IMITAÇÃO: EM BUSCA DE UMA TEORIA ANTIGA DA TRADUÇÃO
Palabras clave:
Tradução, imitação servil, invenção, lei dos gêneros, mimeseResumen
Neste artigo propõe-se uma investigação da imitação (mimese) na Antiguidade como teoria antiga de tradução. Assim, parte-se de Platão e Aristóteles, passando por Calímaco, até Catulo, Horácio e Cícero, em testemunhos pontuais, como forma de compreender uma tradição, por assim dizer, ou linhagem em torno do tema da imitação, este por sua vez dependente da invenção, necessária e empregada como lugar-comum para alçar compositores aos papéis de poeta ou rétor. Assim, enfocam-se os conceitos de poikilia, polyeideia e adaptação de modelos nas composições e como essa prática parece apontar para condenação da imitação servil, isto é, em que há ausência de invenção, em relação à desejável inovação, o que diferencia imitadores de autores. Deste modo, à imitação servil associamos o papel de tradutor, cuja nominação, embora nos falte em contexto antigo, derivamos das práticas, essas sim existentes, tanto porque condenáveis nos testemunhos como porque relegadas ao ensino infantojuvenil, isto é, do aluno até alcançar a “maioridade autoral” na formação do público letrado. Por fim, à imitação relacionamos as leis do gênero, elencando Catulo e Horácio como inovadores ao não apenas refundir modelos (especialmente helenísticos, como Calímaco) e testar limites de gêneros, mas com fazê-lo tornando imitação, matéria e ritmo indissociáveis, como resultado de minucioso desenvolvimento editorial que busca conhecer profundamente os predecessores para, imitando-os, deles se diferenciar rumo à fama resultante desta ação engenhosa, como auctores, e não imitadores.
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