
Este ensaio propõe uma análise de Blow-Up – Depois daquele beijo (1966), dirigido por Michelangelo Antonioni, a partir da identificação de referências feitas ao longo do filme às ex-colônias europeias. Partimos do pressuposto de que tais elementos tecem uma rede de significados nada fortuita e estabelecem uma relação entre a produção cultural dos jovens rebeldes dos anos 1960 (o tema ostensivo do filme) e a crise do Império britânico. A partir dessa perspectiva, propomos uma leitura da trama, particularmente a busca das personagens por autenticidade, como uma estratégia de compensação pela elisão do Outro colonial.