Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Artigos

v. 2 n. 2 (2020)

Monique Wittig: breve histórico da trajetória intelectual e política de uma lésbica

DOI
https://doi.org/10.22456/2596-0911.103975
Enviado
June 6, 2020
Publicado
2020-11-10

Resumo

Neste artigo, discutimos a trajetória política e intelectual de Monique Wittig. O objetivo é compreender as proposições dessa importante autora e ativista lésbica em seu contexto de produção. A partir do campo da história intelectual, discorremos sobre suas redes de sociabilidade e filiações teórico-políticas. Além de abordar suas elaborações sofisticadas sobre a noção de “lésbica”, a heterossexualidade como regime político e o conceito de pensamento straight, criticamos a ausência de uma perspectiva interseccional na obra de Wittig. Entendemos que trabalhos como o nosso, que valorizam as memórias lésbicas, contribuem para o campo das lesbianidades, tanto na teoria como na prática.

Palavras-chave: Monique Wittig. Pensamento straight. Teoria lésbica. História intelectual.

 

Abstract

In this article we discuss Monique Wittig's political and intellectual trajectory. The objective is to understand the propositions of this important author and lesbian activist in her context of production. Based on the field of intellectual history, we analyze her networks of sociability and theoretical-political affiliations. We address her sophisticated elaborations on the notion of “lesbian”, heterosexuality as a political regime and the concept of the straight mind. Additionally, we criticize the absence of an intersectional perspective in Wittig’s work. We understand that works like ours, which value lesbian memories, contribute to the field of lesbianities, both in theory and in practice.

Keywords: Monique Wittig. Straight mind. Lesbian theory. Intellectual history.

