ONDE ESTÁ NO SER O SER QUE É SEU PRÓPRIO NADA? Do nada lógico-metafísico ao nada ontológico-existencial entre Hegel, Heidegger e Sartre

Autores

Palavras-chave:

NADA, HEIDEGGER, SARTRE, HEGEL, ANGUSTIA

Resumo

Investigando o Nada que, segundo Parmênides, caracteriza-se como absoluto não-ser e encerra a impossibilidade envolvendo o seu conhecimento e expressão e, de acordo com Platão, consiste na alteridade do ser e implica a afirmação do ser do não-ser, o artigo assinala que, se a perspectiva ontológico-metafísica da civilização ocidental traz como princípio determinante o legado epistêmico-filosófico de Parmênides e o processo de anulação do Nada, Hegel instaura uma interpretação que se sobrepõe a interpretação que assinala a negação como fundamento do Nada e identifica o Nada como fundamento da negação, defendendo que, em virtude da mesma determinação ou ausência de determinação em relação ao Ser em sua pureza originária, o Nada mantém correspondência com o Ser. Dessa forma, baseado na interpretação de Hegel envolvendo o Nada como fundamento da negação através de uma perspectiva que assinala o Nada enquanto base abstrata da relação envolvendo o positivo e o negativo, o artigo mostra que Heidegger expõe que, sobrepondo-se ao caráter formal de sua construção identitária, o questionamento envolvendo “Que acontece com este nada [dieses Nichts]?” e “Que é o nada [das Nichts]?”, converge para a elaboração da noção de que “O próprio nada nadifica” (Das Nichts selbst nichtet) em uma construção teórico-conceitual que sublinha que o Nada e seu nadificar se dispõem como tais na experiência da angústia. Assim, identificando o ente humano como lugar-tenente do Nada, Heidegger assinala que, à profundidade do imperar da angústia originária no Dasein, impõe-se o “estar suspenso” no nada como o ultrapassar do ente em sua totalidade: a transcendência. Assim, tendo em vista que há várias atitudes da “realidade humana” que encerram uma “compreensão” do Nada, convergindo para a sua descoberta como fenômeno e que implica a angústia enquanto possibilidade de uma relação com o Nada, Sartre assinala que se o ser-Em-si não guarda possibilidade de produzir o Nada intramundano, a origem do Nada alcança relevância enquanto questão fundamental, na medida em que o Ser pelo qual o Nada vem ao mundo não pode produzir o Nada indiferente ao processo de produção, isto é, o ser pelo qual o Nada vem ao mundo necessariamente trata-se de um ser que, em suma, “deve ser seu próprio Nada”: onde está no Ser o Ser que é seu próprio Nada?

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Biografia do Autor

Luiz Carlos Mariano Da Rosa, SEDUC-SP / Secretaria de Educação do Estado de São Paulo

Doutor em Filosofia pela Selinus University of Science and Literature (UNISELINOS – London / UK). Mestre em Filosofia pela Universidade Gama Filho (UGF - RJ). Mestre em Teologia pela Lucent University (LU – TX / USA). Pós-Graduado Lato Sensu em Ensino de Filosofia no Ensino Médio pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP - SP). Pós-Graduado Lato Sensu em Filosofia pela Universidade Gama Filho (UGF - RJ). Pós-Graduado Lato Sensu em Ciências da Religião pela Universidade Cândido Mendes (UCAM - RJ). Bacharel em Teologia pelo Centro Universitário Estácio de Sá de Ribeirão Preto (UNESA - SP). Licenciado em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais (CEUCLAR - SP). Professor de Filosofia em Secretaria da Educação do Estado de São Paulo - SEDUC/SP, Pesquisador em Mariano Da Rosa Research Institute (MDRRI - TX / USA) e Professor-Pesquisador em ONG EPZ/SP - Espaço Politikón Zôon - Educação, Arte e Cultura (São Paulo/Brasil). Editor em PZP/SP - Politikón Zôon Publicações (São Paulo/Brasil), em Philosophy International Journal - PhIJ (ISSN: 2641-9130) - Medwin Publishers (Michigan/USA), e em Mariano Da Rosa Academic Editions (MDRAE - TX / USA).

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Publicado

2024-12-04

Como Citar

Mariano Da Rosa, L. C. (2024). ONDE ESTÁ NO SER O SER QUE É SEU PRÓPRIO NADA? Do nada lógico-metafísico ao nada ontológico-existencial entre Hegel, Heidegger e Sartre. REVISTA AGON - Ἀγών - ISSN: 2965-422X, 4(12). Recuperado de https://seer.ufrgs.br/index.php/agon/article/view/143372