As histórias que as imagens contam
o uso de fotografias de acervo na Antropologia Visual
Palavras-chave:
Jogos de memória; , Fotobiografia, Fotografias de acervo , Cinemas de ruaResumo
Este artigo surgiu a partir da oportunidade de trabalhar com as fotografias de acervo de Aida Ferrás, uma personagem citadina conhecida pelos frequentadores dos cinemas de rua na cidade de Porto Alegre/RS. Deriva de um exercício de ver e remexer nas fotos e conversar sobre elas. É sobre estar disposto a ouvir e perambular por períodos históricos outros e estilos de vida que são verdadeiros achados etnográficos. Ao adotar o modelo verbo-visual (Bruno 2009), intento, por meio da imagem e dos jogos de memória (Eckert e Rocha, 2000), situar a pessoa no mundo. Em outras palavras, procuro descobrir por meio das imagens o que Aida diz sobre o mundo que habita. Além disso, trabalho com a dinâmica temporal por meio da etnografia da duração (Eckert e Rocha, 2011), na qual narrativas, imagens e formas de sociabilidade são constituídas. O resultado conduz à descoberta de abordagens imaginativas - como, por exemplo, as fotobiografias - para trabalhar com fotografias de acervo no campo da Antropologia Visual, ampliando as possibilidades de análise e interpretação.
Downloads
Referências
BATESON, Gregory; MEAD, Margaret. Baliñese character: A photographic analysis. Ethnographic Fieldwork: An Anthropological Reader, p. 450-464, 2012.
Batchen, Geoffrey 2000. “Vernacular Photographies”, em Each Wild Idea, Writing Photography History, Cambridge, MIT Press.
BRUNO, Fabiana. Fotobiografia. Por uma metodologia da estética em Antropologia. 2009. Tese. (Programa de Pós-Graduação em Multimeios). Universidade de Campinas, Campinas, 2009.
ECKERT, Cornelia, ROCHA, Ana Luiza Carvalho da. Os jogos da memória. Ilha Revista de Antropologia, v. 2, n. 1, p. 71-84, 2000.
ECKERT, Cornelia; DA ROCHA, Ana Luiza Carvalho da. Etnografia da duração nas cidades em suas consolidações temporais. Política e trabalho: revista de ciências sociais. João Pessoa, PB. N. 34 (abr. 2011), p. 107-126, 2011.
VERGER apud GURAN, Milton. Considerações sobre a constituição e a utilização de um corpus fotográfico na pesquisa antropológica. Discursos fotográficos, v. 7, n. 10, p. 77-106, 2011.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, Editora dos Tribunais, 1990.
HARAWAY, Donna J. Seguir con el problema: Generar parentesco en el Chthuluceno. Consonni, 2020.
HOCHBERG, Gil Z. Becoming Palestine: Toward an Archival Imagination of the Future. Duke University Press, 2021.
KÄERCHER, Karen. Aida: narrativas de uma frequentadora assídua dos cinemas de rua de ontem e hoje em Porto Alegre/RS. 2024. Tese de doutorado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2024.
LE GUIN, Ursula K. The carrier bag theory of fiction. The ecocriticism reader: Landmarks in literary ecology, p. 149-154, 1996.
MEAD, Margaret. Visual anthropology in a discipline of words. Principles of visual anthropology, v. 3, p. 3-12, 1975.
NOVAES, Sylvia Caiuby. Por uma sensibilização do olhar: sobre a importância da fotografia na formação do antropólogo. GIS-Gesto, Imagem E Som-Revista De Antropologia, v. 6, n. 1, 2021.
SAMAIN, Etienne. As peles da fotografia: fenômeno, memória/arquivo, desejo. Visualidades, v. 10, n. 1, 2012.
SAMAIN, Etienne. Como pensam as imagens. Editora da Unicamp, 2012.
SAMAIN, Etienne. As ³Mnemosyne(s)´ de Aby Warburg: entre antropologia, imagens e arte. Revista Poiésis, v. 12, n. 17, p. 29-51, 2011.
SAMAIN, Etienne. Os riscos do texto e da imagem - Em torno de Baliñese character (1942), de Gregory Bateson e Margaret Mead. Significação: Revista de Cultura Audiovisual, n. 14, p. 63-88, 2000.
TAMASO, Izabela. A expansão do patrimônio: novos olhares sobre velhos objetos, outros desafios… (Laudos culturais dos antropólogos inventariantes). Sociedade e cultura, v. 8, n. 2, 2005.
VARDA, Agnès. Visages, Villages. 2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2025 ILUMINURAS

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição BY-NC.
O envio dos trabalhos implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação para a revista, a qual é filiada ao sistema Creative Commons, atribuição CC BY-NC (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/). O autor é integralmente responsável pelo conteúdo do artigo e continua a deter todos os direitos autorais para publicações posteriores do mesmo, devendo, se possível, fazer constar a referência à primeira publicação na revista. Esta não se compromete a devolver as contribuições recebidas.
O(s) autor(es) que submete (m) artigos para publicação na revista Iluminuras são legalmente responsáveis pela garantia de que o trabalho não constitui infração de direitos autorais, isentando a Revista Iluminuras quanto a qualquer falha quanto a essa garantia.