Referências

  1. ABADÍA, Mónica. Reflexionando sobre Wittig: Las Guerrilleras y El Cuerpo Lesbiano. Thémata, n. 46, p. 345-351, 2012.
  2. ABREU, Maira. Politizando a anatomia: antinaturalismo e materialismo no pensamento feminista francês (1960-1980). 2016. 316 f. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas.
  3. ABREU, Maira. Feminismo materialista na França: sócio-história de uma reflexão. Revista Estudos Feministas, v. 26, n. 3, p. 1-17, 2018.
  4. ANDERSON, Kristine J. Lesbianizing English: Wittig and Zeig Translate Utopia. L'Esprit Créateur, v. 34, n. 4, p. 90-102, 1994.
  5. BEAUMAN, Sally. Women without men, except to kill for fun and survival. The New York Times, 10 oct. 1971. Disponível em: https://www.nytimes.com/1971/10/10/archives/les-guerilleres-by-monique-wittig-translated-by-david-le-vay-144-pp.html. Acesso em: 16 mai. 2020.
  6. BONNET, Marie-Jo. Le désir théophanique chez Monique Wittig. Labrys, número spécial, septembre 2003, s. p. Disponível em: https://www.labrys.net.br/special/special/bonnet.htm. Acesso em: 13 mai. 2020.
  7. BONNET, Marie-Jo. Les Gouines Rouges (1971-1973). La page de Marie-Jo Bonnet. 3 ago. 2009. Disponível em: https://mariejobon.net/2009/08/les-gouine-rouges-1971-1973. Acesso em: 11. abr. 2020.
  8. BOURCIER, Marie-Helène. Wittig la politique. In: SHAKTINI, Namascar (ed.). On Monique Wittig: Theoretical, Political and Literary Essays. Chicago: University of Illinois Press, 2005. p. 187-197.
  9. BOURCIER, Sam. Uma conversa franca com MH/SAM Bourcier sobre correntes feministas e queer na contemporaneidade. Revista Feminismos, v. 3, n. 2-3, p. 48-59, maio/dezembro 2015.
  10. BRIONES, Beatriz Suárez. Introducción. In: BRIONES, Beatriz Suárez (ed.). Las lesbianas (no) somos mujeres: En torno a Monique Wittig. Barcelona: Icaria Editorial, 2013. p. 7-14.
  11. BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
  12. CHRONOLOGY. In: SHAKTINI, Namascar (ed.). On Monique Wittig: Theoretical, Political and Literary Essays. Chicago: University of Illinois Press, 2005. p. 7-11.
  13. CURIEL, Ochy. El lesbianismo feminista: una propuesta política transformadora. América Latina en movimiento, 2007. Disponível em: https://www.alainet.org/es/articulo/121025. Acesso em: 30 mai. 2020
  14. DELPHY, Christine. O inimigo principal: a economia política do patriarcado. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 17, p. 99-119, 2015. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcpol/n17/0103-3352-rbcpol-17-00099.pdf. Acesso em: 11 abr. 2020.
  15. DOLIDON, Annabelle. Shifting Wittigian binaries: abstraction and re-materialization of the Lesbian body in Sande Zeig’s The Girl. Feminist Review, v. 92, n. 1, p. 72-90, 2009.
  16. DOSSE, François. La marcha de las ideas: historia de los intelectuales, historia intelectual. Tradução de Rafael F. Tomás. València: Universitat de València, 2007.
  17. EPPS, Brad; KATZ, Jonathan. Monique Wittig’s Materialist Utopia and Radical Critique. A Journal of Lesbian and Gay Studies, v. 13, n. 4, p. 423-454, 2007.
  18. ESPINOSA-MIÑOSO. Yuderkys. Escritos de una lesbiana oscura: reflexiones críticas sobre feminismo y política de identidad en América Latina. Buenos Aires/Lima: En la frontera, 2007.
  19. FALQUET, Jules. Por uma anatomia das classes de sexo: Nicole-Claude Mathieu ou a consciência das oprimidas. Tradução de Maíra Kubík T. Mano. Lutas Sociais, v. 18, n. 32, p. 9-23, 2014.
  20. FALQUET, Jules. Romper o tabu da heterossexualidade: contribuições da lesbianidade como movimento social e teoria política. Cadernos de Crítica Feminista, n. 5, p. 8-31, 2012.
  21. FOUGEYROLLAS-SCHWEBEL, Dominique. Controverses et anathèmes au sein du féminisme français des années 1970. Cahiers du Genre, n. 39, p. 13-26, 2005.
  22. GIANOULIS, Tina. French Gay Liberation Movement. GLBTQ Archive. 2015. Disponível em: http://glbtqarchive.com/ssh/french_gay_liberation_movement_S.pdf. Acesso em: 11 abr. 2020.
  23. GOHN, Maria da Glória. Maio de 68 na França e a teoria social contemporânea. Anais do 32º Encontro Anual da ANPOCS. 2008. Disponível em: https://www.anpocs.com/index.php/papers-32-encontro/gt-27/gt27-12/2562-mariagloriagohn-maio/file. Acesso em: 20 mai. 2020.
  24. GROSSI, Miriam Pillar. O Pensamento de Monique Wittig. Cadernos de Gênero e Diversidade, v. 4, n. 2, p. 83-90, 2018.
  25. HISTORY of the Department of Gender and Women’s Studies. University of Arizona Department of Gender & Women's Studies, s. d. Disponível em: https://gws.arizona.edu/content/history-department-gender-and-womens-studies. Acesso em: 16 mai. 2020.
