“As falas de Jerônimo”: trabalhadores, sindicatos e a historiografia da ditadura militar brasileira
DOI:
https://doi.org/10.22456/1983-201X.60849Palabras clave:
Trabalhadores, Movimento sindical, Ditadura Militar, HistoriografiaResumen
Este artigo tem como objetivo apresentar questões e reflexões sobre a produção historiográfica referente ao estudo dos trabalhadores e do movimento sindical brasileiro durante a Ditadura Militar (1964-1985), à luz da literatura sobre o período autoritário que abarca a chamada “história do tempo presente”. Procura-se chamar a atenção para um certo apagamento da presença dos trabalhadores e suas organizações representativas de classe verificada no conjunto de análises mais recentes sobre o período. Dessa forma, ao revelar as ações das classes trabalhadoras e expor os dilemas do movimento sindical frente à política trabalhista elaborada a partir do governo do marechal Castelo Branco (1964-1967) e à repressão policial-militar, este estudo busca contribuir para uma melhor compreensão do cenário político instaurado em 1964. Ademais, a segunda parte do artigo apresenta um conjunto de temáticas abordadas nos estudos mais recentes realizados sobre trabalho, trabalhadores e sindicalismo na Ditadura Militar, apontando ainda para determinadas lacunas e desafios historiográficos.
Descargas
Citas
AFFONSO, Almino. 1964 na visão do ministro do Trabalho de João Goulart. São Paulo: Imprensa Oficial/Fundap, 2014.
ALMEIDA, Maria Hermínia Tavares de; MARTINS, Carlos Eduardo. Modus in rebus: partidos e classes na queda do Estado Novo. São Paulo: Cebrap, [1973]. Mimeografado.
ALVES, Maria Helena Moreira. Estado e oposição no Brasil (1964-1984). 3. ed. Petrópolis: Vozes, 1985.
BATISTONI, Maria Rosângela. Confronto operário. A Oposição Sindical Metalúrgica nas greves e nas comissões de fábrica de São Paulo (1978-1980). São Paulo: Núcleo Piratininga de Comunicação, 2010.
CAMPOS, Pedro Henrique Pedreira. Estranhas catedrais. As empreiteiras brasileiras e a Ditadura Civil-Militar. Rio de Janeiro: Editora da UFF/Faperj, 2014.
CARVALHO, Yuri Rosa de. O movimento operário e a Ditadura Civil-Militar: resistência, luta armada e negociação. Revista Latino-Americana de História, v. 1, n. 3, 2012.
CORDEIRO, Janaina. A ditadura em tempos de milagre. Comemorações, orgulho e consentimento. Rio de Janeiro: FGV/Faperj, 2015.
CORRÊA, Larissa Rosa. Disseram que voltei americanizado: relações sindicais Brasil e Estados Unidos na ditadura militar (1964-1978). Tese (Doutorado), IFCH – Unicamp. Campinas: Unicamp, 2013.
______. Os ‘inimigos da pátria’: repressão e luta dos trabalhadores do Sindicato dos Químicos de São Paulo (1964-1979), Revista Brasileira de História, v. 34, n. 67, 2014.
COSTA, Edmilson. A política salarial no Brasil (1964-1985): 21 anos de arrocho salarial e acumulação predatória. São Paulo: Boitempo, 1997.
______. Estado e Controle Social no Brasil. São Paulo: T. A. Queiroz Editor, 1986.
DABAT, Christine Rufino; ROGERS, Tom D. A Peculiarity of Labor in this Region. Workers’ Voices in the Labor Court Archive at the Universidade Federal de Pernambuco. Latin American Research Review, v. 47, 2012, p. 163-68.
ERICKSON, Kenneth Paul. Sindicalismo no Processo Político no Brasil. São Paulo, Brasiliense, 1979.
FARIA, Hamilton J. B. de. A experiência operária nos anos de resistência: a Oposição Metalúrgica de São Paulo e a dinâmica do movimento operário (1964-1978). São Paulo: Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, PUC-SP, 1986.
FIGUEIREDO, Argelina Cheibub. Intervenções sindicais e o “novo sindicalismo”. Dados, v. 17, 1978, p. 136-45.
FREDERICO, Celso. (Org.). A esquerda e o movimento operário. Vol I. A resistência à ditadura (1964-1971). 1. ed. São Paulo: Novos Rumos, 1987.
GREEN, James N.; QUINALHA, Renan (Orgs.). Ditadura e homossexualidades: repressão, resistência e a busca da verdade. São Carlos: EdUFSCar, 2014.
GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. “A gestão do trabalho na indústria petroquímica (a forma geral e a variante paternalista)”. Caderno CRH, Salvador: CRH, n. 12, 1990.
