Descolonizando visualizações
a antropologia como crítica ao universalismo no design da informação
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.147278Palavras-chave:
Design da Informação, Antropologia Aplicada, Etnografia, Visualização de Dados, DecolonialidadeResumo
Este artigo explora a interseção entre antropologia e design da informação como um território fértil para traduzir saberes etnográficos em linguagens acessíveis além da academia. Identificamos que a instrumentalização da etnografia no design constitui simultaneamente um desafio metodológico e uma oportunidade singular para repensar práticas de visualização. Objetivamos demonstrar como princípios antropológicos fundamentais (alteridade, relativismo, crítica ao universalismo) podem ser operacionalizados em formas visuais que desafiam convenções hegemônicas. Analisamos criticamente as dimensões epistemológica, ontológica e ético-política dessa relação, examinando casos como plataformas de mapeamento indígena e visualizações educacionais participativas. Os resultados apontam para um design informacional que reconhece a diversidade de modos de conhecer, representar e interpretar informações, em contraponto à naturalização de perspectivas ocidentais como universais. Concluímos que esta abordagem transforma o design em laboratório para uma antropologia pública e indisciplinada, capaz de reimaginar tanto visualizações específicas quanto a própria produção e circulação de conhecimento em contextos culturalmente diversos.
Downloads
Referências
ANDERSON, R. J.; KOLKO, J. On addressing wicked problems, imperfect solutions, and design expertise. Interactions, 16(6), p.80-83, 2009.
APPADURAI, Arjun. Fear of Small Numbers: An Essay on the Geography of Anger. Durham: Duke University Press, 2006.
BEZAITIS, Maria; ROBINSON, Rick E. VALUABLE TO VALUE: how “user research” ought to change. In: CLARKE, Alison J. (ed.). Design Anthropology: object culture in transition. London & New York: Bloomsbury, 2018. p.56-68.
DUDLEY, E.; HAALAND, A. Communicating buildings for safety. Intermediate Technology Publications, 1993.
DE LA CADENA, Marisol. Earth Beings: Ecologies of Practice Across Andean Worlds. Durham: Duke University Press, 2015.
ESCOBAR, Arturo. Designs for the Pluriverse: radical interdependence, autonomy, and the making of worlds. Durham: Duke University Press, 2018.
HALE, T. People are not users. Journal of Business Anthropology, 7(2), p.163-183, 2018.
HERZFELD, Michael. Anthropological realism in a scientistic age. Anthropological Theory, 18(1), p.129-150, 2018.
INDOLG, Tim. Anthropology and/as education. London & New York: Routledge, 2017.
KRESS, G,; VAN LEEUWEN, T. Reading Images: The Grammar of Visual Design. London & New York: Routledge, 2006.
LATOUR, Bruno. Pandora's Hope: essays on the reality of science studies. Cambridge: Harvard University Press, 1999.
LUCCHESI, A. Mapping as embodied practice in Indigenous cartography. Society for Visual Anthropology News, 36(1), p.16-20, 2020.
MARCUS, George. Ethnography in/of the world-system: the emergence of multi-sited ethnography. Annual Review of Anthropology 24, p.95-117, 1995.
MARCUS, George. Ethnography Through Thick and Thin. Princeton: Princeton University Press, 1998.
MILLEN, D. R. Rapid ethnography: Time deepening strategies for HCI field research. In: Proceedings of the 3rd Conference on Designing Interactive Systems (pp. 280-286), 2000.
NICOLAU, B. M.; OLIVEIRA, A. S. Níveis de interatividade em mídias sociais. Anais do Congresso Internacional de Design da Informação, 7, p.112-129, 2015.
PASSOS, S. G.; SOUSA, Á;. VALOTO, A.; PEREIRA, D.; NICKEL, E. M. Antropologia, design e alteridade: (algumas) relações e implicações metodológicas. In: Proceeding do 10º ETD – Congresso Internacional Ergotrip Design: Design, Ergonomia e Interação Humano Computador. Artigos Completos (pp. 927-936). Universidade de Aveiro, 2015.
PEIRANO, Mariza. Etnografia não é método. Horizontes Antropológicos, 20(42), p.377-391, 2014.
PINK, S.; MORGAN, J. Short-term ethnography: Intense routes to knowing. Symbolic Interaction, 36(3), p.351-361, 2013.
ROBERTS-MAHONEY, H.; MEANS, A. J.; GARRISON, M. J. Netflixing human capital development: Personalized learning technology and the corporatization of K-12 education. Journal of Education Policy, 31(4), p.405-420, 2016.
SALVADOR, T.; BELL, G.; ANDERSON, K. Design ethnography. Design Management Journal, 10(4), p.35-41, 1999.
SELWYN, N. Is technology good for education?. Cambridge: Polity Press, 2016.
SPINILLO, C. An analytical approach to procedural pictorial sequences. Departamento de Tipografia e Comunicação Gráfica, University of Reading, 2000.
STRATHERN, Marilyn. Commons and Borderlands: working papers on interdisciplinarity, accountability and the flow of knowledge. Canon Pyon: Sean Kingston Publishing, 2004.
WALLER, R. Learning from Vernon's Isotype test: A design history footnote. Information Design Journal, 25(3), p.264-276, 2019.
WILLIAMSON, B. Big data in education: The digital future of learning, policy and practice. Los Angeles: SAGE, 2017.
WILLIS, A. M. Ontological designing. Design Philosophy Papers, 4(2), p.69-92, 2006.
HANDWERKER, W. P. Quick ethnography. Lanham: AltaMira Press, 2001.
WOGALTER, M. S.; DEJOY, D. M.; LAGHERY, K. R. Organising theoretical framework: A consolidated communication-human information processing (C-Hip) model. In: M. S. WOGALTER, M. S.; DEJOY, D. M.; LAGHERY, K. R (eds.). Warnings and Risk communication. London: Taylor & Francis, 2009. p.15-23.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2025 ILUMINURAS

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons do tipo atribuição BY-NC.
O envio dos trabalhos implica a cessão imediata e sem ônus dos direitos de publicação para a revista, a qual é filiada ao sistema Creative Commons, atribuição CC BY-NC (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0/). O autor é integralmente responsável pelo conteúdo do artigo e continua a deter todos os direitos autorais para publicações posteriores do mesmo, devendo, se possível, fazer constar a referência à primeira publicação na revista. Esta não se compromete a devolver as contribuições recebidas.
O(s) autor(es) que submete (m) artigos para publicação na revista Iluminuras são legalmente responsáveis pela garantia de que o trabalho não constitui infração de direitos autorais, isentando a Revista Iluminuras quanto a qualquer falha quanto a essa garantia.