
O objetivo deste trabalho, ao aproximar a filosofia de Deleuze e Guattari da escrita literária de Paloma Vidal na obra Mar azul (2012), é propor pontos de contato em meio a um campo de interesse dos autores (a saber, a literatura), culminando numa discussão possível das figurações do estupro na literatura. Para tanto, buscou-se apresentar o romance atrelando-o aos conceitos de desterritorialização e reterritorialização a fim de se pensar a produção da mulher-corpo em detrimento da mulher-mente, bem como noções de rostidade e plano de imanência em meio ao que poderíamos chamar de "cultura do estupro". Em seguida, discute-se o conceito de "corpo sem órgãos" a partir do campo literário e suas estratificações canônicas.
Palavras-chave: Narrativas de estupro. Literatura brasileira. Filosofia francesa contemporânea.