Patrimônio Artístico e Cultural no Museu Nacional de Belas Artes: Reflexões sobre as Representações do Negro no Acervo Expográfico
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.119685Palavras-chave:
Museu Nacional de Belas Artes, Patrimônio, Artes Visuais, NegritudeResumo
O presente artigo propõe uma problematização sobre o lugar da arte popular e da arte não europeia em museus de arte no Brasil, focalizando a discussão no Museu Nacional de Belas Artes, cujo processo de aquisição das coleções de arte popular e africana ocorreu a partir da década de 1960 e em duas exposições que ocorreram nos cem e cento e trinta anos da abolição da escravatura, respectivamente. Procura-se compreender ainda as imagens sobre o negro veiculadas no acervo do MNBA e como estas imagens estão ligadas a determinados noções e valores que determinam quais sujeitos são produtores e quais são objetos da arte. Analise-se ainda a hierarquização entre arte erudita e arte popular e o lugar ocupado pelo negro sobretudo na arte popular. Do ponto de vista metodológico a pesquisa tem caráter qualitativo, com ênfase em coleta bibliográfica e documental do acervo do MNBA.
Downloads
Referências
ABREU, Marta. “Folcloristas, historiadores e Jongueiros.” In: CAVALCANTI, Maria Laura e CORREA, Joana (orgs.) Enlaces: estudos de folclore e culturas populares. Rio de Janeiro, IPHAN,2018
BATISTA, Gabrielle Nascimento. O que dizer sobre as políticas africanas do Brasil e as artes? Reflexões sobre as coleções Africanas do Museu Nacional de Belas Artes (1961-1964). Dissertação (Mestrado em História da Arte) Escola de Belas Artes, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018
BAUWENS, Malika. Entretien avec Cécile Debray, Stéphane Guégan et Isolde Pludermacher. Le modéle noir. De Géricault à Matisse. Paris, Éditions Beaux Arts, 2019
BELLUZZO, Ana Maria. A propósito d’o Brasil dos viajantes: Revista USP , São Paulo (30). 8-19 pp. junho/agosto, 1996
BOURDIEU, Pierre; DARBEL, Alain. O amor pela arte: os museus de arte na Europa e seu público. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, Zouk,2003
CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro et al. Os estudos de folclore no Brasil In: CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro (org.) Reconhecimentos: antropologia, folclore e cultura popular. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2012.
CHOAY, Françoise..A alegoria do Patrimônio. São Paulo: Editora da UNESP, Estação Liberdade, 2006
FANON, Frantz. Pele Negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA,2008.
FIORIN, José Luiz. A construção da identidade nacional brasileira. Bakhtiniana. Revista de
Estudos do Discurso, n. 1, 2009. Disponível em: https://ken.pucsp.br/bakhtiniana/article/
view/3002. Acesso em: 27 set. 2020.
GILROY, Paul. O Atlântico Negro. Modernidade e Dupla Consciência. São Paulo, Rio de Janeiro, 34/Universidade Cândido Mendes - Centro de Estudos Afro-Asiáticos, 2001
Gonçalves, Reginaldo, A Retórica da Perda. Os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, IPHAN.,1996.
GUARNIERI, Waldisa Rússio Camargo. Existe um passado Museológico brasileiro? In:BRUNO, Maria Cristina Oliveira (org.). Waldisa Rússio Camargo Guarnieri: textos e contextos de uma trajetória profissional. São Paulo: Pinacoteca do Estado de São Paulo : Secretaria de Estado da Cultura : Comitê Brasileiro do Conselho Internacional de Museus, 2010.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A Editora, 2006
KOSSOY, Boris. O olhar europeu: o negro na iconografia brasileira do século XIX. São Paulo, Edusp, 1994.
LONDRES, Cecilia. O patrimônio em Processo: trajetória da política federal de preservação no Brasil. Rio de Janeiro: editora UFRJ/MINC, 2005
MORAES, Eduardo Jardim de. A brasilidade modernista. Rio de Janeiro, Graal, 1978.
MUDIMBE, V.Y A Invenção da Africa, Gnose, Filosofia e Ordem do Conhecimento. Edições Pedago, Mangualde, Portugal; Edições Mulembra, Luanda, Angola. 2013.
NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em História do Departamento de História. São Paulo: PUC, 1993.
OLIVEIRA, Lucia Lippi de. As razões da ordem: os intelectuais, a cultura e o estado. Trabalho apresentado ao SEMINÁRIO SOBRE A REVOLUÇÃO DE 30. Rio de Janeiro, FGV, CPDOC, 22 a 25 de set. 1980
ORTIZ, Renato. Cultura Brasileira e Identidade Nacional. São Paulo, Brasiliense, 1985
ROTMAN, Monica e DE CASTELLS, Alicia. “Patrimônio e Cultura: Processos de Politização, Mercantilização e Construção de Identidades” In: FILHO, Manuel Ferreira Lima; BELTRÃO, Jane Felipe; ECKERT, Cornelia (orgs). Antropologia e Patrimônio Cultural. Dialogos e Desafios Contemporâneos. Blumenau: Nova Letra, 2007.
SANTOS, Myrian Sepúlveda dos. “Canibalismo da memória: o negro em museus brasileiros”. Revista do Patrimônio, n. 31, Rio de Janeiro: IPHAN, 2005.
SOUZA, Eloisa Ramos. As constradições na construção identitária Negra nos Museus de Arte. Trabalho apresentado no XVII ENCONTRO DE ESTUDOS MULTIDISCIPLINARES EM CULTURA, Salvador, Brasil, 2021
THIESSE. Anne-Marie. La création des identités nationales. Europe XVIIIe XXesiècle.
Paris: Editions du Seuil, 1999.
VELHO, Gilberto. 2006 Patrimônio, negociação e conflito. Mana, Rio de Janeiro , v. 12, n. 1, p. 237-248, Apr.
VILHENA, Luís Rodolfo. Projeto e Missão: o movimento folclorista brasileiro.(1947-64) Rio de Janeiro: Funarte:Fundação Getúlio Vargas, 1997.
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/18282-pnad-c-moradores.html (acesso em 14/08/2018).
http://decada-afro-onu.org/plan-action.shtml (acesso em 15/08/2018).
IBRAM. Instituto Brasileiro de Museus. Museus em Números. Instituto Brasileiro de
Museus Brasília: Instituto Brasileiro de Museus, 2011. 240 p.; 29,7 cm; vol. 1. Disponível em:
https://www.museus.gov.br/museus-em-numeros/. Acesso em: 27 set. 2020
IPEA, Sistema de Indicadores de Percepção Social. 2010. Disponível em:
www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/SIPS/101117_sips_cultura.pdf > Acesso em: 25
nov. 2019.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 ILUMINURAS

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição BY-NC.
O envio dos trabalhos implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação para a revista, a qual é filiada ao sistema Creative Commons, atribuição CC BY-NC (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/). O autor é integralmente responsável pelo conteúdo do artigo e continua a deter todos os direitos autorais para publicações posteriores do mesmo, devendo, se possível, fazer constar a referência à primeira publicação na revista. Esta não se compromete a devolver as contribuições recebidas.
O(s) autor(es) que submete (m) artigos para publicação na revista Iluminuras são legalmente responsáveis pela garantia de que o trabalho não constitui infração de direitos autorais, isentando a Revista Iluminuras quanto a qualquer falha quanto a essa garantia.