Bourdieu e Foucault: derivas de um espaço epistêmico
DOI:
https://doi.org/10.22456/1983-201X.6354Palavras-chave:
Michel Foucault, Pierre Bourdieu, Gaston Bachelard, ModernidadeResumo
Neste artigo, o autor discute as bases epistemológicas bachelardianas das obras de Bourdieu e Foucault tendo em vista avaliar-lhes a pertinência para uma sociologia da Modernidade na periferia. O que Bachelard fundou foi uma modalidade de reconstrução racional associada a uma historização que se contrapõe ao positivismo na medida em que enfatiza o caráter criativo e inventivo da fenomenotécnica científica. Bourdieu assume de Bachelard a injunção à ruptura epistemológica entre o fenômeno que se reconstitui na ciência e aquele que se apresenta ao senso comum. Foucault usa o modo de demonstração bachelardiano das raízes fantásticas das ciências para desmantelar as pretensões das ciências humanas. Sugere-se, neste artigo, que a extensão da posição epistemológica foucaultiana é heuristicamente mais fecunda e permanece promissora para os lugares de enunciação com pretensão de desvelamento do modo como a Modernidade apresenta-se na periferia.Downloads
Referências
BACHELARD, Gaston. A formação do espírito científico. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas lingüísticas: o que falar quer dizer. São Paulo: Ed. da USP, 1996.
______. Meditações pascalinas. Oeiras: Celta, 1998.
______. Poder simbólico. Lisboa: Ediel, 1989.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1987.
______. Arqueologia das ciências e história dos sistemas de pensamento. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2000.
______. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
______. A ordem do discurso: aula inaugural no College de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. 5.ed. São Paulo: Loyola, 1999.
HABEMAS, Jürgen. O discurso filosófico da Modernidade. Lisboa: Dom Quixote, 1990.