Revoltas regenciais na Corte: o movimento de 17 de abril de 1832

Autores

  • Marcello Basile

DOI:

https://doi.org/10.22456/1983-201X.6358

Palavras-chave:

Período Regencial, Rio de Janeiro, Revolta de 17 de abril de 1832

Resumo

Uma das fases mais ricas e singulares em termos de organização, discussão e participação políticas, o Período Regencial (1831-1840), é também o mais agitado e conturbado da história do Brasil. Este artigo analisa uma das principais revoltas então ocorridas no Rio de Janeiro: a que, em 17 de abril de 1832, sacudiu a capital do Império, capitaneada pelos caramurus. Estes constituíam uma facção política surgida logo após a abdicação de Pedro I, essencialmente formada por políticos e cortesãos ligados ao ex-imperador, por antigos funcionários públicos civis e militares e por comerciantes e caixeiros portugueses. Opunham-se eles a qualquer reforma na Constituição de 1824 e defendiam uma monarquia constitucional fortemente centralizada, nos moldes do Primeiro Reinado, chegando, em casos excepcionais, a nutrir anseios restauradores. O movimento, no qual estava envolvido José Bonifacio, pretendia derrubar o ministério ou a Regência e, quiçá, reivindicar a volta de Pedro I. Jornais, panfletos, manifestos e processos judiciais constituem as principais fontes de pesquisa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ANDRADE, Manuel Correia de. Movimentos nativistas em Pernambuco: Setembrizada e Novembrada. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 1974.

BARBOSA, Maria do Socorro Ferraz. Liberais & liberais: guerras civis em Pernambuco no século XIX. Recife: Editora Universitária da Universidade Federal de Pernambuco, 1996.

BARRETO FILHO, Mello; LIMA, Hermeto. História da Polícia do Rio de Janeiro: aspectos da cidade e da vida carioca. Rio de Janeiro: A Noite, 1942. V. II.

BASILE, Marcello Otávio. Os reacionários do Império: a imprensa caramuru no Rio de Janeiro. Dimensões – Revista de História da U.F.E.S., Vitória, Universidade Federal do Espírito Santo – Centro de Ciências Humanas e Naturais, n. 10, jan./jul. 2000. Dossiê escravidão, racismo e exclusão social.

______. Ezequiel Corrêa dos Santos: um jacobino na Corte imperial. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2001.

______. O Império em construção: projetos de Brasil e ação política na Corte regencial. 2004. Tese (Doutorado) – I.F.C.S. da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2004.

BERLIN, Ira; FIELDS, Barbara J.; MILLER, Steven F.; REIDY, Joseph P.; ROWLAND, Leslie S. Slaves no more: three essays on emancipation and the Civil War. Cambridge: Cambridge University Press, s/d.

BRASIL. Directoria Geral de Estatistica. Recenseamento do Brazil realizado em 1 de setembro de 1920. Rio de Janeiro: Typographia de Estatistica, 1922. V. I.

CARVALHO, Marcus Joaquim Maciel de. Hegemony and rebellion in Pernambuco (Brazil), 1821-1835. Urbana: University of Illinois at Urbana-Champaign, 1989.

CARVALHO, Marcus Joaquim Maciel de. Liberdade: rotinas e rupturas do escravismo no Recife, 1822-1850. Recife: Editora Universitária da Universidade Federal de Pernambuco, 1998.

CHALHOUB, Sidney. Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da escravidão na Corte. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

CORRÊA, Valmir Batista. História e violência em Mato Grosso: 1817-1840. Campo Grande: Editora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2000.

DI PAOLO, Pasquale. Cabanagem: a revolução popular da Amazônia. Belém: Conselho Estadual de Cultura, 1985.

DIAS, Claudete Maria Miranda. Balaios e bem-te-vis: a guerrilha sertaneja. Teresina: Fundação Cultural Monsenhor Chaves, 1995.

FREITAS, Décio. Os guerrilheiros do imperador. Rio de Janeiro: Graal, 1978.

HESPANHA, António Manuel. Panorama histórico da cultura jurídica européia. 2. ed. Lisboa: Europa-América, 1998.

LEITMAN, Spencer. Raízes sócio-econômicas da Guerra dos Farrapos: um capítulo da história do Brasil no século XIX. Rio de Janeiro: Graal, 1979.

