Este ensaio faz uma relação entre dois tipos de trabalho realizados no espaço privado: o trabalho doméstico e o trabalho de escrita. Mulheres vivenciam este ambiente enquanto espaço de trabalho de modos diferentes. Essa experiência pode ser tanto de subalternidade, enquanto vivenciada num local onde as tarefas domésticas são realizadas, em regra, por mulheres, quanto emancipatória, enquanto espaço em que a escrita pode ser realizada com liberdade e autonomia. Para estabelecer a relação entre esses dois tipos de trabalho na vida de muitas mulheres, as condições materiais, contratempos ou mesmo impossibilidades impostas pelo ambiente para a escrita, são aqui apresentadas a partir dos distanciamentos e aproximações entre as obras de Virgínia Woolf e de Carolina Maria de Jesus.