As narrativas de resistência de e sobre mulheres nos grafites da cidade
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.116357Palavras-chave:
Imagem e Imaginário, Fenômeno Urbano, Estudos Etnográficos, Memória Coletiva.Resumo
No espaço urbano, o grafismos se apresenta, em sua essência, como discurso provocador e questionador das estruturas dominantes e dão vozes aos subalternos e oprimidos. Partindo desse pressuposto, este artigo, de natureza exploratória, investiga os grafites feitos por grafiteiras enquanto modos de resistência na cidade, procurando observar os discursos sobre a mulher e seu corpo. São analisados sete murais com personagens mulheres, de duas artistas de Natal-RN, refletindo-os a partir das perspectivas de Eni Orlandi, Armando Silva, Gilles Lipovetsky, David Le Breton, Bell Hooks e Audre Lorde para compreender as dinâmicas urbanas, as construções sociais do corpo e imaginários femininos e perceber como as artistas se colocam como sujeitas ativas das próprias narrativas. As intervenções observadas apresentam figuras que se distanciam dos padrões estético-corporais reproduzidos pela publicidade. Concluímos que esses grafites são modos de resistência à ordem estabelecida pelos atores hegemônicos da cidade, ao se posicionarem sobre assuntos do corpo, da mulher e da sexualidade.Downloads
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