The penetration of “Dutch invasions” paradigm: historiographic constructions of the first half of the 20th century
DOI:
https://doi.org/10.22456/1983-201X.116382Keywords:
Invasão holandesa, Brasil holandês, Historiografia do século XX, Historiografia brasileira, narrativa historiográficaAbstract
The idea of a Lusitanian Brazil with the exaltation of Portuguese resistance capable of expelling the invading enemy and liberating the colony was drawn in the 19th century as part of the national construction project. The consolidation is found in the work of Francisco Adolfo de Varnhagen, although his interpretation did not become paradigmatic at his time. Analyzing the penetration of this historiographical narrative of the “Dutch invasion” in the historiography of the first half of the 20th century is the central objective of this article. Therefore, the classics of Capistrano de Abreu, Sérgio Buarque de Holanda, José Antônio Gonsalves de Mello, Hermann Wätjen e Charles Boxer are examined in terms of the history of Dutch occupation in Brazil, questioning how such approaches reify the invasion paradigm or launch significant historiographical advances to the theme. In addition to a nomenclature, it was concluded that until the mid-twentieth century the Varnhagenian model was rooted in Brazilian historiography, despite the proposed critical considerations and changes in perspective by foreign historians and regional historiography. The Portuguese ancestry remains, even though the new historians produce highly original and radically different interpretations from the 19th century historiographic work.
Downloads
References
ABREU, Capistrano de. Capítulos de História Colonial [Original de 1907]. 7. ed. Belo Horizonte; São Paulo: Itatiaia; Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
ABREU, Capistrano de. Necrológio de Francisco Adolfo Varnhagen, Visconde de Porto Seguro [Original de 1878]. In: ABREU, Capistrano de. Ensaios e Estudos. 1ª. Série. Rio de Janeiro: Livraria Briguiet, 1931. p. 125-142.
ABREU, Capistrano de. Sobre o Visconde de Porto Seguro [Original de 1882]. In: ABREU, Capistrano de. Ensaios e Estudos. 1ª. Série. Rio de Janeiro: Livraria Briguiet, 1931. p. 193-218.
ALONSO, Ângela. Idéias em movimento: a geração 1870 na crise do Brasil - Império. São Paulo: Paz e terra, 2002.
ARAUJO, Valdei Lopes de. A experiência do tempo: conceitos e narrativas na formação nacional brasileira (1813-1845). São Paulo: Hucite, 2008.
BOXER, Charles R. Os Holandeses no Brasil: 1624-1654. Trad. Olivério M. de Oliveira Pinto. [Original de 1957]. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1961.
CALADO, Frei Manoel. O Valeroso Lucideno e Triunfo da Liberdade (manuscrito de 1648). 5ª ed. 1º v. Recife: CEPE, 2004.
CEZAR, Temístocles. Lições sobre a escrita da história. Historiografia e Nação no Brasil do século XIX. Diálogos, Maringá/Paraná, v.8, p. 11-29, 2004.
CEZAR, Temístocles. Varnhagen em movimento: breve antologia de uma existência. Topoi, v. 8, n. 15, p. 159-207, jul-dez 2007a.
CEZAR, Temístocles. “O poeta e o historiador. Southey e Varnhagen e a experiência historiográfica no Brasil do século XIX”. História Unisinos, São Leopoldo, v. 11, n. 3, p. 306-312, set./dez. 2007b.
COELHO, Duarte de Albuquerque. Memórias diárias da guerra do Brasil pelo decurso de nove anos, começando em 1630 [Manuscrito de 1644]. 2ª ed. Recife: Fundação de Cultura Cidade do Recife, 1981.
COSTA, Regina de Carvalho Ribeiro da. Calabar: a História do Mito e o Mito na História. Rio de Janeiro: Telha, 2019b.
COSTA, Regina de Carvalho Ribeiro. O paradigma das 'invasões holandesas': a interpretação de Francisco Adolfo de Varnhagen. Revista do Instituto Histórico e Geográphico Brazileiro, v. 480, p. 91-120, 2019a.
