Herbivoria e características foliares em seis espécies de plantas da Caatinga do nordeste brasileiro
Palavras-chave:
Interação planta-animal, defesas de plantas, defesa mecânica, defesa química, floresta secaResumo
Neste estudo, nós avaliamos a intensidade de herbivoria nas espécies Handroanthus spongiosus, Tabebuia roseoalba, Dalbergia cearensis, Pterocarpus ternatus, Eugenia pistaciifolia e Eugenia rigida em áreas de Caatinga no sudoeste da Bahia, nordeste brasileiro. Adicionalmente, nós identificamos características foliares das seis espécies que podem ser utilizadas como defesa contra herbívoros, como a presença de compostos secundários (presença e ausência de alcaloides, saponinas e flavonoides), defesas físicas (dureza foliar, presença e ausência de tricomas e espinhos) e o padrão de longevidade foliar. A herbivoria foi avaliada de janeiro a maio de 2013 em folhas de 20 indivíduos de cada espécie com o uso do índice de Dirzo & Dominguez. Todos os indivíduos também foram acompanhados durante 12 meses para a identificação da longevidade foliar, sendo as espécies posteriormente classificadas como decíduas ou perenes. Houve diferença entre a intensidade de herbivoria e dureza foliar entre as espécies. A intensidade de herbivoria foi maior em P. ternatus. Eugenia pistaciifolia e E. rigida apresentaram os maiores valores de dureza foliar e os menores de intensidade de herbivoria. As espécies de Eugenia foram classificadas como perenes, enquanto as demais espécies foram classificadas como decíduas. A análise de compostos secundários detectou a presença de alcaloides e saponinas em todas as espécies estudadas. Nossos resultados indicam que a presença de defesas mecânicas parece ser mais efetiva contra herbivoria do que a de defesas químicas, e que a intensidade de herbivoria em espécies decíduas é semelhante ao descrito para outras florestas secas no mundo.