DE MOÇAMBIQUE AO OESTE BRASILEIRO: NOVOS MUNDOS NAS TRAVESSIAS DA LITERATURA CONTEMPORÂNEA
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-8915.144662Resumo
Procuramos desenvolver, neste artigo, uma leitura do poema Índia do rio, de Gleycielli Nonato Guató, e do conto O dia em que explodiu Mabata-bata, de Mia Couto. Para tanto, valemo-nos de estudos de autores como Abdala Júnior e Ailton Krenak, para quem o diálogo solidário ou a articulação de alianças afetivas entre os povos africanos e latino-americanos pode contribuir significativamente para a emancipação desses imaginários e para a projeção de um mundo em que a diversidade dos povos seja efetivamente respeitada em sua autenticidade. Partindo dessas ideias, procuramos observar os possíveis aspectos estéticos e temáticos que aproximam e particularizam os projetos literários desenvolvidos por Couto e Guató, respectivamente. Propomos, em especial, uma leitura sobre a confluência da tradição e da modernidade articulada nesses discursos artísticos que ascendem de diferentes fronteiras da lusofonia contemporânea. Compreendemos que, ao expressarem, no plano literário, as cores do imaginário moçambicano e do imaginário guató, Couto e Guató reivindicam o direito de sujeitos indígenas e africanos ocuparem um novo espaço no imaginário da sociedade ocidental: o espaço assumido pela intelectualidade, pelos atores sociais que rejeitam o lugar de servidão e tomam para si a responsabilidade de reescrever a história e redesenhar o futuro de seus povos.
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