As limitações da política industrial do Inovar-Auto: um caso de Transferência Tecnológica
DOI:
https://doi.org/10.22456/1983-8026.134807Palavras-chave:
política industrial, indústria automotiva, política de inovação, Inovar-Auto, BrasilResumo
A política industrial do programa Inovar-Auto (vigente entre 2013-2017) teve como uma de suas metas o aumento nos índices de inovação das montadoras de autoveículos instaladas no Brasil. De acordo com as publicações oficiais do governo federal, esta meta foi cumprida com êxito (assim como as demais metas do programa). Todavia, caberia avaliar se os índices de inovação exigidos pelo governo às empresas que viessem a pleitear apoio do programa situaram-se, à época, em patamares que não constituíam desafio. Assim, este artigo investiga a eficácia da política industrial do programa Inovar-Auto (2013-2017), com foco em seu impacto nos índices de inovação das montadoras de veículos automotores no Brasil. O objetivo principal é avaliar se as metas de inovação estabelecidas pelo governo federal foram adequadas para estimular o avanço tecnológico no setor automotivo ou se subestimaram a capacidade inovativa das empresas instaladas no país. Para isso, foi realizada uma análise comparativa entre as metas e os resultados oficiais do Inovar-Auto e os índices de inovação reportados pela Pesquisa de Inovação (Pintec). A metodologia adotada combina pesquisa documental, análise de dados secundários e entrevistas com profissionais do setor público e representantes de associações de classe. Como resultado, foi estimado o índice de intensidade em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) para a indústria automotiva brasileira, comparando-o aos padrões dos países da OCDE. As diferenças significativas entre as metas do programa e os índices observados reforçam a hipótese de que a política pode ter subestimado a capacidade inovativa das montadoras, indicando que seus objetivos ficaram aquém dos padrões internacionais.
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