Cidade em pausa e arte em movimento
Um estudo etnográfico do graffiti em tempos de pandemia
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.141008Palavras-chave:
Graffiti, Arte de rua, Pandemia, Desigualdades, Mundo do trabalhoResumo
Este artigo, parte de uma pesquisa etnográfica realizada no curso de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da PUC Minas, tem como objetivo compreender os efeitos da pandemia de COVID-19 nos modos de vida e trajetórias laborais de grafiteiros belo-horizontinos. Para atingir tal objetivo, foram analisadas artes pintadas nos muros de cidades, através das quais grafiteiros expressam sentimentos, denúncias e reações à emergência do vírus SARS-COV-2 e suas implicações sociais e políticas. O ato de pintar a cidade vai além da estética, porquanto revela as intrincadas relações entre o social e o estético, bem como as memórias, conflitos e formas de apropriação dos espaços urbanos. A metodologia utilizada foi a qualitativa, especialmente a etnografia, através da qual foram realizadas incursões nas ruas, pesquisas imagéticas nas plataformas digitais, e entrevistas com os autores das produções artísticas. As narrativas dos autores expressaram a subjetividade, principalmente, a indignação no tocante às desigualdades sociais e o momento político brasileiro refletido no sistema de saúde pública, educação, cultura e economia.
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