FREIRE, Francisco de Brito. Nova Lusitânia, História da Guerra Brasílica [Manuscrito de 1675]. São Paulo: Beca Produções Culturais, 2001.
GONTIJO, Rebeca. Tal História, qual memória? Capistrano de Abreu na Historiografia Brasileira. História, Historiadores, Historiografia. Projeto História, n. 41, p. 491-526, dez. 2010.
GUIMARÃES, Manoel Luiz Salgado. Historiografia e Nação no Brasil: 1838-1857. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2011.
GUIMARÃES, Manoel Luís Salgado. Nação e civilização nos trópicos: o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e o projeto de uma história nacional. Estudos históricos, Rio de Janeiro, n.1, p. 5-27, 1988.
GUIMARÃES, Lúcia Maria Paschoal. A percepção dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA: HISTÓRIA E CIDADANIA, XIX, 1997, Belo Horizonte. Anais do XIX Simpósio Nacional da ANPUH – Associação Nacional de História. São Paulo: Humanitas, FFLCH-USP/ ANPUH, 1988. v. 2, p. 471-485.
GUIMARÃES, Lucia Maria Paschoal. Debaixo da imediata proteção de Sua Majestade Imperial. 2ª. ed. São Paulo: Annablume, 2011.
GUIMARÃES, Lucia Maria Paschoal. Francisco Adolfo de Varnhagen. In: PARADA, Mauricio; RODRIGUES, Henrique Estrada (orgs.) Os historiadores clássicos do Brasil, vol.4 dos primeiros relatos a José Honório Rodrigues. Petrópolis (RJ): Vozes; Rio de Janeiro: Editora PUC, 2018.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Trabalho e Aventura. In: HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil [Original de 1936]. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 41-70.
HRUBY, Hugo. “O templo das sagradas escrituras: o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e a escrita da história do Brasil (1889-1912)”. História da Historiografia, n.2, p. 50-66, mar. 2009.
JESUS, Frei Rafael de. Castrioto Lusitano; ou, História da Guerra entre o Brasil e a Holanda, durante os anos de 1624 a 1654, terminada pela valorosa restauração de Pernambuco e das capitanias confinantes [Manuscrito de 1675]. Paris: J. P. Aillaud, 1844.
KANTOR, Iris. Esquecidos e Renascidos: historiografia acadêmica Luso-brasileira. São Paulo: Hucitec, 2004.
MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo dos Flamengos: influência da ocupação holandesa na vida e na cultura do norte do Brasil. 5. ed. Rio de Janeiro: Topbooks, 2007.
SANTIAGO, Diogo Lopes de. História da Guerra de Pernambuco e feitos memoráveis do mestre de campo João Fernandes Vieira [Original de 1655]. Recife: Imprensa Oficial, 1943.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870-1930. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
SEVCENKO, Nicolau. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira república. 4ª Ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.
SINDER, Valter. “A Reinvenção do Passado e a Articulação de Sentidos: o Novo Romance Histórico Brasileiro.” Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 14, n. 26, p. 253-264, 2000.
SOUTHEY, Robert. História do Brasil. (Original de 1810-1819) Belo Horizonte: Ed. Itatiaia / São Paulo: Ed. da Universidade de São Paulo, 1981.
VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. História Geral do Brazil: antes de sua separação e independência de Portugal. [Original de 1854-1857] 9. ed. 5 vol. São Paulo; Brasília: Melhoramentos; INL, 1975.
VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. História das lutas com os holandeses no Brasil desde 1624 até 1654. [Original de 1871] Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 2002.
WÄTJEN, Hermann. O domínio colonial holandês no Brasil. Um capítulo da história colonial do século XVII. Trad. Pedro Celso Uchôa Cavalcanti. [Original de 1938]. 3ª ed. Recife: Companhia Editora de Pernambuco, 2004.
WEHLING, Arno. As origens do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, RIHGB, Rio de janeiro, n.338, p.7-16, 1983.
WEHLING, Arno. Estado, História, Memória: Varnhagen e a Construção da Identidade Nacional. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999.