"Teorias da história" e "filosofias da história": reflexões sobre o contraste entre estes dois espaços de reflexão sobre o fazer histórico

Autores

  • José D'Assunção Barros Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.22456/1983-201X.15756

Palavras-chave:

Filosofias da história, Teorias da história, História científica, Historiografia

Resumo

Este artigo objetiva refletir sobre a distinção entre Filosofias da História e Teorias da História. Será considerada a passagem das reflexões setecentistas sobre a História para o âmbito da Teoria da História, elaborado especificamente por historiadores profissionais. Entre exemplos examinados, os filósofos Kant, Voltaire e Hegel são enfatizados; entre as teorias da história, consideraremos os três principais paradigmas historiográficos do século XIX: o Positivismo, o Historicismo e o Materialismo Histórico. Uma análise dos modelos de tempo e do deslocamento para novas práticas historiográficas, de um a outro período, traz apoio ao conjunto de considerações.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José D'Assunção Barros, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

P

Referências

ABBT, Thomas. Geschichte des menschlichen Geschlechts. Halle: 1766.

AGOSTINHO, Santo. A Cidade de Deus. Petrópolis: Vozes, p. 413-426, 1991.

ANDERSON, Perry. O Fim da História – de Hegel a Fukuyama. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1992 [original: 1992].

ARON, Raymond. La philosophie critique de l’histoire. Paris: J. Vrin, 1969.

BOSSUET, Jacques Bénigne. Discours sur l’histoire universelle. Paris: S. Mabre- Cramoyse, 1681.

BURKE, Peter. Vico. São Paulo: UNESP, 1997.

BÜSCH, J.G. Encyclopädie der historischen, philosophischen und mathematischen Wussenschaften. Hamburgo, 1777.

CERTEAU, Michel de. A Operação Historiográfi ca. In: A Escrita da História. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982. p. 65-119.

CHLADENIUS, Johann Martin. Allgemeine Geschichtswissenschaft [Ciência Histórica]. Leipzig, 1752.

______. On the concept of interpretation. On the interpretation of historical, books and accounts In: MUELLER-VOLLMER (Orgs.). The hermeneutics reader: Texts of the German tradition from the Enlightenment to the present. New York: Continuum, 1988. p. 54-71.

COLLINGWOOD, R. G. A Ideia de História. Lisboa: Presença, 2001.

COMTE, Auguste. Curso de Filosofia Positiva. São Paulo: Nova Cultural, 1991.

______. Sumária apreciação do conjunto do passado moderno In: Opúsculos da Filosofia Social. Porto Alegre / São Paulo: Globo / Edusp, 1972.

CROCE, Benedetto. Teoria e História da Historiografia. Bari: Gius/Laterza & Figli, 1920.

DILTHEY, Wilhelm. El mundo historico. México: Fondo de Cultura Económica, 1944 [A Construção do mundo histórico nas ciências do espírito, 1910].

ESCOREL, Lauro. Introdução ao pensamento político de Maquiavel. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1979.

ESCUDIER, A. De Chladenius à Droysen. Théorie et méthodologie de l’histoire de langue allemande (1750-1860). Annales. Histoire, Sciences Sociales, n. 58 v. 4, 2003, p. 743-777.

FEBVRE, Lucien. Combates pela História. Lisboa: Presença, 1989 [Combats pour l’Histoire. Paris: A. Colin, 1953].

FOUCAULT, Michel. As Palavras e as Coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

GATTERER, J. C. Einleitung in the synchronistche Universalgeschiche. Gottingen, 1771.

GERVINUS, Georg Gottfried. Grundzüg der Historik (As Grandes Linhas da História) In: Schriften zur Literatur. Berlim: Erler, 1962. p. 49-103.

GONÇALVES, José Henrique Rollo. A Concepção Binocular da História de Arnold Toynbee. In: LOPES, Marcos Antônio (Org.). Grandes Nomes da História Intelectual. São Paulo: Contexto, 2003, p. 404-412.

GOULEMOT, Jean-Marie. Discours, révolutions et histoire: reptresentations de l’histoire et discours sur les révolutions de l’âge classique aux lumières. Paris: U.G.E., 1975.

GRIMSLEY, Ronald. La filosofía de Rousseau. Madrid: Alianza, 1977.

HAZARD, Paul. Crise da Consciência Européia. Lisboa: Cosmos, 1971.

HEGEL, Friedrich. Enciclopédia das Ciências Filosóficas – vol. 1: a Filosofia da Natureza. São Paulo: Loyola, 1997.

______. Filosofia da História. Brasília: UNB, 2008.

______. Princípios para a Filosofia do Direito. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

KANT, Immanuel. Ideia de uma História Universal de um Ponto de Vista Cosmopolita. São Paulo: Brasiliense, 1986.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado – contribuição à semântica dos tempos históricos. Rio de Janeiro: Contraponto, 2006.

