
O artigo objetiva discutir as relações que a produção artística tem estabelecido com as noções de espaço e de território na contemporaneidade, já que o surgimento de práticas voltadas a localidades específicas tem se tornado fenômeno global. Propõe-se um diálogo entre alguns exemplos dessas práticas imersivas com o conceito de “espaço heterotópico” de Foucault. Analisarei o modo como a arte tem agido frente ao desejo de construir novos espaços sociais e observarei a forma como a lógica utópica moderna tem sido revista: ao invés da busca por “espaços ideais”, percebe-se o interesse em atuar junto a “espaços reais” e localizáveis. Assim, observarei estratégias distópicas da arte de problematizar territórios já existentes e seus processos políticos e culturais.
Palavras-chave: Arte contemporânea. Distopia. Espaçoheterotópico. Michel Foucault.