Chamada para submissão de artigos: "FRONTEIRAS COLONIAIS, MEDIADORES CULTURAIS E REGISTROS DOCUMENTAIS. SUJEITOS E DINÂMICAS FRONTEIRIÇAS EM DIÁLOGO."

2024-09-12

Chamada para submissão de artigos:

"FRONTEIRAS COLONIAIS, MEDIADORES CULTURAIS E REGISTROS DOCUMENTAIS: SUJEITOS E DINÂMICAS FRONTEIRIÇAS EM DIÁLOGO"

Editores de seção:
Dr. Paulo Cambraia (Universidade Federal do Amapá – UNIFAP)
Dr. Carlos D. Paz (Universidad Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires - UNCPBA)

Prazo para envio: 31 de janeiro de 2025.

 

As fronteiras coloniais do Brasil, assim como do resto de América, foram espaços de encontros, disputas e reformulações das lógicas daqueles grupos humanos que aí conviveram; um processo de diálogo que carregava sobre si as experiências de cada um dos sujeitos envolvidos; sujeitos, entre os quais temos que considerar homens, mulheres e crianças que conseguiram dar conta dos seus próprios interesses, assim como dos anseios das suas comunidades de origem, articulando-os com aqueles próprios dos colonizadores. Partindo de ponderar as fronteiras como espaços de encontro e diálogo entre grupos humanos diversos, considerando os vínculos com os não-humanos, é que podemos encontrar na documentação colonial diversas testemunhas e depoimentos sobre a vida daqueles sujeitos que atuaram nos espaços de fronteira, articulando e tornando inteligíveis lógicas e formas de se vincular com aqueles considerados outros; sejam aqueles outros os indígenas na sua relação com o poder colonial ou bem aqueles indígenas que tiveram conflitos com outros ameríndios por conta da sua afinidade com os distintos dispositivos de poder colonial.
É a partir desta definição mínima de fronteira, e de notar o importante rol desenvolvido por alguns homens, mulheres e crianças, que convidamos vocês para apresentar pesquisas originais que foquem o seu interesse em brindar visibilidade para os diversos sujeitos históricos que, por alguma razão particular, não tiveram sua existência plenamente registrada pelos diversos dispositivos de poder coloniais. Formas de registro do passado e construção da memória que tem que considerar os relatos ameríndios como forma de acesso ao passado colonial, para dessa forma complexificar o que conhecemos sobre o passado colonial e as suas fronteiras, sejam elas materiais, simbólicas, ideológicas ou imaginárias.
Retomar o debate sobre as fronteiras, discutindo os processos de invisibilização das populações indígenas, seja na porção portuguesa ou nas partes administradas pela Espanha, assim como nas fronteiras das coroas ibéricas, permite questionar o apagamento de variadas formas de memória ameríndia, resgatando aqueles sujeitos históricos que experimentaram vivências diversas; as mesmas que, desde o seu conhecimento crítico, podem gerar resultados inovadores para a historiografia especializada, além, claro, de conectar historiadores e outros pesquisadores vindos de tradições historiográficas diversas.