Fotografar, esquecer e revelar.
Sobre práticas analógicas e metodologias surrealistas.
Palavras-chave:
Ausência, Montagem, Surrealismo, FlâneurResumo
O seguinte trabalho inicia a partir do choque na experiência de campo em Buenos Aires, ao ir em busca de uma escritora que há oitenta anos estreou naquela mesma cidade, e não a encontrar. Desde seus livros nas livrarias, as fotografias nos estabelecimentos que frequentava com colegas de vanguarda modernista e poucas pessoas reconheciam seu nome quando perguntadas. Somente os registros no caderno de campo e as fotografias pareciam insuficientes para lidar com essa figura. Apenas através da revelação dos negativos retorno àquele campo com a possibilidade de registros de ausência. Por encarar uma autora surrealista, integro à pesquisa procedimentos e discussões do movimento, como a interação de imagem-texto, os processos de montagem e usos da fotografia. Este artigo evidencia metodologias tensionadas no começo da pesquisa, na qual Buenos Aires é combinada a figura fugidia de María Luisa Bombal. Procedendo a convivência com temporalidades distintas, pela interação da máquina analógica, mas também com essa artista assombrada pelo fantasma do esquecimento.
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