KUJAWSKI, Gilberto de Mello. Teoria. In: O Ocidente e sua Sombra. Brasília: Letrativa, 2002. p. 101-111.

LOPES, Marcos Antônio. Voltaire literário – horizontes históricos. São Paulo: Imaginário, 2000.

______. Voltaire historiador – uma introdução ao pensamento histórico na época do iluminismo. São Paulo: Imaginário, 2001.

______. Voltaire político – espelhos para príncipes de um novo tempo. São Paulo: Imaginário, 2003.

LOWITH, K. El sentido de la historia. Madrid: Aguiar, 1958.

LUCIANO, De Samósata. Como se deve escrever a história [165]. In: F. HARTOG (Org.) A história de Homero a Santo Agostinho. Belo Horizonte: UFMG, 2001.

MABLY, Gabriel Bonnot, Abade de. De l’étude de l’histoire (1775), suivi de De la manière d’écrire l’histoire (1783). Paris, Fayard, 1988.

MAQUIAVEL, Nicolau. História de Florença. São Paulo: Musa Editora, 2003.

MARCUSE, Herbert. Razão e Revolução – Hegel e o advento da Teoria Social. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.

MARX, Karl. Crítica da Filosofia do Direito de Hegel. São Paulo: Boitempo, 2005.

______. Thèse sur Feuerbach. Paris: Gallimard, 1982 (em português: incluído em Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978).

______. As lutas de classe na França (1848-1850). vol. I. São Paulo, Ed. Sociais, 1977.

______. O 18 Brumário e Cartas a Kugelmann. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997 [original de “O 18 Brumário”: 1852].

______. O Capital – crítica da Economia Política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979.

______. A Guerra Civil na França In: A Revolução antes da Revolução – vol. 2. São Paulo: Expressão Popular, 2008. p. 339-355.

MONOD, Gabriel. Du progrès des sciences historiques en France depuis le XVIe siècle. Revue Historique, n. 1, p. 36-38, 1876.

MOSTERIN, J. Filosofia de la Cultura. Madrid: Alianza, 1993.

POMEAU, René. Voltaire. Paris: Seuil, 1994.

RICOEUR, Paul. História e Verdade. Rio de Janeiro: Cia Editora Forense, 1968.

RICOEUR, Paul. Tempo e Narrativa. São Paulo: Papirus, 1994.

______. A memória, a história, o esquecimento. Campinas: Unicamp: 2007.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens Brasília/ São Paulo: Editora Universidade de Brasília/ Ática, 1989.

SYBEL, Heinrich von. Über den Stand der neueren deutschen Geschichtsschreibung (Sobre o Estado da Moderna Historiografia Alemã, 1856) In Kleine historische Schriften. Munich, 1863.

THIERRY, A. Sur les différentes manières d’écrire l’histoire, en usage depuis le quinzième siècle – Lettre VI. In: THIERRY, A (Org.). Lettres surl’histoire de la France. Paris: Garnier Frères Librairie-Éditeurs.

TOYNBEE, Arnold. Study of History. Londres: Oxford University Press, 1934- 1961. v. 12. [Um Estudo da História. São Paulo: Martins Fontes, 1987].

VENTURI, Franco. Europe des lumieres: recherches sur le 18e siecle. Paris: Mouton, 1971.

VEYNE, Paul. Como se Escreve a História. Brasília: UNB, 1982.

______. Os conceitos em história In: SILVA, Maria Beatriz Nizza da (Org.). Teoria da história. São Paulo: Cultrix, 1976. p. 120-134.

______. A História Conceitual In: NORA, Pierre e LE GOFF, Jacques da (Orgs.). História: novos problemas. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988. p. 64-88.

______. O Inventário das Diferenças. São Paulo: Brasiliense, 1980.

VOLTAIRE. Oeuvres Historiques. Paris: Gallimard, 1957.

______. História In Dicionário Filosófico. São Paulo: Martin Claret, 2006. 267-277.

______. Ensaio sobre os Costumes e o Espírito das Nações In: A Filosofia da História. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 39-67.

______. História e Historiógrafo. In: A Filosofia da História. São Paulo: Martins Fontes, 2007. p. 3-36.

______. The Age of Luis XIV. London: Irvington Pub, 1978.

WALSH, W. H. Introdução à Filosofia da História. Trad. por Waltensir Dutra. Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1978.

WEHLING, Arno. Historiografia e Epistemologia Histórica In: MALERBA, Jurandir (Org.). A História Escrita. São Paulo: Contexto, 2006. p. 175-187

Downloads

Publicado

2011-06-16

Como Citar

Barros, J. D. (2011). "Teorias da história" e "filosofias da história": reflexões sobre o contraste entre estes dois espaços de reflexão sobre o fazer histórico. Anos 90, 19(36), 367–400. https://doi.org/10.22456/1983-201X.15756