Fotografar, esquecer e revelar.

Sobre práticas analógicas e metodologias surrealistas.

Autores

Palavras-chave:

Ausência, Montagem, Surrealismo, Flâneur

Resumo

O seguinte trabalho inicia a partir do choque na experiência de campo em Buenos Aires, ao ir em busca de uma escritora que há oitenta anos estreou naquela mesma cidade, e não a encontrar. Desde seus livros nas livrarias, as fotografias nos estabelecimentos que frequentava com colegas de vanguarda modernista e poucas pessoas reconheciam seu nome quando perguntadas. Somente os registros no caderno de campo e as fotografias pareciam insuficientes para lidar com essa figura. Apenas através da revelação dos negativos retorno àquele campo com a possibilidade de registros de ausência. Por encarar uma autora surrealista, integro à pesquisa procedimentos e discussões do movimento, como a interação de imagem-texto, os processos de montagem e usos da fotografia. Este artigo evidencia metodologias tensionadas no começo da pesquisa, na qual Buenos Aires é combinada a figura fugidia de María Luisa Bombal. Procedendo a convivência com temporalidades distintas, pela interação da máquina analógica, mas também com essa artista assombrada pelo fantasma do esquecimento.

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Publicado

2025-04-26

Como Citar

RIBEIRO DE OLIVEIRA, M. Fotografar, esquecer e revelar.: Sobre práticas analógicas e metodologias surrealistas. ILUMINURAS, Porto Alegre, v. 26, n. 70/2, p. 202–224, 2025. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/iluminuras/article/view/145816. Acesso em: 27 abr. 2025.