UMA CENA RELIGIOSA NA PAISAGEM AMAZÔNICA: A NARRATIVA DE TAMAR E AMON NA POESIA DE JOÃO DE JESUS PAES LOUREIRO
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-8915.103262Resumo
Partindo da poesia de João de Jesus Paes Loureiro, importante nome da cena literária de dicção amazônica, e sob a ótica teórica de Gaston Bachelard (1942), Gérard Genette (1982) e Mircea Eliade (1991), o presente artigo analisa a ostensiva presença da narrativa de Tamar e Amon no Cântico XVII de Porantim (1978), obra que em 1985 passaria a integrar a trilogia então chamada de Cantares Amazônicos. Tem-se como pressuposto que a poética de João de Jesus Paes Loureiro, que no Cântico XVII de Porantim desagua na criação de um cenário sacro-amazônico para Tamar e Amon, se constitui sob a convocação do imaginário amazônico das águas dos rios, das escrituras do AT (2Sm 13), da poesia hispânica de Federico García Lorca e do mito erótico-amazônico de Tambatajá.