  26. HOROWITZ, Irving Louis. Coming Out of the Editorial Closet: From Feminist Issues to Gender Issues. Gender Issues, v. 21, n. 2, p. 77-84, 2003.
  27. KIRKUP, James. Monique Wittig. Obituaries [Section online]. The Independent, Jan. 9th 2003. Disponível em: https://www.independent.co.uk/news/obituaries/monique-wittig-123410.html. Acesso em: 16 mai. 2020.
  28. LAURETIS, Teresa de. When lesbians were not women. Labrys, número spécial, septembre 2003, s. p. Disponível em: https://www.labrys.net.br/special/special/delauretis.htm. Acesso em: 1 abr. 2020.
  29. LESSA, Patrícia. O feminismo-lesbiano em Monique Wittig. Ártemis, v. 7, p. 93-100, dez. 2007.
  30. LESSEPS, Emmanuèle de. Hétérosexualité et féminisme. Questions Féministes, n. 7, p. 55-69, 1980.
  31. LORDE, Audre. As ferramentas do senhor nunca derrubarão a casa-grande. In: LORDE, Audre. Irmã Outsider. Tradução de Stephanie Borges. Belo Horizonte: Autêntica, 2019. p. 135-139.
  32. MARTIN, Douglas. Monique Wittig, 67, Feminist Writer, Dies. Section 1 [Caderno]. New York Times, 12 jan. 2003. Disponível em: https://www.nytimes.com/2003/01/12/nyregion/monique-wittig-67-feminist-writer-dies.html. Acesso em: 1 abr. 2020.
  33. MARX, Karl. Contribuição à crítica da economia política. Tradução de Florestan Fernandes. São Paulo: Expressão Popular, 2008.
  34. MATHIEU, Nicole-Claude. Notes pour une définition sociologique des catégories de sexe. Épistémologie sociologique, n. 11, p. 19-39, 1971.
  35. MATHIEU, Nicole-Claude. Quand céder n’est pas consentir, des déterminants matériels et psychiques de la conscience dominée des femmes, et des quelques-unes de leurs interprétations en ethnologie. In: MATHIEU, Nicole-Claude (org.). L’arraisonnement des femmes. Essai en anthropologie des sexes. Paris: Éd. de l’EHESS, 1985. p.169-245.
  36. MATOS, Olgária. Paris 1968: as barricadas do desejo. São Paulo: Brasiliense, 1989.
  37. MATTOS, Gabriela. Simone de Beauvoir – Uma vida, de Kate Kirkpatrick. Estante Virtual, 27 fev. 2020. Disponível em: https://blog.estantevirtual.com.br/2020/02/27/simone-de-beauvoir-uma-vida-de-kate-kirkpatrick. Acesso em: 29 mai. 2020.
  38. MOGROVEJO, Norma. Diversidad sexual, un concepto problemático. Trabajo Social, n. 18, p. 62-71, 2008.
  39. NAVARRO-SWAIN, Tania. Feminismo e lesbianismo: a identidade em questão. Cadernos Pagu, n. 12, p. 109-120, 1999.
  40. NAVARRO-SWAIN, Tania. Feminismo e lesbianismo: quais os desafios? Labrys, n. 1-2, julho/dezembro 2002, s. p. Disponível em: https://www.labrys.net.br/labrys1_2/femles.html. Acesso em: 22 mai. 2020.
  41. PINTO, João Alberto. França: lutas sociais anticapitalistas no maio de 68. Espaço acadêmico, n. 85, jun. 2008. Disponível em: http://www.espacoacademico.com.br/085/85pinto.pdf. Acesso em: 15 abr. 2020.
  42. RODRIGUES, Carla. Judith Butler, a filósofa que rejeita classificações. Tradução de Cadu Ortolan. Revista CULT, 5 nov. 2013. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/judith-butler-filosofa-que-rejeita-classificacoes/?aff_source=56d95533a8284936a374e3a6da3d7996. Acesso em: 29 mai. 2020.
  43. SAUNDERS, Tanya. Epistemologia negra sapatão como vetor de uma práxis humana libertária. Tradução de Sarah Ryanne Sukerman Sanches. Periódicus, v. 1, n. 7, p. 102-116, 2017.
  44. SHAKTINI, Namascar. Introduction. In: SHAKTINI, Namascar (ed.). On Monique Wittig: Theoretical, Political and Literary Essays. Chicago: University of Illinois Press, 2005. p. 1-6.
  45. SILVA, Zuleide Paiva da. A teoria política de Monique Wittig revisitada. LES Online, v. 5, n. 1, p. 3-11, 2013.
  46. SIMÕES, Júlio Assis; FACCHINI, Regina. Na trilha do arco-íris: do movimento homossexual ao LGBT. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2009.
  47. SIRINELLI, Jean-François. Os intelectuais. In: RÉMOND, Réne. Por uma história política. Rio de Janeiro: UFRJ/FGV, 1996. p. 231-269.
  48. TURCOTTE, Louise. Changing the point of view. In: WITTIG, Monique. The Straight Mind and Other Essays. Boston: Beacon Press, 1992. p. VII-XII.
  49. WITTIG, Monique. Les questions féministes ne sont pas des questions lesbiennes. Amazones d'Hier, Lesbiennes d'Aujourd'hui, v. 2, n. 1, p. 10-14, 1983.
  50. WITTIG, Monique. The Trojan Horse. Feminist Issues, v. 4, n. 2, p. 45-49, 1984.
  51. WITTIG, Monique. On the Social Contract. Feminist Issues, v. 9, n. 1, p. 3-12, 1989.
  52. WITTIG, Monique. The Straight Mind and Other Essays. Boston: Beacon Press, 1992.
  53. ZANOTTO, Gizele. História dos intelectuais e história intelectual: contribuições da historiografia francesa. Biblos, v. 22, n. 1, p. 31-45, 2008.

Downloads

Não há dados estatísticos.