MONTENEGRO, João Alfredo de Sousa. Ideologia e conflito no Nordeste rural (Pinto Madeira e a revolução de 1832 no Ceará). Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1976.

MOREIRA DE AZEVEDO, Manuel Duarte. Historia patria: o Brazil de 1831 a 1840. Rio de Janeiro: B. L. Garnier, 1884.

______. Sedição militar na Ilha das Cobras em 1831. Revista do I.H.G.B., Rio de Janeiro, Typ. Imparcial, t. XXXIV, parte 2, 1871.

______. Os tiros no theatro: motim popular no Rio de Janeiro. Revista do I.H.G.B., Rio de Janeiro, Typ. Imparcial, t. XXXVI, p. 2, 1873.

______. Sedição militar de julho de 1831 no Rio de Janeiro. Revista do I.H.G.B., Rio de Janeiro, Typ. Imparcial, t. XXXVII, p. 2, 1874.

______. Motim politico de 3 de abril de 1832 no Rio de Janeiro. Revista do I.H.G.B., Rio de Janeiro, Typ. Imparcial, t. XXXVII, p. 2, 1874.

MOREIRA DE AZEVEDO, Manuel Duarte. Motim politico de 17 de abril de 1832 no Rio de Janeiro. Revista do I.H.G.B., Rio de Janeiro, Typ. Imparcial, t. XXXVIII, p. 2, 1875.

MOREIRA DE AZEVEDO, Manuel Duarte. Motim politico de dezembro de 1833 no Rio de Janeiro: remoção dotutor do imperador. Revista do I.H.G.B., Rio de Janeiro, Typ. Imparcial, t. XXXIX, p. 2, 1876.

______. Sociedades fundadas no Brazil desde os tempos coloniaes até o começo do actual Reinado. Revista do I.H.G.B., Rio de Janeiro, Typographia de Laemmert, t. XLVIII, p. 2, 1885.

MOREL, Marco. La formation de l’espace publique moderne a Rio de Janeiro (1820-1840): opinion, acteurs et sociabilité. 1995. 2 v. Tese (Doutorado) – U.F.R. d’Histoire, Université de Paris I (Pantheon Sorbonne), Paris, 1995.

RIBEIRO, Gladys Sabina. A liberdade em construção: identidade nacional e conflitos antilusitanos no Primeiro Reinado. Rio de Janeiro: Relume Dumará; FAPERJ, 2002.

RUDÉ, George. A multidão na história: estudo dos movimentos populares na França e na Inglaterra, 1730-1848. Rio de Janeiro: Campus, 1991.

SEIDLER, Carl. Dez anos no Brasil. Belo Horizonte; São Paulo: Itatiaia; EDUSP, 1980.

SILVA, Wlamir José da. “Liberais e povo”: a construção da hegemonia liberal moderada na província de Minas Gerais (1830-1834). 2002. Tese (Doutorado) – I.F.C.S. da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2002.

SOARES, Carlos Eugênio Líbano. A capoeira escrava e outras tradições rebeldes no Rio de Janeiro (1808-1850). Campinas: Editora da UNICAMP; Centro de Pesquisa em História Social da Cultura, 2001.

SOUSA, Jorge Prata de. Escravidão ou morte: os escravos brasileiros na Guerra do Paraguai. 2. ed. Rio de Janeiro: Mauad; ADESA, 1996.

SOUSA, Octavio Tarquinio de. História dos fundadores do Império do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio, 1957. 10 v.

SOUZA, Iara Lis Franco Schiavinatto Carvalho. Pátria coroada: o Brasil como corpo político autônomo – 1780-1831. São Paulo: UNESP, 1999.

SOUZA, Paulo César. A Sabinada: a revolta separatista da Bahia, 1837. São Paulo: Círculo do Livro, 1987.

TINOCO, Antonio Luiz Ferreira. Codigo criminal do Imperio do Brazil annotado. Brasília: Senado Federal, 2003. Ed. fac-similar da original de 1886.

Downloads

Publicado

2004-12-01

Como Citar

Basile, M. (2004). Revoltas regenciais na Corte: o movimento de 17 de abril de 1832. Anos 90, 11(19), 259–298. https://doi.org/10.22456/1983-201X.6358