HALL, Michael M; PINHEIRO, Paulo Sérgio (Org.). A Classe Operária No Brasil, 1889-1930: Documentos. Vol. 1: O Movimento Operário. São Paulo: Alfa-Ômega, 1979.
IIEP. Investigação Operária. Empresários, militares e pelegos contra os trabalhadores. São Paulo: IIEP, 2014.
MERICLE, Kenneth S. Corporatist Control of Working Class: Authoritarian Brazil since 1964. In: MALLOY, James (Ed.). Authoritarism and Corporativism in Latin America. Pittsburgh, University of Pittsburgh Press, 1977.
MONTENEGRO, Antonio. Trabalhadores rurais e Justiça do Trabalho em tempos de regime civil-militar. In: GOMES, Angela de Castro; SILVA, Fernando Teixeira da (Orgs.). A Justiça do Trabalho e sua história. Campinas: editora da Unicamp, 2013, p. 303-348.
NAGASAVA, Heliene Chaves. “O sindicato que a ditadura queria”: o Ministério do Trabalho no governo Castelo Branco (1964-1967). Dissertação (Mestrado), CPDOC/FGV. Rio de Janeiro, 2015.
NEGRO, Antonio Luigi. Linhas de Montagem. O industrialismo nacional-desenvolvimentista e a sindicalização dos trabalhadores. São Paulo: Boitempo/Fapesp, 2004.
______. Nas origens do ‘Novo Sindicalismo’: o maio de 59, 68 e 78 na indústria automobilística. Iin: RODRIGUES, Iram J. (Org.). O Novo Sindicalismo. Vinte anos depois. Petrópolis: Vozes/Educ/Unitrabalho, 1999.
OLIVEIRA, Roberto Veras de; LADOSKY, Mário Henrique. O “novo sindicalismo” pela ótica dos estudos do trabalho. Revista Mundos do Trabalho, v. 6, n. 11, 2014.
PEREIRA NETO, Murilo Leal. Olavo Hansen. São Paulo: Expressão Popular, 2013.
PIMENTA, Edileuza; TEIXEIRA, Edson. Virgílio Gomes da Silva: de retirante a guerrilheiro. São Paulo: Plena Editorial /Núcleo Memória, 2009.
RAMALHO, José Ricardo. Estado-Patrão e luta operária. O caso FNM. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
REIS, Daniel Aarão et al. Fatos e versões: o sequestro da história. São Paulo: Perseu Abramo, 1997.
______. A revolução faltou ao encontro. São Paulo: Brasiliense, 1990.
REIS, Daniel Aarão; RIDENTI, Marcelo; MOTTA, Rodrigo Patto Sá. A ditadura que mudou o Brasil. 50 anos do golpe de 1964. Rio de Janeiro: Zahar, 2014.
RIBEIRO, Felipe Augusto dos Santos. A foice, o martelo e outras ferramentas de ação política: os trabalhadores rurais e têxteis de Magé/RJ (1956-1973). Tese (Doutorado), Centro de Pesquisa e Documentação, FGV. Rio de Janeiro, 2015.
RODRIGUES, José Albertino. Sindicato e desenvolvimento social no Brasil. São Paulo: Difel, 1968.
RODRIGUES, Leôncio Martins. Conflito industrial e sindicalismo no Brasil. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1966.
ROSA, Susel Oliveira da. Mulheres, ditaduras e memórias. São Paulo: Intermeios/ Fapesp. 2013.
ROVAI, Marta Gouveira de Oliveira. Osasco 1968: A greve no feminino e no masculino. Tese (Doutorado), FFLCH/Usp. São Paulo, 2012.
SANTOS, Wanderley Guilherme dos. Cidadania e justiça. Rio de Janeiro: Campus, 1979.
SOUZA MARTINS, Heloísa. O Estado e a burocratização do sindicato no Brasil. São Paulo: Hucitec, 1979.
TROYANO, Annez. Estado e sindicalismo. São Paulo: Símbolo, 1978.
VENTURA, Zuenir. 1968: o ano que não terminou. 3. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2013.
VIANNA, Luiz Werneck. Liberalismo e sindicato no Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
WEFFORT, Francisco. Participação e conflito industrial: Contagem e Osasco, 1968. Estudos Cebrap, Caderno 5, 1972.
WEFFORT, Francisco Correa. Origens do sindicalismo populista no Brasil: a conjuntura do após-guerra. Estudos Cebrap, São Paulo, n. 4, p. 65-105, 1973.
______. Dejémonos de farsas intelectuais e resistência democrática... inutiles. São Paulo: Cebrap, [197-].
______. O populismo na política brasileira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.
WELCH, Clifford Andrew. Labor Internationalism: U.S. Involvement in Brazilian Unions, 1945-1965. Latin American Research Review, v. 30, n. 2, 1995.