O SONHO YANOMAMI CONTRA O FETICHE DA MERCADORIA
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-8915.144376Resumo
Nosso ensaio aborda aspectos da crítica xamânica da forma-mercadoria - bem como do complexo social que ela engendra - a partir do manifesto cosmopolítico de Davi Kopenawa em A queda do céu: palavras de um xamã yanomami (2015). Para Kopenawa, a “paixão pela mercadoria” obscurece o pensamento, encolhe os espíritos e as palavras, obstrui a capacidade de sonhar. O sonho yanomani, por sua vez, é contraponto àquilo que a mercadoria institui; onde a mercadoria gera morte e esquecimento da floresta, o sonho permite sua defesa e compreensão. Com a finalidade de ampliar o escopo de nossas reflexões, cotejamos a cosmologia da forma-mercadoria desenvolvida por Davi Kopenawa às teses do filósofo alemão Karl Marx sobre ser a forma-mercadoria a gênese do modo de produção capitalista e da sociabilidade fetichista que ele necessariamente institui. No que diz respeito à centralidade do sonho como sistema de conhecimento para as sociedades yanomami, nos referenciamos, também, nas pesquisas de Ana Limulja (2022), intercultura de Kopenawa, para quem A queda do céu poderia ser nomeada também como Livro dos sonhos yanomami, dada a organicidade que o sonho assume no cotidiano do grupo.
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