MBOAPY YAKÃ, O AUDIOVISUAL DE PATRÍCIA FERREIRA PARÁ YXAPY E A PESQUISA NA UNIVERSIDADE NUESTROAMERICANA: “O QUE VALE A PENA REALMENTE FALAR?”
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-8915.144639Resumo
A defesa de uma universidade nuestroamericana (Segato, 2013) parte da compreensão de formas de perceber os conhecimentos produzidos por sujeitos desconsiderados nos estudos de epistemologias que circulam nas instituições de ensino. No que tange aos povos originários, identifica-se que, dentro e fora das aldeias, mulheres indígenas se mobilizam pela continuidade das tradições ao mesmo tempo em que se inserem na produção audiovisual e reelaboram e constroem narrativas anticoloniais e antirracistas. Nesse cenário, analisamos o projeto e o roteiro de Mboapy Yakã - Três rios, assinado por Patrícia Ferreira Pará Yxapy em parceria com o cineasta Leonardo Josef Schifino Wittmann, projeto de longa-metragem que, ao ser finalizado, será a primeira obra de ficção assinada por uma mulher indígena no Brasil. A partir da história de duas personagens mulheres mbyá-guarani, com o aporte dos referenciais decoloniais de cosmopráxis (Stutzman, 2009), das alianças afetivas (Krenak, 2016), das mulheres de Abya Yala e suas diferenças comuns (Espinosa-Miñoso, 2021) e do feminismo comunitário de corpo-território (Cabnal, 2010), nos propusemos a pensá-las enquanto corpos-territórios empenhados na preservação do nhandereko. Desde as ideias do pensamento de vínculo, acreditamos que a recuperação e o compartilhamento dos significados do sonho e da reza para os guarani foram os caminhos eleitos pela cineasta para encontrar o nhe’e que se “vale a pena falar” ao não-indígena e para narrar uma história de corpo-territórios, ancestralidade e de futuro. Pretendemos, portanto, oferecer às bibliotecas aquilo que alcançamos do modo de conhecer e de estar no mundo mbyá-guarani.
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