UM DEFEITO DE COR (2006) E UM DIA COM JERUSA (2020)
O CONTINUUM AFRICANO NA LITERATURA E NO CINEMA BRASILEIRO DE AUTORIA NEGRA FEMININA
DOI:
https://doi.org/10.22456/2238-8915.130584Resumo
Neste artigo, proponho uma análise comparada do romance Um defeito de cor (2006), da escritora afro-brasileira Ana Maria Gonçalves, e do longa-metragem Um dia com Jerusa (2020), da cineasta também afro-brasileira Viviane Ferreira, atentando para uma percepção sensorial e espaço-temporal que, nos relatos de memórias de ambas as produções de autoria negra feminina, atesta a permanência de cosmopercepções africanas no continente americano, como aponta Leda Maria Martins (2021a). Tais cosmopercepções terminam por tensionar a primazia da visão nos modos ocidentais de apreender e/ou interpretar o mundo, as coisas (OYÊWÙMÍ, 2021), ou ainda a racionalidade hegemônica. Esta discussão se inscreve na perspectiva dos “estudos encruzilhados”, defendida por Henrique Freitas (2016, p. 104), e atenta para uma dinâmica narrativa na qual incidem noções e/ou princípios que organizam modos de pensar africanos (OLIVEIRA, 2021). Atenta ainda para padrões ou modelos discursivos que, no corpus em análise, sugerem-se como desdobramentos do conceito de escrevivência criado por Conceição Evaristo, como dirá Maria Aparecida Salgueiro (2020), os quais, como constatamos na produção cinematográfica em estudo, extrapolam o texto literário.
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