Direitos sociais de mulheres e meninas em situação de violência social:
em tempos de Covid-19
Resumo
O cenário de pandemia tem deflagrado uma realidade social fragilizada no aprofundamento das desigualdades e na reprodução e aumento da violência, especialmente, contra mulheres e meninas. A partir dos dados da Delegacia da Mulher do município de Rio Grande, percebeu-se que, durante a pandemia, até o mês de abril de 2020, a violência aumentou 17,56% e até maio de 2020, foram registradas 666 situações de violência contra mulheres. No ano de 2020, foram mais de 24 mil casos de violência contra mulheres e meninas parte do grupo LGBTQI+ (BORGES, 2020). Em pesquisa realizada pelo DataSenado, em abril de 2020, a partir do Observatório da Mulher, percebeu-se que 78% das mulheres brasileiras que sofrem violência doméstica foram novamente agredidas pelos seus atuais ou pretéritos maridos, companheiros ou namorados. A violência se expressa pela condição de desigualdade que impõe a essas meninas e mulheres. Percebe-se, portanto, que a violência é a via de opressão das mulheres, que se define por um conjunto articulado que molda situações de subordinação, dependência e discriminação nas suas relações com os homens, com o conjunto da sociedade e com o Estado.