indígenas garantidos na Constituição Federal de 1988, a continuidade de políticas etnocidas e genocidas, a permanência de estruturas preconceituosas de hierarquização de saberes, a ameaça constante à vida de seres humanos e não-humanos e a destruição do planeta e de modos de vida não hegemônicos etc.
Tendo em mente as possibilidades e limites que se abrem no campo de estudo das literaturas indígenas, perguntamos: Por que não lemos autores/as indígenas? O que os textos de autores/as indígenas trazem de diferente e/ou semelhante em relação a autores/as não-indígenas? Como se dá dentro dos textos de autores/as indígenas a relação com suas línguas maternas (sejam elas línguas indígenas ou o português)? Qual é a relação do mercado editorial com esses/as autores/as? Como as universidades têm abordado as literaturas indígenas? Quando a Lei 11.645/08 vai finalmente ser cumprida nas universidades e nas escolas de ensino básico?
Pensando "literaturas indígenas" em sentido expandido – textos de gêneros diversos (prosa, poesia, texto dramático, relatos, narrativas, transcrição de situações diversas de oralidade, textos híbridos etc.) compostos em autoria individual, partilhada ou coletiva –, este dossiê acolherá artigos que analisem textos escritos por autores/as indígenas, sobre quaisquer temáticas (sejam elas mais próximas ou mais distantes do que se considera como propriamente "indígena").
Organizadoras: Prof. Dra Ana Liberato Tettamanzy (UFRGS), Prof. Dra. Márcia Mura (SEDUC-RO) e Prof. Dra Suene Honorato (UFC).
-
Configurações discursivas nas e sobre as Amazônias
v. 35 n. 70 (2020)O conjunto de artigos presentes neste número da revista Organon expõe olhares lançados sobre uma diversidade cultural amazônida. Estudos literários e discursivos abordam diferentes objetos, produções e práticas de linguagem da e sobre a região. -
Estudos do Gótico: de Otranto à contemporaneidade
v. 35 n. 69 (2020)“Gótico” é um conceito dotado de notável capacidade de adaptação, e ao longo dos últimos séculos tem sido empregado para conceituar uma infinidade de tendências, autores e obras, o que levou à sua transformação em um termo “guarda-chuva” de sentido abrangente e força conceitual cada vez mais polissêmica. Surgida no limiar da modernidade iluminista, a literatura gótica tem se revelado duradoura como a própria modernidade dentro da qual se engendrou, o que se confirma nas sucessivas reedições e atualizações do gênero até os dias de hoje, tanto na literatura quanto em outras mídias. No cenário globalizado e pluralizado da contemporaneidade, categorias do Gótico exógenas ao cenário europeu, como o "American Gothic", o "Southern Gothic" e até mesmo o "Tropical Gothic", vêm ocupando espaço nos trabalhos acadêmicos em um movimento de hibridismo cultural no qual a hegemonia do centro passa a conviver com a pluralidade das margens. -
APRENDIZAGEM MEDIADA POR TECNOLOGIAS: RELAÇÕES ENTRE MEIOS DIGITAIS E QUESTÕES IDENTITÁRIAS NO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA
v. 35 n. 68 (2020)Organizadoras: Patrícia da Silva Campelo Costa Barcellos (UFRGS) e Elisabete Andrade Longaray (FURG)
-
LINGUÍSTICA TEXTUAL NO BRASIL: ESTUDOS RECENTES E BASES TEÓRICAS
v. 33 n. 64 (2018)Nesta chamada, propõe-se reunir artigos em que sejam discutidas as bases teóricas da Linguística Textual, conforme esta abordagem se desenvolveu no Brasil. Os estudos linguísticos do texto avançavam, na Europa, desde a década de 70, mas é somente na década seguinte que surgem em território brasileiro. Com a publicação, em 1981, do texto Por uma gramática textual, da autoria de Ignacio Antonio Neis, são influenciados pesquisadores, como Ingedore Villaça Koch e Luiz Antônio Marcuschi, que passam a publicar sobre análises de texto. A partir daí desenvolvem-se estudos com variados enfoques, por diferentes autores, de diversas universidades brasileiras, evoluindo da coesão aos padrões de textualidade e à coerência, e também tratando de temas, como progressão temática, intertextualidade, tipologia de textos, argumentação, entre outros. Além disso, especialmente após a introdução, no Brasil, de estudos, como os de Mondada e Dubois e de Apothéloz, aspectos sobre a referenciação e seu funcionamento discursivo também passam a ser abordados. Da evolução dos estudos do texto, não apenas no Brasil, salientamos um aspecto: a noção de texto foi submetida a constantes reelaborações, por influência das Teorias Enunciativas, dos estudos em Análise da Conversação e do Sociocognitivismo. Todas essas vertentes trouxeram importantes contribuições para o avanço nos estudos do texto. No entanto, pelas diferentes concepções de língua que estão em jogo, essa fusão pode ser a origem de alguns conflitos teóricos, sobre os quais propomos maiores reflexões. Por isso, a proposta, nesta chamada, é a de retornar a princípios mais gerais de Linguística que norteiam os estudos do texto. Serão aceitos artigos inéditos e traduções que não apenas apresentem análises de classificações em corpus diversos, mas que sobretudo desenvolvam uma discussão dos pressupostos teóricos de que partem, contribuindo, assim, tanto para aprofundar a reflexão quanto para fornecer um panorama geral dos estudos do texto no Brasil.